Parei de me ver em você
e, enfim, nos conhecemos.
Dentro do poema,
o que é pouco nada escassa.
Fora, a vida apenas passa.
Poesia é terra de todos e ninguém:
sincera quando mente,
quando não mente é também.
Das antíteses da vida:
às vezes, temos de subir
a ladeira que pede descida.
Às vezes, a palavra
tem um tamanho absurdo...
Percebe o quanto cabe
nas 4 letras de tudo?
Nas máscaras, temos
nova contradição:
as nossas mais vestiremos,
as deles mais cairão.
Hão
de vir os dias
de versos dos momentos
diversos dos momentos
de vírus-dias.
Dia cretino, a saber:
este verso de menino
fazendo-me crescer.
Contradição:
a acidez, sim,
é básica ao não.
O devir,
dever do vírus,
há de vir e
hei de ver.
Contradição:
contato sim,
com tato não.
Um poema,
às vezes,
é um movimento
do silêncio.
A acidez
é básica
aos sinceros.
Entre as possibilidades, há sempre o impossível.
Resumo
da existência hoje:
sonhos de hashtag
e emoções de emoji.
Nada faz eco
num coração oco.
Reconhecer-se passageiro é dar o primeiro passo consciente rumo à paciência.
O óbvio despercebido costuma ser relevante.
A reciprocidade é o justo produto da gratidão.
O sorriso é o mínimo produto da gratidão.