Coleção pessoal de bodstein
O aético sempre foi mais pernicioso que o anti-ético pois, enquanto que este último tem consciência das próprias transgressões, o primeiro não enxerga a linha que divide a ética da não ética, o lícito do ilícito, a boa prática da ignomínia!
Não, eu não sou contra tuas posições dogmáticas! Apenas o peso que dás a elas quando as transformas em estrada que não admite bifurcação. Opto por não ser chama em meio à palha seca, e expor minhas próprias brasas a quem me ajude a extingui-las, em vez de abaná-las.
Não! Eu não sou tão corajoso como você imagina. Sou apenas persistente, e nunca desistir de tentar de novo me dá força e fôlego o bastante para não permanecer no chão!
Calcula-se que menos de 10% das pessoas enfrentam a verdade tal como é, por mais assustadora ou dolorosa que se mostre. Dentre as demais, outro décimo é das que a negarão até o último de seus dias, mas nada a lamentar neste caso, já que escolheram o próprio destino. O mais triste são os 8/10 restantes de pessoas boas que se descobrirão equivocadas até aquele exato momento, mas nunca terão coragem o bastante para confessá-lo sequer a si mesmas.
Um homem nunca será livre em não se submetendo apenas a outros homens, mas a senhores bem mais poderosos como hábitos, costumes, crenças e vícios que confunde com prazer, e em vez de dominar permite que se apropriem de sua vontade e do sagrado direito às próprias escolhas.
Às pessoas que me amam, e dizem orar por mim, digo-lhes que orem por minha autonomia – seja física ou mental, orgânica ou emocional – pois sem me sentir livre minha vida não faz qualquer sentido, e serei o primeiro a pedir para que me seja tirada de modo a não ter tempo de conhecer minha prisão.
A recusa em conhecer a verdade por medo das mudanças que irá impor é a mais desprezível dentre todas as covardias!
Por mais que insistas em comandar o mundo, a água te escapará por entre os dedos, o vento entrará por tuas frestas, e a luz invadirá a tua escuridão!
Sempre que penso na vastidão desse universo que processa a existência ao longo de um tempo não menos infinito, só me ocorre o quão privilegiados somos ao dividirmos o mesmo momento de um mesmo planeta para vivenciar, lado a lado, toda a sua plenitude!
A grande vantagem de se lidar com um burro trapalhão é a de não se precisar correr atrás dele. Acreditando poder escapar de todos, ele sempre tropeça nas próprias pernas!
Oxalá um dia consigamos moldar uma humanidade que não precise escolher entre este ou aquele ismo, mas apenas entre o que é verdadeiro e o que não é.
A esperança num Brasil real reacende todas as vezes que escutamos alguém exibindo um lado que é o mesmo de qualquer ângulo que se olhe, seja pela ótica pública quanto na privada!
Toda ciência humana só se faz confiável quando toma o aqui e agora como parâmetro para qualquer realidade que tente provar. Sempre que for utilizada para embasar conceitos definitivos se terá apenas uma nova crença – não importando sua natureza – mas nunca ciência.
O caráter é como a lâmina de uma faca que pede reação ao primeiro sinal de ferrugem: quando aparece pode ser removida com um leve passar da esponja, mas logo se integra para fazer com ela uma coisa única que não permite mais separar-se uma da outra.
E não sendo logo retirada do faqueiro a corrosão se estende a todas as que lhe estão próximas, não restando uma que não se transforme em prolongamento da que deixou de ser aço para ser ferrugem.
Em um universo todo estruturado sobre o absurdo,
não há nada mais inútil do que questionar exceções.
Quando penso em desistir lembro que não posso pensar como indivíduo, mas como espécie... E como espécie o que menos importa é o que faço, mas seu significado.