Coleção pessoal de blackballoon
É o crepúsculo de novo. Outro final. Não importa o quanto os dias sejam perfeitos, eles simplesmente têm de acabar.
Edward: “Se você pudesse ter qualquer coisa no mundo, qualquer coisa, o que seria?”
Bella: “Você.”
Edward: “Algo que você ainda não tenha.”
Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens.
O ser humano se autodenomina em uma classe diferente dos animais, independente de filogenia, mas num parâmetro de “animal racional”; e existem mil argumentos nesse sentido. Não busco uma discussão sobre isso, apenas compreender certas coisas. Que animal destrói o seu próprio habitat conscientemente? Que espécie errante é essa que prolifera desordenadamente a ponto de esgotar seus suprimentos? Que animal racional se dividi em milhões de diferentes facções, tribos, grupos...., em eterno conflito, matando-se mutuamente? ... e com o crescimento dessa violência, se sentem bem dentro de suas gaiolas cheias de chaves. As perspectivas de futuro?
Interrompendo as Buscas
Assistindo ao ótimo 'Closer - Perto demais', me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duelos, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia esse verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.
Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala, sair e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.
Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, consiga corresponder a 100% de nossas expectativas - sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco,nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duelos e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromperas buscas.
Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, motivos, desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?
Longas relações conseguem atravessar a fronteira doestranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso se chama trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que,sem se preocuparem em ser modernas ou eternas, fizeram uma daoutra seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.
minha duvida
Será que se os animais pensassem...
E os humanos fossem animais irracionais
Viveríamos em harmonia com a natureza?
Nunca desejei que houvesse um Deus para invocar - desejei frequentemente que houvesse um Deus para agradecer.
Não adormeças pensando que uma coisa é difícil, pois correrás o risco de seres despertado pelo barulho de alguém que a executa.
Ninguém tem o poder de determinar o que vou pensar de mim mesmo.
O Deus que nos deu a vida deu-nos, ao mesmo tempo, liberdade.