Coleção pessoal de bellablanco
Detesto permanecer igual por muito tempo. Abomino a constância. E isto me torna uma metamorfose ambulante. Detesto tanto que quando o fato de viver em mutação se torna uma mesmice, acabo aderindo a constância... só para fugir do invariável.
Sinto com eternidade tudo aquilo que sei que é momentâneo. E às vezes sinto apenas momentaneamente tudo aquilo que tem possibilidade de ser eterno.
Os que não se apaixonam profundamente, não são insensíveis. São apenas destituídos de imaginação para tanto.
Perdi as contas de quantas vezes morri com minhas paixões. Quantas vezes morri sem volta... e voltei.
Ah, a paixão! O climax da agonia da fenix; o momentaneo Eros eterno; o transtorno obsessivo compulsivo; a dopamina e a endorfina; o primeiro suspiro ou o padecimento de uma alma.
Nefasto este meu desejo pelo teatral romantismo. Quase um suicídio da alma. É jogar-me de um abismo e procurar a calma... No fundo, no chão.
(...) Corro tanto, e, aí, me freio. Desato todo o laço, depois retorna meu anseio. Anseio de te ter, sem pretensões de esquecer.
Sei que não é simples. Não existo em ti unicamente e nem tu em mim somente. Só em fases. Apenas um quase. Um quase ser, quase vivo.
(...) E assim será todo dia. Todo misero dia... até padecer, ou até o amor voltar, mas isso só se ele aguentar mais um dia dentro de mim.
Ficou tudo tão, aparentemente, vazio...
Quando pararam todos os gritos internos.
Havia me acostumado com o tumulto aqui dentro,
e agora tudo estava mudo.
Tu me tiras o entendimento,
E, exatamente, por não entender...
Que sei que és tu.
Pois sei...
Só me sinto, fragmentadamente, plena com você.