Coleção pessoal de BrendaOliveira
Criamos um mundo onde não existe espaço para o que a gente sente e eu fico pensando sobre o que fazer com isso que teima em não deixar de existir.
Ainda não existe um tempo onde você não esteja, mesmo quando continua ausente.
Ainda não existe um lugar onde eu não te sinta, mesmo quando distante.
Ainda não existe um lugar onde esse sentir tenha deixado de fazer parte de uma parte de mim.
Faltou o ar
Faltaram palavras
Sobrou o coração acelerado
Mãos trêmulas
Um não sei o que de
algo que não sei o nome
Que não sei como começou
Não sei o que ficou
E não sei como termina
Pensei que poderia me libertar fugindo, negando, anulando, esquecendo, desmanchando, desfazendo, mas nada disso foi possível ou suficiente. Hoje entendi que esse espaço é seu e que, o melhor que posso fazer é encontar um jeito da gente acontecer sem que isso me machuque. Seja bem-vindao de volta!
Tudo o que faço é para me manter em segurança.
Pode parecer frieza, esquecimento ou algo parecido, mas é justamente por entender que nada disso é possível quando o assunto é você, que decidi manter uma distância capaz de preservar minha saúde mental e emocional.
Faz de conta que eu tô dizendo agora
Tudo aquilo que eu não disse antes
Faz de conta que você tá aqui
Pelo menos esse instante
Faz de conta que você não foi embora
E que eu não precisei voltar
Faz de conta que eu não tentei
Recolocar tudo em seu lugar
Faz de conta que aconteceu
Tudo aquilo que eu sonhei
Faz de conta que eu não vivi
Tudo aquilo que eu já sei
O único lugar em que me sinto segura sendo eu, sentindo o que sinto, pensando o que penso, o lugar onde minhas estranhezas são normalizadas, o lugar onde cabem todos os excessos de mim. Excessos ou faltas?
E quanto mais me aproximo, mais percebo que não posso. Na verdade eu posso, mas receio não saber administrar.
Preciso e quero dizer
Cumprir o nosso combinado de não deixar pontas soltas
Dizer que eu queria muito ter ido
E eu poderia ter ido
Mas eu tive medo de mim
Medo das minhas reações
Temi enfrentar e não saber o que fazer depois de você.
Por outro lado eu penso se existe alguma possibilidade de que algo entre nós seja realmente normalizado. Eu acho que vai ser sempre, no mínimo, estranho. Aí depois eu penso que a gente nunca nem tentou superar as estranhezas, será que estamos apegados a isso?
Tudo o que penso em relação a você não parece certo. Faltou normalizar o normal entre nós. Aí eu sinto falta de te ver, conversar, fazer parte da sua vida de outras formas e me angustia saber que isso não vai acontecer.
Um dia batalho para não te amar,
no outro batalho para te odiar. Qual deles tem funcionado eu não sei dizer.
Depois da despedida
Lágrimas e long neck
Candy e Paolo
Teu cheiro como tatuagem
E uma passagem só de ida