Coleção pessoal de caaamilici
Esperança é algo biológico. Não fosse assim, teríamos parado no exato momento em que fomos dados à luz.
Eu sempre quis fazer um lindo poema de amor. Algo que transparecesse meus sentimentos ingênuos. Já li dezenas de livros, textos, e bilhetinhos que me dessem arrepios de tão incríveis que eram, por mais pequenos que fossem. Como é difícil tentar fazer uma coisa ser o que não é, no caso, tentar escrever sobre uma coisa que eu não sinto... ou talvez, a verdade seja: "escrever sobre uma coisa que me doa muito".
Porque amar doí, sentir doí, se importar doí, e sentir falta de uma pessoa que está bem ao seu lado doí mais, porque você sabe que nada vai voltar. Perturba, dilacera, incomoda. E, quando você está prestes a recomeçar, optar por ter outro em sua vida, você acaba percebendo que é mais complicado do que esperar por aquele que te fez odiar a palavra "amor".
Ai que palavrinha maldita essa!
A.M.O.R.
Ou esta P.A.I.X.Ã.O, pior ainda.
Enfim, agora você entende porque eu não consigo escrever um texto bem feito, ou ser uma Tati Bernardi da vida?
É... assim fica difícil até para o Caio Fernando Abreu.
"Brincava do outro lado da rua quando decidiu correr atrás de uma borboleta que pairava no céu. Diferenciava a luz do sol dos faróis dos carros importados. Parecia conversar com o vento, e entendia os ruídos da metrópole. A cada ano pulava sete ondas. Um retrato a cada memória, retratos que ficavam apenas na sua mente entorpecida. Amanhã é 23. Logo termina um ciclo de 365 dias, no caso, mais um ano está acabando... Pretendia ir, sumir. Mas, ao certo, não sabia aonde ia chegar. Só sabia que iria caminhar, e caminhar. Não se pode abandonar uma vida assim, mas pode-se deixar de lado. Outra xícara de café fria. Outra música sem graça no boulevard da noite. Pessoas têm pressa. Pressa de dizer, de fazer, de sentir. Um caminhão atropelou o teu caminho.
O "te quero" virou apenas um "bom dia", ou nem isso.
Virou apenas silêncio, em mais uma noite barulhenta de São Paulo..."
"Caro José,
Há tempo que eu estive do seu lado. Há anos fui seu apoio, te segurando e guiando. Eu sempre fui tola a cometer o suicídio da paixão, mas agora eu vejo. Não preciso mais de você. Estou indo embora, e assim como eu, estou levando nossa história junto. Não haverá vestígios do que vivemos um dia. Lembra daquela promessa antiga? Nunca existiu. Não adianta me prometer que irá mudar, ou me implorar para ficar. Enquanto te amei, você me ignorou e mastigou todo o meu ser para me trocar por uma rapariga. Desista porque encontrei alguém melhor que ti. Não venha atrás de mim assim que ler esta carta".
Com minha singela pena, Maria.
Eu descobri que tentar não ser ingênua é a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteira não me dá medo porque ser inteira já é ser muito corajosa.
