Coleção pessoal de Barbaraalbach

61 - 80 do total de 165 pensamentos na coleção de Barbaraalbach

É uma época muito difícil para ser uma pessoa, apenas uma pessoa real, de verdade, em vez de uma coleção de traços de personalidade escolhidos de uma interminável máquina automática de personagens. E se todos nós estamos atuando, não pode existir algo como uma alma gêmea, porque não temos almas genuínas.

Descubro cada vez mais que o paraíso são os outros. Vi num livro para adultos. Li só isso: o paraíso são os outros. A nossa felicidade depende de alguém. Eu compreendo bem.

Só se nos detivermos a pensar nas pequenas coisas chegaremos a compreender as grandes.

"...é bem certo que as palavras nunca estão à altura da grandeza dos momentos."

O bem e o mal não existem em si mesmos, cada um deles é somente a ausência do outro.”

Os únicos interessados em mudar o mundo são os pessimistas, porque os otimistas estão encantados com o que há...

Eu sou contra a tolerância, porque ela não basta. Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro. Sobre a intolerância já fizemos muitas reflexões. A intolerância é péssima, mas a tolerância não é tão boa quanto parece. Deveríamos criar uma relação entre as pessoas da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância.

Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida.

Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não.

Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.

Costuma-se dizer, dêmos tempo ao tempo, mas aquilo que sempre nos esquecemos de perguntar é se haverá tempo para dar.

Damos voltas e voltas, mas, na realidade, só há duas coisas: ou escolhes a vida ou afastas-te dela.

A vida é assim, está cheia de palavras que não valem a pena, ou que valeram e já não valem, cada uma que ainda formos dizendo tirará o lugar a outra mais merecedora, que o seria não tanto por si mesma, mas pelas consequências de tê-la dito.

Se não disseres nada compreenderei melhor [...], há ocasiões em que as palavras não servem de nada.

- Responsabilidade de quê?
- A responsabilidade de ter olhos quando os outros perderam.

Nós temos sempre necessidade de pertencer à alguma coisa; e a liberdade plena seria a de não pertencer a coisa nenhuma. Mas como é que se pode não pertencer à língua que se aprendeu, à língua com que se comunica, e neste caso, a língua com que se escreve?

Se o leitor, o leitor de livros; aquele que gosta de ler, não se limitar à quilo que se faz agora, se ele andar pra traz e começar do principio, e poder ler os primitivos e os grandes cronistas e depois os grandes poetas, a língua passa a ser algo mais que um mero instrumento de comunicação, transformando-se numa mina inesgotável de beleza e valor.

A melancolia é a felicidade de se ser triste.

Não fiz perguntas. Tudo o que eu queria saber estava escrito em frases torturadas através da desolação do seu rosto.

Só num mundo de cegos as coisas serão o que verdadeiramente são.

...pensava que o pior de todos os muros é uma porta de que nunca se tem a chave, e ele não sabia onde a encontrar, nem sabia sequer se tal chave existia.
(O homem duplicado)