Coleção pessoal de bruno_ramalho
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Peguem suas armas,
que a dura batalha é chegada.
Eu já empunho o verso,
que é escudo, armadura e espada.
O que seria do tudo sem o nada,
se este foi aquele na partida
e aquele será este na chegada?
Cômodo é o bom senso
que exala sua crença,
mas bom mesmo é o pretenso
a inspirar o que o outro pensa.
O essencial não se basta no tangível.
O eu repousa transcrito
onde o íntimo se vê de fora:
no poema, ora medito.
Quanto valerão
os setenta em cem,
se, para os outros trinta,
centenas forem ninguém?
Para alguns,
a verdade que importa
é a que menos se enxerga
e mais se entorta.
Dos anais da insanidade:
dizer que o vírus é mentira
e que o remédio é verdade.
Parei de me ver em você
e, enfim, nos conhecemos.
Dentro do poema,
o que é pouco nada escassa.
Fora, a vida apenas passa.
Poesia é terra de todos e ninguém:
sincera quando mente,
quando não mente é também.
Das antíteses da vida:
às vezes, temos de subir
a ladeira que pede descida.
Às vezes, a palavra
tem um tamanho absurdo...
Percebe o quanto cabe
nas 4 letras de tudo?
Nas máscaras, temos
nova contradição:
as nossas mais vestiremos,
as deles mais cairão.
Hão
de vir os dias
de versos dos momentos
diversos dos momentos
de vírus-dias.
Dia cretino, a saber:
este verso de menino
fazendo-me crescer.
Contradição:
a acidez, sim,
é básica ao não.
O devir,
dever do vírus,
há de vir e
hei de ver.
Contradição:
contato sim,
com tato não.
Um poema,
às vezes,
é um movimento
do silêncio.