Coleção pessoal de borboleta74
A crueldade humana algumas vezes é ilimitada. E de todas as coisas que sugerem medo, sem dúvida alguma é a mais perigosa - E a que mais me assusta. Algumas pessoas são cruéis por vocação; outras por intenção. Mas o importante é não fazer parte de nada disso e viver a vida com leveza e delicadeza. Só.
Nem todos os passos dados são perdidos. Normalmente eles nos levam à algum lugar. Nem que seja ao nosso próprio eu diluído.
A certeza não está ao alcance das mãos humanas. O que move o ser humano; o que faz buscar e querer encontrar o caminho é algo bem abstrato: Esperança! Talvez a esperança não lhe traga a segurança necessária para percorrer o caminho dos sonhos, mas sem dúvida, é o que desconstrói algumas incertezas e faz com que a gente avance em alguma direção.
Às vezes a linguagem do entendimento ultrapassa o simples verbalizar. E nem sempre dizer é compreender. E entrar em contato, algumas vezes, significa ouvir o silêncio do outro e decifrar suas entrelinhas. Esse é um dos inúmeros significados de sensibilidade.
A alma humana oscila entre os pecados e as virtudes. E o desejo de absolvição é um passo largo; difícil; e que requer coragem imensa para mudar a rota.
Entender o nossa lenda pessoal é tarefa árdua; encontrá-la no meio de tudo que carregamos dentro, esforço imenso. Mas não há nada melhor do que conhecer o caminho que pode nos levar aonde queremos chegar. Por isso, só por isso, vale a pena o esforço...
De todas as coisas que eu sou, a que menos consigo ser é uma definição conclusiva e definitiva. Mas acho que ninguém consegue se explicar ou se definir. Somos apenas uma sucessão de fatos e acontecimentos acumulados ao longo da vida. E isso é o que nos molda.
As vozes em mim são tantas... Algumas dizem muito. Outras não dizem coisa com coisa. Mas eu gosto mesmo é dessa interação entre o pensamento e o sentir a coisa-mundo lá fora e aqui dentro
Às vezes as minhas imperfeições humanas me fazem desacreditar que Deus existe e que realmente olhe para mim... Mas a minha esperança - que só pode ser Ele se manifestando dentro mim - me faz amar e viver por amor. E amar não é ter Deus dentro? Então: acho que estou perdoada por desacreditar de vez em quando.
Sempre mudamos os versos no meio do caminho e escrevemos uma nova história. Porque há em cada amanhecer, uma nova oportunidade de ser. E o baú da memória? Vai guardando os nossos recomeços.
Quase sem querer - à força mesmo, eu diria - descobri que a vida tem o poder de transformar essências suaves em ventania. E uma das incansáveis perguntas que faço é: Por que a vida nos molda e transforma a nossa essência?
É assim que descobrimos a verdadeira felicidade: Quando a encontramos em nós e não no outro. E só o amamos por que o amor é abrangente e se expande até lá. Mas não devemos nunca condicionar a nossa felicidade ao amor que depositamos nele - no outro. Senão, como sobreviveremos à partida? Deixaremos que leve o nosso sopro de vida?
A vida se esvazia quando a gente desacredita. E quando a gente desacredita, a gente aceita sem lutar; sem ter planos; sem ter outra mão. Aí, só restam as cicatrizes. Eu tenho razões suficientes para desacreditar no mundo. Nesse mundo de gente que foge de si; dos outros; da vida. Mas, não sei por que, ainda acredito, apesar de...
Alguns encontros trazem às nossas muitas vidas um desejo incontrolável de voltar a ser um só, até caber inteiro no outro. Esse é amor que nos leva além, sem precisarmos ser muitos para suportar o caos da vida que trazemos dentro.
Aqui dentro, algumas vezes, não corre vento; outras o sol brilha e aquece. E mesmo sem conseguir respirar quando a autopiedade resolve me sufocar, eu insisto na felicidade.
O amor não é o instante. O amor é a eternidade. E em nós, a única certeza... O amor é o que nos move; e de todas as sensações, aquela que não cansamos de experimentar.
As partidas inesperadas deixam sempre em nosso mundo uma dor aguda, chamada saudade. Algumas vezes enxergamos essa dor como algo irremediável. Mas não há nada que permaneça eternamente no mesmo lugar. Essa certeza é o que faz a gente continuar seguindo,
Em cada sol que brilha há uma nuvem que surge quando, àquele que viria eternizar o verão, resolve partir inesperadamente. E a chuva? Vem após a partida e lava os nossos medos até que o sol volte a brilhar.
Não é um sinal de fraqueza sentir as dores do mundo e chorar por elas. Fraqueza é não levantar quando a mão lhe é estendida. O que move a vida é isso: Saber que alguma coisa está lá, em algum lugar, a nossa espera. E trilhar o caminho, ainda que tropece...