Coleção pessoal de brunoguilherme
Sou meus heterônimos, um amontoado de seres desprezíveis e belos. Sou a criança que sorri e o velho que rabuja. Algumas partes de mim são alcoolizadas, outras são bem sensatas. Algumas partes de mim não sou eu, são partes. Se tiver que falar de mim, então cite todas elas.
Quem dera se fosse saudade, já seria alguma coisa. O problema é ser vazio, ser esse buraco de desespero calmo. Um nada tão mudo que não dá vontade nem de falar.
Indireta é isso: uma “não conversa” que só mostra a sua preocupação exacerbada (e inútil) em relação ao fato.
Pessoas escrevem por diferentes motivos. Sou do grupo que usa a escrita como religião e desabafo. É uma coisa complicada de explicar, mas fica entre a necessidade de acreditar em algo (ou alguém, talvez eu mesmo) e o medo de ser aquele babaca comum que foge do que acredita apenas para se encaixar, que engole de tudo.
Não preciso (ou quero) ser um herói, um exemplo a ser seguido. Ninguém vai me questionar pelo o que faço com meus rumos. Não sou arrogante por isso. Não precisar da aprovação de terceiros não é ter arrogância, é tentar ser um pouco livre nesse mundo que sempre tentam falar e viver por você.
Aqueles dez minutos pensantes em que deito com a cabeça no travesseiro, antes de dormir... Sou aquilo!
Amor é uma palavra tão ínfima, tão vazia. Tenho medo delas. Todas as palavras positivas do planeta podem diminuir o que eu sinto por você.