Falo tanto-tanto-tanto, entretanto, permaneço silenciado.
Aprendi, de um jeito torto, confesso, a colocar um ponto final onde inúmeras vezes insisti em usar a vírgula.
Não existe milagres, não existe essa coisa de destino, nada é pra ser.
Incuriosamente a abracei, apenas desejando que toda a dor que lhe afligia fosse embora.
Afável era e com afago me conquistou, de fato, roubou meu coração.
A esperança destrói todos os outros sentimentos, por conseguinte definha e morre.
Que o amor nunca me faça mal, e que o mal jamais se transforme em amor.
O cansaço nos atinge, no entanto o sono está longe de chegar.
Amei, sem pudor, sem limites, sem escolhas; amei apenas pelo gosto de fazer alguém feliz.
Pode ser, então, que em um fim de tarde sem desejar nem almejar mais nada ela consiga encontrar a felicidade.
Às vezes, penso que podia ter feito dar certo, mas será que o certo mesmo era tudo dar certo?
Que seja diferente, como antes - repetia ela - com vontade de que tudo voltasse a sua forma original.
Ela, tão igual e ao mesmo tempo tão diferente de todas, tinha uma luz e um encanto único.
Sem jeito certo nem errado, mesmo que sem jeito, desleixado, atrapalhado, suplico um amor fiel, verdadeiro e cheio de ternura.
Podia escolher qualquer sentimento, mas eu, talvez por gosto de sofrer, escolhi o amor.
Ela podia ser o que quisesse em mim, escolheu então ser partida.
Você me causava, como nenhum outro alguém, uma sensação inconspícua, suor, tremor, coração disparado e mãos úmidas; quando me dei conta já te chamava de 'meu amor'.
Eu, cansado do clichê, resolvi mudar. Arrumei as malas e fugi pra longe de mim.
Eu não preciso me descobrir, que eu me ache vez ou outra basta.
Repito e faço questão de insistir: Não amo, não amo - pausadamente, pra ver se o coração absorve.