Coleção pessoal de AZEVEDODouglas

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Conexão de ruas e praças vazias

É pelo canal de poesia
É pela foto do teu dia
É pela lua nova que brilha
E também o Sol que arde e irradia
Onde está minha conexão

É pela flor que gira
É pela frase repetida
É pela falta e agonia
À espera de uma declaração
Onde sinto um coração

É pelo café na xícara
É pelo perfume guia
É pela terra úmida e fria
Na chuva que amanhecia
Onde sinto ventar recordação

É pela vista insensata
Incansável e iludida
Encontrar-te em tudo
Pois uma vez
Tudo em ti já encontrei
Minha mente é guarnecida
Pela imagem desse sonho rei.

Seu beijo sumiu do meu rosto,
Meu sangue subiu à cabeça,
Queria olhar pra você,
Mas sem ter que olhar para trás

Meu sorriso não é tão largo,
Estou feliz mas às vezes choro,
Jogo meu corpo no espaço
Ah! Hoje faz...
Hoje faz Um dia lindo de morrer...

Ah eu poderia até descrever, mas não seria tão transparente quanto viver.

Os outros leriam e não achariam nada de mais: uma bicicleta e dois amantes no parque em tempo chuvoso...
Enquanto eu recusaria a admitir que achassem pouco disso ao ler, porque somente quem vive bem o dia sabe que não é dele que depende a alegria que a gente sente, nem tanto do ambiente, mas das idéias que você traz, do bem particular que você doa, daquele riso à toa, da companhia capaz.

Escrever seria apenas a aparência. Percebe a diferença emotiva entre ler que a famosa passa as férias no Canadá e você e sua família lá estar (ou mesmo num bar ou na sala de estar)?

É um segredo da vida que nem mesmo a filosofia pode bem descrever, mas é mais da filosofia que você precisa para bem viver.

Deixe, deixe a vontade fluir, deixe que o momento defina por si só sua importância e quando te perguntarem se o dia foi bom, responda que fez o melhor que podia fazer.

Lampejos da sombra

[...]
Quando não tiveres mais nenhum objetivo, quando perderes todas as tuas crenças e a tua fé, quando não enxergares utilidade em crescer, pois desprovido de sonhos e, tudo que já tiveres contigo começar a nada significar, então não verás sentido em nenhuma convenção social humana, perderás a alteridade, a moral, o amor, a ética e, finalmente, perderás ação na vida, ou nenhuma das tuas terão um motivo, uma direção.

Três mil suspiros

Pressinto
Perto
Recinto
Vazio

Preciso
Tudo
Longe
Caminho
...
Escondo
Cresce
Sentido
Perdido
...
Encontro
Nasce
Momento
Querido
...
Vivo
Caído
Continuo
Contigo
...
Perdido
Esgoto
Todo
Sentido
...
Respiro
Mofo
Lembro
Sobrevivo

Só implanta o caos quem o tem dentro de si.

Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Que isso seja poesia algum dia, pois hoje não é

Depois de espasmos conscientes demais
Caminhar que já fora algum remédio
Trouxe-me vontades súbitas de cair
Naqueles asfaltos aquecidos pelo sol
E fricções das rodas
A ponte que ontem recebera minha arte
Hoje pareceu tão rente as avenidas abaixo
Que pareceu uma escada que chamava
Meu semblante senil esforcei para quietar
Mas como impossível é frear esses pensamentos
Ele sempre voltava reclamando da enxaqueca
Os cães vizinhos que sempre
Sempre latiam enraivecidos ou brincalhões
Quando eu chegava
Hoje pareciam ver apenas um fantasma
Um morto a entrar psicótico em sua casa.
Paralisados de perplexidade pela incomum e agoniante expressão de um conhecido
Porem agora, um louco pedindo ajuda
Porém com medo de enlouquecer os seus
Foge
Foge
Foge
Pra fora de si
Sem conseguir

Por que nos conhecemos? Por que o acaso o quis? Foi porque através da distância, sem dúvida, como dois rios que correm a unir-se, nossas inclinações particulares nos impeliram um para o outro.

Quem vive em solidão se diverte na ilusão.

