Coleção pessoal de brunodaibert
Não viva como se hoje fosse seu último dia , pode ser demasiadamente arriscado, perigoso.
Não viva o amanhã como se ainda lhe restasse muitos anos de vida, pode ser que não dê tempo.
há de vir um amor
que ao antecipar sua respiração
advinhará o seu pensar
repetirá mentalmente seus gestos
mesmo em viagem, no sul, estará com você
tal qual miragem, mesmo compasso, déjà vu
não por acaso, conjectura ou mera imaginação
porque instintivamente germano
insano? sim, acontece !
provavelmente impulsivo ? possível
nitidamente impossível ? improvável
manhã de carnaval
lá fora tempo nublado, chuvisca
sem você tudo gris
silêncio ensurdecedor em casa
permeando poucos passos vindos da rua
ouço ao longe o relógio de parede
os segundos parecem minutos
nossas centelhas outrora em chamas
foram cruelmente lançadas ao relento
saiba que elas estão aqui :
comigo, incrustadas e crestadas
o desespero do passar do tempo
desapontou aquela criança, sabe?
intensificou meu insulamento
aniquilou aquela esperança, lembra?
enfim, sem ti nenhum sentimento cintila
nosso samba-enredo que tinha começo, meio e fim
virou bossa nova de gim, receio e tropeço
por projetar péssimas perspectivas
planejo personagens perspicazes
para proteger pessoas próximas
perco prováveis paixões
passeio pelas praças
permutei plantas por prantos
palavras perfeitas
porém pálidas, platônicas
pânico, paranóia, passividade
paganismo piedoso
passatempo precioso
anseio uma serenidade sem ânsias
moças de todos narizes
outra festividade solene
sentimentos de todos os matizes
uma tranquilidade perene
Nos tempos de amor instantâneo e da volatilidade das relações o vazio é uma constante e o tédio avassalador.
É impressão minha ou
o preço da sua pressa
pôs termo ao presente
precedeu o que preenchia
fez cinza o passado
motivou o que não mais existia
para pressentir um futuro perdido?
Vejo que os que se comovem
vêm como que se não tivessem rancor
comovidos se veem como vidros
vidrados: olvidam das vicissitudes
provocados: esbanjam flavor
Quando sós perdem o solo
preferem pirata ao trono
serenata ao sono
companhia à solidão
voz, vinho e violão
O otimista interpreta reticências como continuidade...
O pessimista como se fossem três pontos finais. . .
Ansiedade
Ah essa ansiedade. ..
Ânsia que a idade não sacia
me pega na luz do dia com viés de alegria
outrora à noite me tira o sono
sob forma de inquietude, açoite.
Toda iminência de eminente prazer
tem me trazido particular desassossego
assim era nas provas da escola,
nos dias q antecediam viagens de férias
primeiro dia de aula
a menina com a qual dançaria festa junina
Aqui hoje, com tamanha intensidade
nas provas da vida
Ansiedade virás comigo até eu ancião ?
Mesa pra dois
E eu que tinha escolhido o melhor vinho
No bar assinalado o canto discreto
Reservado mesa pra dois
Noite do meu rock predileto
Pra tudo acabar assim
Quase que sem sentido
Algo lançado ao futuro mais que imperfeito
Oscilação repentina de sentimento contido
(Um sentimento contigo)
Sua virada de mesa ainda ecoa
Caíram os cascos caíram os copos
Emergiram as cascas, despontaram destroços
Ressuscitaram as dúvidas suscitadas
A coragem da razão
O receio de machucar sem se gostar
Do segredo emana o medo?
Poste esse postulado para um outro lado
O sublime em sublimação
A solitude etérea, a eterna plenitude
Sua virada de mesa ainda ecoa
Caíram os cascos caíram os copos
Emergiram as cascas, despontaram destroços
Ressuscitaram as dúvidas suscitadas
Mas estamos bem, eu acho ...