“Não era só mais um domingo chuvoso onde ela se encontrava olhando as mínimas gotas de água que escorriam pelo vidro de sua alma. Ela ouvia seu coração batendo, seus sentimentos indo embora, tudo que um dia ela achou que conheceu estava dizendo adeus, para sempre. Ela se privava de seus sentidos, porque sabia que eles eram mais aguçado do que o normal, não valia a pena tentá-los desse jeito, não a troco de nada. A ideia de ser imune, invulnerável a qualquer tipo de emoção era arrasadoramente tóxica. Era venenosa, mas como sempre, só mais uma vez, ela tinha que se entregar a toxina. Ela já a conhecia, sabia como funcionava, sabia que lá na frente teria suas consequências, mas e daí? Nada tão doloroso quanto se sentir usada, e iludida, como se toda sua história tivesse sido confiada nas chamas da estupidez. Estúpida era ela acreditando, e confiando. E, daí que o veneno a consumiria? A frieza, e a indiferença sempre foram suas melhores amigas, sempre se privando dessa estupidez que chamamos de “paixão”. Ela fora avisada várias e várias vezes que sua falta de estabilidade a traria consequências terríveis, como se tudo isso já não fosse esperado. Quando ela era uma “princesa de gelo”, não se magoava, ou se feria, ou muito menos compartilhava seus desejos e seus medos. Não deixava ninguém chegar tão fundo assim. E daí, que acabaria sozinha e mal-amada? Quem liga para esse tipo de coisa? Gostava mesmo da chuva, do domingo tedioso, onde só olhar para o horizonte bastava. Para quê se iludir novamente? Quando ela era inabalável, não se entendia com emoções, sentimentos e preocupações desnecessárias. Era forte, destemida. Poderosa. Era do seu jeito, ou nada feito. Era na hora que queria, ou nada feito. Era com suas prioridades, ou nada feito. Era sem sentimentos e ilusões, ou nada feito. Era do jeito da “princesa de gelo”. Tudo simples. Tudo fácil. Tudo planejado. Tudo mal resolvido. Tudo sem sentimentos. Tudo sem seu sentido aguçado. Tudo sem vida…”
“Hoje, ela acordou. Colocou sua melhor roupa. Deu uma bagunçada no cabelo, e se admirou. Se admirou como uma pessoa em paz faz. Reparou em cada detalhe seu, principalmente no olhar sedutor, que com o sorriso se faz meiga e encantadora. Aumentou o som, um pouco. Fez o que gostava de fazer. Escrever, cozinhar e desenhar. Passou o dia na serenidade daquele início de Abril. Ela não estava mais pelos cantos, chorando ou se lamentando. Ela está leve. Não precisa mais se importar com coisas banais, e desnecessárias, não que o amor seja desnecessário, mas aquele tipo não fazia mais sentido, não há amor quando só uma pessoa ama.
Como ela estava… repleta de vida.
Repleta de vida que ela já não tinha há um bom tempo. Ela se cansou. Cansou de passar pelo outros e ser só mais uma sombra. Cansou de não ser notada. Cansou de ficar se preocupando com nada, esquecendo de si mesma. Esquecendo que a vida é para ser vivida, não para ser observada. Porque era isso que ela fazia, observava tudo no silêncio, cada detalhe. Ela tinha se cansado de só existir, ela queria viver. Fazer tudo melhorar. Agora, em paz, no sereno da sua alma, ela vê que só ela podia fazer as coisas melhorarem. Só ela podia fazer com que fosse notada, fazer com que as pessoas quisessem sua companhia. Só ela podia se completar, e se fazer feliz. Livre.
E, fez.
E, faz.
Hoje ela entende que a felicidade é uma busca pela qual ela vai procurar a vida inteira, que só ela é capaz de transformar um papel amassado, em um pássaro que está pronto para conhecer o mundo.”
A indignação quis passar pela minha cabeça hoje. Engraçado que hoje é 1º de Abril, coisa mais irônica? Percebi que existem pessoas tão falsas ao ponto de se perderem no mar de mentira delas mesmas. Pessoas que um dia chegaram a ficar do seu lado, chegaram a te dar lições de moral. Não há tamanha tristeza, ou na verdade, pena! Tudo que eu sinto é pena. Pessoas que se perderam e não conseguem mais se encontrar, vivendo num mundo de ilusões e faixadas. Será que seus pais te ensinaram esses valores? Eu garanto que a resposta é: não. Valores que hoje não importam. Mentiras, ilusões, promessas e cinismo. Onde vamos parar? Se eu disser "sinceridade" eu garanto que a maioria não sabe o verdadeiro significado dessa palavra. Tantas idiotices que cansa. Cansa esse ciclo estúpido. Cansa ter que aturar as pessoas querendo chamar atenção de um jeito ou de outro. Por isso eu sinto pena. De verdade. Pelos pais, pelos irmãos, pela pessoa mesmo. Porque uma hora todo mundo tem que descer da montanha-russa, e nessa hora o mundo vai desabar, e não haverá chão que segure esse mar de falsidade. Pena, porque eu sei que no final vai ser doloroso, e vai doer em mim porque eu vou ser tão imune a esse tipo de pessoa que eu não vou poder ajudar, não vai me interessar. Que irônico, não? Pra quê dia da mentira mesmo?
