Coleção pessoal de biamarinho
Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos.
E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nesta saudade
Que eu sinto de tudo
Que eu ainda não vi.
Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela.
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
O prazer do amor é amar e sentirmo-nos mais felizes pela paixão que sentimos do que pela que inspiramos.
Loucos e Santos
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.
A amizade consegue ser tão complexa.
Deixa uns desanimados, outros bem felizes.
É a alimentação dos fracos
É o reino dos fortes.
Faz-nos cometer erros
Os fracos deixam se ir abaixo
Os fortes erguem sempre a cabeça
Os assim assumem-nos.
Sem pensar conquistamos
o mundo geral
e construímos o nosso pequeno lugar,
deixando brilhar cada estrelinha.
Estrelinhas.
Doces, sensíveis, frias, ternurentas.
Mas sempre presentes em qualquer parte.
Os donos da amizade.
É difícil ver alguém triste. É difícil ver alguém passando por algo, e não achar aquela palavra certa para confortar.
É difícil estar longe e não poder dar um abraço de verdade, e por um momento olhar nos olhos, agradecer por tudo que fez por você. Se eu pudesse jamais deixaria pessoas que gosto sentir isso.
Eu ando descalça porque amo a liberdade, amo sentir onde estou pisando. Sou simples, e o simples me possui. Adoro tomar sorvete no frio, e sair que nem uma louca no meio da chuva mesmo sabendo que posso ficar resfriada. Adoro ser simples, pois sempre tive pouco, e mesmo tendo acesso ao conforto, não ligo se tiver menos. Faço de tudo uma eterna festa!
Muitas vezes olhei para o céu e achei que seria pra lá que eu iria. Muitas vezes vi o sol e achei que se estivesse lá no infinito poderia não aguentar o seu calor. E outras lembrei das nuvens e a chuva cai. Medo senti, seja na vida ou na morte quando assim pensamos temos medo mesmo.