Coleção pessoal de bruno_ramalho

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⁠ousadia
do primeiro de janeiro
é ser dia de caber
um ano inteiro.

⁠não há presente
no futuro sem um
futuro no presente.

⁠idade não se
discute com
quem existiu
no Orkut.

⁠viver
é cansar
a sorte.

⁠mal ou bem,
deseja melhor
quem deseja
o que tem.

⁠clone:
percebo
que sou
menos eu
que meu
telefone.

⁠ando sem saco
para poesia;
por isso, espalho
tanta em revelia.

⁠na contra mão
da mudez,
a nudez do não.

⁠no que acho, nada mudo:
para tanta mudez no mundo,
a nudez da mudança é tudo.

⁠a pergunta condoída
sobre o sabor do chorado:
com tanta
amargura na vida,
para quê esse choro salgado?

⁠se quisesse Deus
que a lágrima
fosse para nós um alento,
não teria posto o sal
dando gosto ao sofrimento.

⁠saudade é dor em rio,
do olho-d'água da gente
à foz no mar do vazio.

⁠serei eu, minha gente,
um tolo a cumprir os prazos,
se o próprio tempo, ultimamente,
tem sido fiel aos atrasos?

⁠do ido assentado,
faz pouco sentido:
um doido acentuado
nem sempre édoído.

⁠coleciono
insônias de paz;
durmo pouco,
suspeito,
porque acordado
sonho mais.

em meio aos cacos
de um mundo louco,
os fracos acham
que poesia é pouco.

⁠aqui, eleitor
não é leitor.

⁠o poema lúcido
no espaço cívico
seria lúdico
não fosse trágico.

⁠hoje não vejo
um grande futuro
para a saudade

⁠escrever é entrar em casa.