Coleção pessoal de bruno_ramalho
41 - 60 do total de 130 pensamentos na coleção de bruno_ramalho
arrogância roga gentileza.
a poesia nos mostra quantos outros somos nós.
a poesia que transparece é a que, de fato, salta aos olhos.
toda
verdade é
solitária.
quase nenhuma
solidária.
as verdades são sempre solitárias.
é o trágico consumado:
não há bom subversivo
que reverta
um mundo tão subversado.
a poesia
nos mostra
quantos
outros
sou eu.
tempo tenho tanto
o quanto de mim
o tempo não tem.
seria a verdade
uma sentença
dada à realidade
pela crença?
quem manda engolir o choro
esqueceu o gosto da lágrima.
e quando o sentimento não cabe num emoji?
o sorriso é um idioma sem pátria.
ao ódio sustenido contraponho amores bemóis.
como ter sido quem fui sem ter ido?
como ter ido onde fui sem ter sido?
minhas dicas de leitura
num mundo pelo contrário:
decoro, razão e piedade
(os verbetes do dicionário).
ninguém crê num poeta
menos que o próprio em si.
o tempo rabisca
ele mesmo
em meu corpo
e é fácil ver
em meu rosto
o seu autorretrato.
verão, outono,
à poesia
qualquer dono.
temo:
quem muito high
muito cai.