Coleção pessoal de BrunoBeranger
Rarefeito, Raro efeito.
Pois meu mundo é assim
Tem um ar bem rarefeito
E o amor dentro de mim
Me sufoca desse jeito
Meu corpo em frenesi
Minha alma arrebatada
Encontro-me em êxtase
Tentando desvendar uma charada
Ela está mais perto do que longe
Mas eu sempre estou aflito
Como será que ela se chama?
Como um louco se perguntando eu fico.
Tenho medo de desvendar
De procurar e não achar
Isso faz parte do meu drama
E se a charada eu não solucionar?
Maldita charada!
Eu por aqui vou ficando
Não desvendarei nada
Pois meu ar já está acabando.
Ananéosi.
Assim como a água dos rios se renova a cada instante assim também se renova o meu coração em cada gota de amor.
Indomável Reminiscência.
Quantas pessoas já te usaram como abrigo
Querendo se proteger do próprio ego
E mesmo assim continuaram no vazio
Sem ter nem um chinelo pra botar um prego.
Você de sentimentos puros e pensamentos seguros
O que faz perdido nesse mundo imundo?
Será que já não existem pessoas demais
Capazes de ajudar quem está sempre pedindo paz?
Por que brilhas teu melhor sorriso
Sabendo que o inimigo está ao lado
Fingindo ser o teu mais forte aliado
Por acaso gosta de ser refém do impreciso?
Tudo isso é loucura e variação de conceitos
Eu sei que os defeitos não nos tornam seres imperfeitos
Mas sempre usam coisas e pessoas como pretextos
Pra se safar e se livrar usam e abusam de trejeitos.
Lembrar de te esquecer.
Ainda que eu não quisesse ter
Nessa casa ainda tem muito de você
Um ano depois de você me deixar, grande estupidez
Nem o cheiro do seu perfume eu consigo esquecer.
Desde o dia que te conheci
Meu mundo se encantou e me iludi
Mas agora que você foi embora
Não consigo aceitar essa falta matadora.
Quando me olho no espelho sem você
Nessa hora entro em desespero
Pego uma carta, uma foto sua
E me lembro do teu jeito.
Você ir fez tão uma bagunça em mim
Desde que foi embora me tornei outro alguém
E eu nem sei por que é que estou assim
Só consigo pensar porque você não vem.
Só pra você saber
Até as paredes cinzentas
Lembram-me de você
E tão difícil tentar te esquecer.
Isso não estava nos meus planos
Pode ser que demore um dia
Quem sabe a vida toda
A eternidade ou talvez um ano.
Disso você tem que saber
Eu te amo e sem você não sei viver.
Imaculado seja o palhaço.
Eu te aceito em minha vida
Eu viro as página
Mas sem nenhum nariz de palhaço em mim
Sem nenhuma assustadora máscara.
Viva sem nenhuma maldade
Sempre na mais pura inocência
Porque sabemos que o fim
Nos aguarda desde o dia da nossa nascença.
Sou sua crença, o seu pecado
Sua loucura, seu doce agrado
Meu bem querer, vim te dizer
Sou seu amor, imaculado.
Madrugada Calada.
É na madrugada gelada
Que a alma toda enciumada
Disputa espaço com o vento.
É em plena madrugada
Quando a cidade descansa
Que a alma se sente livre
Em versos fala e canta
Em passos anda e dança.
É em plena madrugada
Que caça como um tigre
É no começo da jornada
Que ela brilha feito um Alpivre.
De diem in diem (dies secundus).
O silêncio me afronta e me atormenta a alma
Então sinto você aqui e minha dor se acaba
O silêncio me intriga, minha boca cala
O coração fica em aperto
E suas lembranças invadem minha mente
Nada blindada.
E a solidão de tão cruel
O meu coração escangalha.
O que me conforta é a certeza
Mas que certeza?
Apego-me a você mais que tudo
Porque não tenho nada a não ser você
E na mesma certeza que você foi
Te amo com toda a certeza de que você um dia voltará.
E seremos felizes
Porque nessas distâncias
Que tanto nos atingem
O nosso amor criou diretrizes.
E assim eu te amo, meu amor
Meu tudo, minha alma gêmea
Minha princesa, minha vida.
De diem in diem (dies primus).
