Coleção pessoal de Babiw
Estou me aperfeiçoando. Ainda intensa, mas menos impulsiva. Ainda ansiosa, mas com menos expectativas. Me desconstruindo aos poucos pra fazer algo melhor de mim mesma, e despertar o melhor de você. Você só percebe que precisa mudar quando suas escolhas já não te fazem sorrir depois de 24 horas. Eu quero sorrir ao teu lado, mesmo que para isso eu tenha que ser menos eu. Veja bem, me desconstruirei por você, e pra você. Mas se for preciso, desconstruo nós dois, e começo tudo de novo, porém, apenas por mim mesma.
P.S: Funciona mais ou menos assim. 00:05 am, eu vejo os olhos - olhos castanhos - quase sempre atentos, e então, pra qualquer outro lugar que eu olhe eu não enxergo nada; 00:06 am, eu ouço a voz, - quase sempre firme - e então, presto mais atenção no tom do que nas palavras; 00:09 am, eu observo o contorno da boca, - quase sempre com um sorriso - e então, esqueço a cor dos olhos; 00:12 am, sinto as mãos, - quase sempre quentes - e então, desisto de falar qualquer coisa. 00:14 am, eu abraço forte, e então, parece sempre possível chegar mais perto. Já são quase 3:00 am - é segunda-feira - e então, nunca parece ser tempo suficiente.
E eu estava naquela fase entrelinha, envolvida num rolo inconstante, sendo convidada a iniciar algo novo em que dizer não podia ser um erro, e dar um sim podia ser pior ainda. Aquela sensação de esperando o passado explodir pra começar outra história. O problema é que depois de tantas explosoões, adquiri uma defesa natural contra finais, e agora, mais do que nunca, as coisas nunca iam pelos ares. E eu estava presa naquela história. Por vontade própria, mas sem querer. Eu não sabia o que era pior, me privar da droga que inconstancia dele era, e tentar algo novo, mesmo sabedo que daria errado. Ou me viciar um pouco mais a cada semana.
Então ao invés de lembrar das falhas, pensei no sorriso e na maneira como ele sentava com a perna embaixo do joelho, recordei a sensação de arrepido de quando ele colocava a mão da minha nuca, e em como eu adorava a maneira como ele arrumava o cabelo. Tudo isso foi motivo o suficiente pra eu esquecer o meu pedido pra Deus de que ele sumisse da minha vida e da minha mente.
Quase eu consertei, quase deu muito certo.
Quase te fiz feliz, quase eu te fiz muito feliz.
Quase um ano, quase a gente faz aniversário.
Quase fomos fortes, quase fomos muito fortes.
Quase durou, quase durou muito tempo.
Quase foi uma história, quase foi uma longa história.
Ou não.
(...) lá estava eu, discando aqueles números decorados tanto quanto meu nome, e torcendo pra ninguém atender, e eu poder dizer a mim mesma de que pelo menos eu havia tentado! Mas, pra minha coleção de situações patéticas, ele havia atendido o telefone com voz de sono, não disfarçando em nada o mau humor.
Não escrevo para que os outros me entendam. Escrevo apenas para tornar as coisas reais, Eu Me Escrevo.