Coleção pessoal de Barbaraalbach

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O bem e o mal não existem em si mesmos, cada um deles é somente a ausência do outro.”

Os únicos interessados em mudar o mundo são os pessimistas, porque os otimistas estão encantados com o que há...

Eu sou contra a tolerância, porque ela não basta. Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro. Sobre a intolerância já fizemos muitas reflexões. A intolerância é péssima, mas a tolerância não é tão boa quanto parece. Deveríamos criar uma relação entre as pessoas da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância.

Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida.

Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não.

Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.

Costuma-se dizer, dêmos tempo ao tempo, mas aquilo que sempre nos esquecemos de perguntar é se haverá tempo para dar.

Damos voltas e voltas, mas, na realidade, só há duas coisas: ou escolhes a vida ou afastas-te dela.

A vida é assim, está cheia de palavras que não valem a pena, ou que valeram e já não valem, cada uma que ainda formos dizendo tirará o lugar a outra mais merecedora, que o seria não tanto por si mesma, mas pelas consequências de tê-la dito.

Se não disseres nada compreenderei melhor [...], há ocasiões em que as palavras não servem de nada.

- Responsabilidade de quê?
- A responsabilidade de ter olhos quando os outros perderam.

Nós temos sempre necessidade de pertencer à alguma coisa; e a liberdade plena seria a de não pertencer a coisa nenhuma. Mas como é que se pode não pertencer à língua que se aprendeu, à língua com que se comunica, e neste caso, a língua com que se escreve?

Se o leitor, o leitor de livros; aquele que gosta de ler, não se limitar à quilo que se faz agora, se ele andar pra traz e começar do principio, e poder ler os primitivos e os grandes cronistas e depois os grandes poetas, a língua passa a ser algo mais que um mero instrumento de comunicação, transformando-se numa mina inesgotável de beleza e valor.

A melancolia é a felicidade de se ser triste.

Não fiz perguntas. Tudo o que eu queria saber estava escrito em frases torturadas através da desolação do seu rosto.

Só num mundo de cegos as coisas serão o que verdadeiramente são.

...pensava que o pior de todos os muros é uma porta de que nunca se tem a chave, e ele não sabia onde a encontrar, nem sabia sequer se tal chave existia.
(O homem duplicado)

às vezes perguntamos-nos por que tardou tanto a felicidade a chegar, por que não veio mais cedo, mas se nos aparece de improviso, como neste caso, quando já não a esperávamos, então o mais provável é que não saibamos que fazer, e não é tanto a questão de escolher entre o rir e o chorar, é a secreta angústia de pensar que talvez não consigamos estar à altura.

"basta-me o que tenho agora, estar aqui deitada, sem nenhum futuro"

Os momentos perfeitos, sobretudo quando raiam o sublime, têm o gravíssimo contra da sua curta duração, o que, por óbvio, dispensaria ser mencionado se não fosse a circunstância de existir uma contrariedade maior, que é não sabermos o que fazer depois.

O escritor é um homem que mais do que qualquer outro tem dificuldade para escrever.