Minuto após minuto, hora após hora
As lembranças vêm, a saudade cresce
E você inexplicavelmente em minha mente aparece
Como é bom amar você, prometo nunca te esquecer!
Dia após dia, sofrendo saudade tirana
A tristeza vem e me chama
A solidão num encanto me seduz
E me engana.
Esse amor estava escrito!
Você veio e como um barco
Ancorou em meu cais
E hoje não me sinto mais tão vazio.
Me sinto tão bem com você por aqui
Que sempre te imagino
Sempre me preocupo e me angustio
Pensando em você fico horas a fio.
Se me sinto sozinho
Quero tua boca
Mergulho em você
Entrego-me a uma paixão tola.
Me dou conta do barulho que o silêncio faz
E da falta de você
Dos seus carinhos, abraços
Da sua calma.
Fria Madrugada.
Lá estava ela na fria madrugada
Fria como a madrugada
Querendo ser poetisa
Quem diria! Mal ela sabia
Ela pra mim é que era a mais bela poesia.
Ela sempre quis ser feliz e aproveitar
Queria ver o mundo e também dançar
Eu só queria ser a música pra acompanhar a linda dança
Me sentir emocionado e voltar a ser criança.
Adoraria ser uma canção no ouvido dela um dia
Imagine ser ouvido por essa princesa
De coração nobre e alma serena
Tão pequena, quase um metro e cinquenta...bem
Mas ela é consciente e sabe o tamanho que tem.
Amo as noites que vivi acalentado
Pela graça indizível de estar ao seu lado
Mas dos meus passos ela fugiu, foi ponte que partiu
Eu trago a doçura, mas quem sou eu?
Se ela quer provar a amargura.
Encantou-me, cantou-me.
Ela é a sereia da cidade grande.
Não virou meu barco de ponta cabeça, mas sim minha vida ao avesso.
Não me levou pro fundo do mar, mas me arrastou até o fundo do bar.
Ideologia Idolatra.
Já desanimei de tudo nesse mundo
Lugar imundo e imoral
Preferia ter nascido mudo ou surdo
Ou talvez cego, não quero ver o mal.
Mas não sou eu que escolho tudo
Por ser assim não sou igual
Meu coração bem lá no fundo
É diferente, incondicional.
Não ser o mal é o que importa
O importante é acolher o bem
Que vem e bate a nossa porta.
O que incomoda de verdade é perceber
Que quase ninguém nesse mundo, quer aprender
Que a vida não é fácil e a correria
Afeta sempre o ser humano no seu dia-a-dia.
Criar poemas é fácil
Pura ideologia
Todo verso que eu penso,
Logo vira poesia.
Na minha mente, sem opção
Escrever era bobagem
Hoje é obrigação.
Minha missão hoje é
Falar de tudo, de coração
Falar de vida e celebração.
Calma, Clama.
O menino chora porque a alma sofre
A sociedade olha com olhar de deboche
A alma grita e o corpo esperneia
Estou preso em mim mesmo
Isso é uma cadeia.
Amor Futebolístico.
E nesse jogo do amor
Você sempre irá ganhar de mim
Talvez por que eu não queira jogar
Ou talvez porque eu adore me render aos seus dribles.
Só sei que na verdade nesse jogo do amor nunca se perde
Sempre se empata, sempre acaba no um a um
Ou alguém cede à vitória
Só pra ter o prazer de ver o outro feliz.
Ninguém ao certo sabe o porquê disso
Apenas segue as regras do jogo
E talvez essas regras não sejam tão justas quanto parecem
E talvez nem os jogadores sejam tão amistosos.
Mas vale a pena sofrer uma falta por amor
Por que no final das contas o juiz sempre apita a falta
Falta que é feita na grande área chamada coração
Tudo sempre acaba em pênalti.
Seu carinho.
Eu sei que um tempo é muito bom ficar sozinho.
Mas sou menino e também quero seu carinho,
Venha correndo e me ame um pouquinho.
Depois em silencio vá embora sem ninguém notar.
Revés Obscuro.
Dona da beleza, que destreza.
De tabela é dita bela por todos.
Vende flores como mendiga? Diga-me.
Como suturas a tristeza se anda por ruas escuras?
Em Londres, talvez? Bem longe quem é você? Revés...