Dessa vez eu queria alguém que cuidasse de mim, que me protegesse, e me pegasse no colo. Alguém que para começar não fosse atrás de mim quando eu fosse embora, porque não me deixaria ir. Alguém que fizesse planos comigo,e cumprisse. Alguém que quisesse me apresentar para a família, e dizer “é ela”. Alguém que se importasse quando eu chorasse por ele. Alguém que teria todas as amigas, mas no final do dia olhasse para mim e confirmaria: "- É você, e sempre foi". Alguém que me chamasse para viajar. Alguém que me mandasse sms ás três e meia da manhã falando que não dormiu porque sentiu minha falta. Alguém que me provocasse e brincasse com coisas de criança comigo. Alguém que adorasse bebês assim como eu. Alguém que me daria um gatinho, e o chamaria de "nosso". Alguém que não deixasse se influenciar pelos outros, que mesmo que o medo o consumisse, lembraria que comigo sempre haveria exceção. Alguém que lesse minhas cartas e sentisse, que voltasse atrás. Eu queria alguém que não desistisse de mim, e que não me deixaria partir como eu sempre faço.
Essa não é mais uma carta de amor, não é nada disso, porque afinal eu já te fiz uma, e você nem se importou. Essa também não é uma carta de despedida, porque é uma carta de esquecimento. A pior coisa não é ignorar, ou fingir que esqueceu. É realmente esquecer, e não se importar. Hoje você me provou o quanto eu sofri em vão, e o quanto eu significo para você: nada. Eu não preciso de alguém que não se importa, não sente tanto quanto eu. Sinceramente, eu não vou fingir que sou forte, que superei. Eu vou te superar! Eu confiei tanto em você, e tudo isso foi quebrado, começando pelo fato de você não ter tido a capacidade de confiar em mim quando eu te pedi. Chega! Sabe, uma hora cansa. Suas infantilidades, e tudo que faz para chamar a atenção. Se você quer mexer comigo de algum jeito, deixa de ser criança e venha falar comigo, caso contrário, não venha com essa. Eu já desperdicei muito do meu tempo com você. Desperdicei muito da minha felicidade, dos meus momentos, da minha vida. Vamos fazer assim? Já que você tá seguindo sua vida com Deus e meio mundo, deixa eu seguir a minha também, mas só não venha tirar satisfação no final, porque você nunca deu valor as lágrimas que chorei por você. E, pode parecer mentira, mas agora é o final. Não tem volta. Foi um prazer, mas agora você nunca existiu para mim.
Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
Há momentos
Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar,
porque um belo dia se morre.
"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma?
Ei, para com isso. Isso de ficar triste, e ignorar o mundo. Coisa ridícula, sabia que o mundo gira mesmo você estando nessas suas crises de gente de 12 anos? Você reclama da mesmice, mas não faz nada além de ficar parado. Levanta. Não tem nada pra fazer? Se vira. Lava a louça, arruma o quarto, desenha, pinta...sei lá. Só não fica aí parado. Coloca o seu melhor pijama, estampa esse sorriso no rosto. Bora lá, aumenta o som, e dance, dance como não tivesse um amanhã, cante errado. Se joga! Mas caramba, não fica parado, não essa noite!
Eu nunca fui de demonstrar meus sentimentos. Isso nunca foi meu forte, relacionamentos. Sempre fui confusa e desastrada nesse requisito. Se um dia eu tivesse uma prova sobre o assunto, eu seria reprovada sem antes começar. Quando, envolve sentimentos, eu fico mais boba do que eu sou. Não sei falar, agir, demonstrar; mas não significa que eu não sinta. Pode apostar, eu sinto. Tudo. O pior é que quando há sentimentos evolvidos, eu viro uma bagunça gigantesca. Um verdadeiro furacão surge em mim, porque tudo transborda e eu não consigo evitar. Eu sempre vou sentir, mas nunca vou saber como te explicar isso.
Se sentou no batente da varanda, pegou o velho violão sem corda que nem ao menos sabia tocar. Ficou ali. Só observando, vendo uns vindos, outros partindo. Percebeu que em algum momento o caminho daquelas pessoas se cruzavam, mas depois seguiam direções opostas. Cansou de vê-las se encontrando, mas indo embora do mesmo jeito. Olhou para o céu. Aquele sim era calmo, não tinha pressa, nem sabia o que significava “tempo”. Criou na sua mente a ideia de que se todos fossem como o céu, ninguém precisaria partir. Ela precisava de um tempo de tudo aquilo, da cidade, dos barulhos, das pessoas. Se perguntava “se todos têm que partir cedo, porque chegam na sua vida mesmo assim?” Se lembrou. Ela odiava partidas.