Coleção pessoal de bibianabenites
Que eu nunca perca essa mania de desenferrujar sorrisos por aí. Que eu continue colhendo. Acreditando. Sonhado. Que pessoa alguma me faça amarrar a tristeza dentro. Porque de agora em diante, eu quero mais. Gente que me acrescenta. E menos. Bem menos sentimentos e/ou pessoas, que me diminuem.
Existia um transe tão bacana entre a gente. Existia sintonia. Existia uma 'coisa' que pouco a pouco ganhava movimento. Existia eu e você. Existia Poesia, moço. Existia uma vontade, tão bonita, de que desse certo.
Sentimental é pouco pra mim. Eu sinto tanto pelo outro. Pela dor dele. Pela perda dele. Pela solidão dele. E sofro tanto com isso, também. Por ser assim: extremamente exagerada no quesito sentir.
Quando eu olhei pra ele, pensei baixinho: - Era daquele abraço que eu estava precisando. E dele. Dos dois. E só.
Moço, obrigada por entender que aquele dia, o meu silêncio só precisava 'conversar', de rosto colado, com o teu.
Não é birra, teimosia ou autossuficiência. É que eu apenas não te quero mais. Eu não quero mais você esparramado nos meus discos. No meu quarto. Entre os meus livros. Na minha vida.
E foi quando eu descobri que já te conhecia. Mesmo antes de te conhecer. E já te amava. E já te queria perto. Porque era você. Era nós.
E eu te quis por perto. Eu te quis. E isso tocou diferente de todos os meus quereres anteriores. Você tocou. Você, moço, veio com a intenção de ficar. E ficou.
Bem que eu queria que tivesse sido só uma brincadeira. Assim a gente se poupava de sofrer tanto no fim. Mas não. Foi mais. Foi amor.
Era só daquele abraço e daquela mão, entrelaçada na minha, que eu precisava. Era de você, moço. Era daquele sorriso, tão largo e tão teu, vindo de encontro ao meu. Lindo sorriso.
Se quer vir que seja para transbordar, colorir, perfumar. Mas nem chegue se for pra deixar o gosto ácido de saudade na boca depois.
Caio Fernando Abreu nos diria: 'Desapegue. Pessoas gostam do que não tem!'.
Em outras palavras: Se você estiver sempre disponível, ele não vai te querer. É isso.
Arriscamos o abandono do nosso jardim de certezas, jardim de risadas, de mimos. Tão nossos. Sim, eu e aquele moço tivemos muitos. De todos os timbres. De todos os jeitos. Caras e bocas. Éramos festa. Fazíamos uma, juntos.