Coleção pessoal de bruno_ramalho
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... e quem, enxergando, não anda amargo?
poesia: há no que não está, está no que não é e é no que não há.
Envelhecer é uma caminhada vespertina.
Se a poesia só existe quando alguém a lê, quem é, de fato, o poeta: eu ou você?
quero escrever o verso que ainda não me passou pela cabeça. o lugar da poesia é esse, onde ela sobra antes que aconteça.
sei
por que
escrevo:
escrevo
porque
não sei.
o eco
do sonho
soa
no oco
da sanha.
sintaxe
a poesia pela palavra
desorganiza o comum,
reorganiza o óbvio e, assim,
resulta qualquer algum.
A poesia, quando tema de si, é um buraco negro para o poeta, um lugar do espaço-tempo literário que atrai com intensidade tal que dele não se pode escapar e onde se imagina encontrar o que ninguém, até hoje, encontrou: o porquê da própria poesia.
Amadurecer é compreender que é melhor viver de amores que de paixões, de ideias que de ideais, de sorrisos que de gargalhadas.
É filosofar no impossível tentar explicar a existência bastando-se no tangível.
Escrever poesia é não perder o hábito de retornar ao lugar que habito: a palavra.
A certeza abraça a vaidade desde que a dúvida pariu a verdade.
Toda obra de arte é um ensaio sobre o impossível.
Todo poema é um ato de paixão.
O que se opõe à verdade é a certeza.
Artista é aquele que busca a si próprio no impossível.
A arte é o intangível tangente.
Arte é algo que não se define pela palavra.