Coleção pessoal de bruno_ramalho

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Parei de me ver em você
e, enfim, nos conhecemos.

Dentro do poema,
o que é pouco nada escassa.
Fora, a vida apenas passa.

Poesia é terra de todos e ninguém:
sincera quando mente,
quando não mente é também.

Das antíteses da vida:
às vezes, temos de subir
a ladeira que pede descida.

Às vezes, a palavra
tem um tamanho absurdo...
Percebe o quanto cabe
nas 4 letras de tudo?

Nas máscaras, temos
nova contradição:
as nossas mais vestiremos,
as deles mais cairão.

Hão
de vir os dias
de versos dos momentos
diversos dos momentos
de vírus-dias.

Dia cretino, a saber:
este verso de menino
fazendo-me crescer.

Contradição:
a acidez, sim,
é básica ao não.

O devir,
dever do vírus,
há de vir e
hei de ver.

Contradição:
contato sim,
com tato não.

Um poema,
às vezes,
é um movimento
do silêncio.

A acidez
é básica
aos sinceros.

Entre as possibilidades, há sempre o impossível.

Resumo
da existência hoje:
sonhos de hashtag
e emoções de emoji.

Nada faz eco ⁣
num coração oco.

Reconhecer-se passageiro é dar o primeiro passo consciente rumo à paciência.

O óbvio despercebido costuma ser relevante.

A reciprocidade é o justo produto da gratidão.

O sorriso é o mínimo produto da gratidão.