Coleção pessoal de bellechefa
É perdendo o apoio que a gente descobre que o resto do mundo não para só porque nosso mundo parou. A gente vai aprendendo a viver assim, na marra, no grito, no sufoco, no impulso, e tenho repetido que no que depender de mim, me recuso a ser infeliz.
Pode contar comigo, menina. Aliás, quero que você conte comigo. Conte comigo quando for desabar, quando for dançar, quando for fazer algo que necessite de companhia. Conte comigo quando precisar confiar em alguém ou simplesmente chorar num ombro seguro. Eu quero ser seu porto seguro, seu nó de marinheiro. Eu quero tirar essa sua âncora pesada do fundo do mar e te deixar navegar sem ressentimentos por aí. Seja comigo, seja com quem te faça feliz de novo. Eu quero ser bom para você, menina. Porque ninguém no mundo é como você, meu bem.
Parece absurdo que alguém possa sofrer num dia de céu azul, na beira do mar, numa festa, num bar. Parece exagero dizer que alguém que leve uma pancada na cabeça sofrerá menos do que alguém que for demitido. Onde está o hematoma causado pelo desemprego, onde está a cicatriz da fome, onde está o gesso imobilizando a dor de um preconceito? Custamos a respeitar as dores invisíveis, para as quais não existem prontos-socorros. Não adianta assoprar que não passa.
Dizem que estou louco
Por te querer assim
Por pedir tão pouco
E me dar por feliz
Em perder noites de sono
Só para te ver dormir
E me fingir de burro
Para você sobressair
Dizem que estou louco
Que você manda em mim
Mas não me convencem, não
Que seja tão ruim
Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem para receber
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê
Dizem que estou louco
E falam para o meu bem
Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer
Que a dor no fundo esconde
Uma pontinha de prazer
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê
Quem me dera, ao menos uma vez, ter de volta todo o ouro
que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova
de amizade se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Acaso, creio que não há resposta mais sútil para responder o que há de mágico em nós. Fiz uma aposta com o destino, se eu não apaixonasse-me eu seria dona do meu caminho, trilharia, e escreveria o meu próprio caminho, minha própria história, com tudo se o destino vencesse eu estaria presa ao amor para toda minha vida a diante. Dito e feito, fui fisgada pelo amor, o destino venceu, logo eu que dizia-me impermeável a sentimentos. Em uma das esquinas da vida esbarrei-me em ti, aquele olhos brilhantes traziam a luz da tua alma, teu cabelo penteado com gel que mais parecia que tua mãe havia penteado lhe, sorriso torto e boca ressecada e rosada, pele morena clara como café com leite. Você com aquela voz engraçada, rouca e um pouco grossa que se tonara música aos meus ouvidos, músicas doces, mas também havia o Rock n’ Roll de teus gritos desconfortantes, se nem nossos nomes combinavam-se imaginara nosso eu em si, quão diferentes, bem que já me disseram que os opostos se atraem, creio que não há melhor explicação para o nosso caso, acaso, romance, amor. Creio que estou apostando todas minhas expectativas em ti, talvez esse seja meu maior erro, mas a adrenalina é algo que sempre me interessou muito. Hoje foi o dia, o dia do qual nunca sonhei, nunca esperei, o dia do qual eu acreditei não existir para mim, se me permitem irei vos contar, mas tenha calma, e não se enjoe ou sinta repulsa se ficar meloso demais, afinal o amor é tão doce, na verdade um chocolate-amargo. Um dia normal, eu estava o esperando como sempre, o relógio marcara dezessete da noite e alguns minutos, eu estava usando meu vestido azul que batia nos joelhos, posso dizer que estava apresentável e queria chamar a atenção de meu amado afinal azul era a cor favorita dele, dizia ele lembrar o céu, o céu o tranquilizava e acredito-me que nada mais queria ser que um céu de serenidade em tua vida, pude vê-lo chegar pela janela, ele estava com um ar de insegurança, mas um sorriso incomum como aquele do dia em que nos conhecemos, como no dia em que perdi a aposta para o destino, dádiva poder observar aquele sorriso vindo até mim, ele trazia flores, as tais rosas vermelhas das quais são minhas preferidas, ele estava desajeitado, e o cabelo com gel estava despenteado como se houvesse passado por um furacão, e confesso que gostei daquilo, o charme dele era inevitavelmente encantador. Pude perceber que ele demorou um pouco para pater na porta, não havia campainha afinal aquele barulho e irritava, o barulho ao bater na madeira era mais agradável, mas ele finalmente bateu calmamente, não foi necessário bater mais de três vezes corri em direção à porta e nem me lembrei de me olhar no espelho, estava ansiosa para saber o que me aguardava, segurar aquele buquê e pular nos braços do meu amor, contar lhe que preparei o jantar e a lavaríamos a louça juntos, afinal nada mais que justo, então abri a porta, os olhos dele brilhavam cada vez mais, tuas mãos estavam tremulas, ele respirou fundo, me fitou com os olhos e fatalmente em troca recebeu um sorriso meu, sorriso singelo nada escancarado para que ele não percebesse o quão estava contente, mas não pude conter e sem perceber estava com um sorriso imenso em meu rosto, ele baixou a cabeça, tirou uma aliança do bolso, não havia brilhantes era apenas uma aliança comum, ele se ajoelhou e disse “Aceita se casar comigo?”, tua voz não soou como sinos de igreja ao meu ouvido como sempre diziam-me que seria, sinceramente apenas ouvi uma melodia calma e bela, apenas estiquei minha mão direita e sorri, creio que não precisou de mais nada para que ele soubesse que minha vida estaria totalmente entregue a ele para a nossa eternidade.
Admito que doeu, que me sufocou. Admito que eu não sabia pra onde correr. Admito que me consumiu, que me corroeu, que me despedaçou. Mas também admito me fez olhar pra frente e entender que tudo nessa vida tem uma razão, e que se você se machuca muito, começa a não doer mais tanto.
A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...
Tudo bem!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
A gente reclama muito da dependência, mas como é maravilhosa a dependência, confiar no outro, confiar no outro a ponto de não somente repartir a memória, mas repartir as fantasias. Confiar no outro a ponto de esquecer quem se foi assim que o outro esteja junto, é talvez chegar em casa e contar seu dia e só sentir que teve um dia quando a gente conta como foi. É como se o ouvido da outra pessoa fosse nossos olhos. Amar é uma confissão. Amar é justamente quando um sussurro funciona melhor que um grito. Amar é não ter vergonha de nossas dúvidas, é falar uma bobagem e ainda se sentir importante. É lavar louça e nunca estar sozinho. É arrumar a cama e nunca estar sozinho. É aquela vontade danada de andar de mãos dadas durante o dia e de pés dados durante a noite.
Uns vão, uns tão, uns são, uns dão, uns não, uns hão de. Uns pés, uns mãos, uns cabeça, uns só coração.
O tempo passa.
Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. Passa do modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa.
Até para mim!
Como quando alguém entra na sua vida, e metade de você diz que não está nem um pouco preparado. mas a outra metade diz: faça que ela seja sua pra sempre.
Incomoda essa galera se incomodando com gay. Vai se incomodar com ladrão, vai se incomodar com bandido, ou vai se incomodar com você mesmo, com seu tipo de atitude imbecil.