Astuta, quem és tu quando ninguém está vendo, menina matuta?
Em busca de uns trocados se faz a noite inteira.
Maldita tua presença nestas noites rotineiras.
Nas noites se conhece, assim como a lua conhece a noite e se escurece.
Faz dupla, sempre culta, sente culpa.
Desculpas sempre são tuas, Quão certa são suas certezas sempre absolutas?
E se em noites desconhece, diz que não conhece um alguém tão culto.
Mas cultiva a mente altiva pra conhecer o oculto.
Incrível tua capacidade de descobrir, cobrir, despir, sentir, mentir.
Meu martírio,
Colírio, aos meus olhos
Coleira, para meu pescoço.
Sadraque? Mesaque? Abednego?
Abstenho-me de tudo e nego, mas pergunto.
Será que és mesa que estendo minha toalha?
Quem será que irá para a fornalha?
Amarga Deixa.
Quando tu foste embora, engoli a tua deixa como se ela fosse um pão amanhecido.
Minha mente fantasiava teu corpo como quem pinta uma aquarela.
Tuas curvas eram desenhadas em minha mente como se fosse o autódromo de Interlagos.
Teu perfume era lembrado tal qual o cheirinho do almoço que mamãe fazia aos domingos.
Meus sonhos continuaram os mesmos, só os tive deitado em diferentes travesseiros.
Continuei ouvindo a música que era a doce melodia aos teus ouvidos, era ela que me despertava todas as manhãs.
Aprendi a falar em sussurros quando tarde notei.
Que você sempre gostou do barulho que o silêncio faz.
Escrevi cartas a mão em minha mão pra você sentir.
Em cada letra minha um pedaço do meu corpo.
Oh! Quão suave é sintonizar na estação das coisas bonitas que tem em você.
Ainda ando te esperando sem cobrar nada.
Ainda te recito mentalmente meus esboços que foram rascunhados à hora zero.
Demonstrei meu afago te presenteando com um ósculo. Qual teu corpo me agradece silenciosamente até hoje.
E depois desta melancólica e precoce partida.
Você voltou aos meus braços sem ao menos partir.
Somente para descobrir que:
Comigo o amor mora em detalhes.
Outros meros.
Somos aconselhados a viver do nosso jeito
Sem nos importar com o que os outros dizem
Ou no que pensam
Os outros são só os outros
Meros e inúteis sujeitos
Nós somos nós
Feito de pensamentos perfeitos.
Querido Cobertor.
Cobertor querido
Companheiro meu de muitas invernadas
Minha alma já cansada
Encontra um refúgio no seu aquecer.
Cobertor bendito
Já correu comigo por muitas estradas
Presente se encontrava
E pronto estava para me envolver
Passei noites em claro
Pensando em tudo, olhando pro nada
Nas altas madrugadas
Esteve comigo e viu meu sofrer.
Cobertor velhinho
Sempre foi para mim coisa iluminada
Em prontidão estava
Se eu precisasse me proteger.
Cobertor meu caro.
Sei que isto daqui não significa nada.
Mas eu precisava uma homenagem
Pra te agradecer.
Incômoda Insônia.
Por que eu não te conheci antes?
Por que não te conheci quando todos os problemas possíveis me cercavam?
Por que não gritei seu nome em alto-falantes?
Por que te conheci só agora quando todas as coisas melhoraram?
Antes de dormir me pergunto isso todos os dias.
E tenho a mente dominada por torturantes utopias.
Você é uma dessas, que constantemente me tortura.
Surgiu-me como sonhos que minha mente, aberta, costura.
Meu eu era estático, sempre tinha a certeza que nada iria acontecer.
Mas fui descoberto por você e como num jogo paguei para ver. É confuso, meu desalento.
Te conheci quando tudo era tão sórdido, quando não havia firmamento.
Para minha surpresa você apareceu do nada e revirou tudo que achou pela frente em minha vida.
Ao invés de curar, aumentou minha ferida.
Deixou todos meus pensamentos obsoletos e infindáveis.
Transformou minhas certezas absolutas em dúvidas insustentáveis.
Conscientemente eu deveria te odiar
Deveria te odiar por revelar meus segredos e me revirar
Inconscientemente não nasci para te contrariar
Inconscientemente fui feito somente para te amar.