Coleção pessoal de bruno_ramalho

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⁠aos brutos, delicadeza.

⁠arrogância roga gentileza.

⁠a poesia nos mostra quantos outros somos nós.

⁠a poesia que transparece é a que, de fato, salta aos olhos.

⁠⁣toda⁣
verdade é⁣
solitária.⁣
quase nenhuma⁣
solidária.⁣

⁠as verdades são sempre solitárias.

⁠é o trágico consumado:
não há bom subversivo
que reverta
um mundo tão subversado.

⁠a poesia
nos mostra
quantos
outros
sou eu.

⁠tempo tenho tanto
o quanto de mim
o tempo não tem.

⁠seria a verdade
uma sentença
dada à realidade
pela crença?

⁠quem manda engolir o choro
esqueceu o gosto da lágrima.

e quando o sentimento não cabe num emoji?⁣

⁠o sorriso é um idioma sem pátria.

⁠ao ódio sustenido contraponho amores bemóis.

⁠como ter sido quem fui sem ter ido?
como ter ido onde fui sem ter sido?

⁠minhas dicas de leitura
num mundo pelo contrário:
decoro, razão e piedade
(os verbetes do dicionário).

⁠ninguém crê num poeta
menos que o próprio em si.

⁠o tempo rabisca
ele mesmo
em meu corpo
e é fácil ver
em meu rosto
o seu autorretrato.

⁠verão, outono,
à poesia
qualquer dono.

⁠temo:
quem muito high
muito cai.