Um propósito pode ser, às vezes, tão incomum, puro e grandioso em sua subjetividade e planos que, por sua aparência exterior e, por ser obrigado pela escassez material da realidade a adotar parcialmente os meios comuns tradicionais para se perpetuar, será automaticamente rotulado, generalizado e então julgado comumente pelas pessoas que confiam nessa equivocada lógica humana racional para, finalmente, arruiná-lo ou prejudicá-lo barrando a sua realização tendo como justificativa unicamente que, “por ser isso, terá isso (ou vice-versa)” ou “por se apresentar tal forma, obrigatoriamente deverá conter ‘esses’ elementos e/ou se regerá por ‘essas’ regras”.

Essa maneira de raciocinar pareceria muito célebre, se não se escondesse sob máscaras de políticas padronizadoras quase imperceptíveis aos próprios que as movimentam (nós), fazendo do desenvolvimento social um mito e transformando bons propósitos em desvios que devem ser hostilizados.

Que, por imaginarem ser a realidade tão padronizada quanto suas mentes, condenam propósitos maiores por elementos rejeitados socialmente que “muito provavelmente” estariam lá.
Julgando falsas realidades, gerando consequências reais.

"A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.

Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?"

Incontentado

Paixão sem grita, amor sem agonia,
Que não oprime nem magoa o peito,
Que nada mais do que possui queria,
E com tão pouco vive satisfeito...

Amor, que os exageros repudia,
Misturado de estima e de respeito,
E, tirando das mágoas alegria,
Fica farto, ficando sem proveito...

Viva sempre a paixão que me consome,
Sem uma queixa, sem um só lamento!
Arda sempre este amor que desanimas!

E eu tenha sempre, ao murmurar teu nome,
O coração, malgrado o sofrimento,
Como um rosal desabrochado em rimas.

Temos várias oportunidades de um final feliz, mas um final nunca nos agradou muito.

A gente sempre foi bom um pro outro.
Eu bom em mentir, ela boa em cair.

Pode vir bêbado que eu estou curioso

Que a coragem para ajudar seja tão grande quanto a coragem para julgar.

Eu tenho muita vontade de soltar um tiro na minha cabeça. Quem sabe eu esqueça de tudo e venha descansar? Kkkkkkk Mas, ao mesmo tempo, eu tenho tanta vontade de que alguém me conheça como você começou a conhecer. Na realidade, de você, a única coisa que eu quero que termine um dia, é que você e eu terminemos de nos conhecer, mesmo que dure a eternidade Kkkkkkkk
E, se por cada frase eu sorrio ou dou até gargalhadas kkkkk, é pra que você se lembre que já me conhece e que ainda nos gostamos de nos conhecer, somos inovadores e interessantes, vivemos trocando palavras, risadas e experiências, mas o melhor é quando vivemos a mesma coisa e ainda assim percebemos, cada um de uma forma, lembrando que fomos feitos para nos abraçarmos, completando a quentura de que o coração de todos enamorados pedem para bater.

Kkkkkkk Eu gosto tanto das suas manias e mais de como elas começam a surgir, ou quando eu começo a perceber a regularidade delas... kkkkkkkkkkkkkk “Eu não” kk e morde, morde as unhas, e quando o pensamento mal chegou e você já quase dá um salto ou vira-se repentinamente pra falar, abre a palma da mão pra chamar atenção. Kkkkkkk Estala mil vezes o mesmo dedo, repugnante! Por isso tem os dedos dos pés tortinhos kkkkkkkkkkkk Mas era tão bom dar as mão pra eles! Kkkkkk E quando você caía tão bem quando eu apontava pra algo e você olhava deixando o cangote à vista e gosto, hmmmm. A piscadela exagerada e as composturas estranhas e tem ainda o jeito lento de comer pão kkk
Vou parar por aqui sobre essas manias kkkkkkkkkkk’

Aaah, escrever isso já me fez bem alegre, vou ficar lembrando durante o dia, então, de começo eu ia escrever mais e mais, até chegar em nossas tramas, dramas e segredos, somente pra descarregar magoas e pesos. Mas nem preciso mais, olha o animo que você me traz! Minha áurea está reluzente porque sei que te conheço o bastante para que me faça bem feliz, o desconhecido fica interessante frente essa matriz. Acho que estou até rimando de alegria, podia ser assim todo dia. Quero terminar de te conhecer, por isso, estou terminando aqui essa carta, parcialmente kkkkkkk. Olha o beijo !

Amantes à margem da amor

Oi, quanto tempo não lhe vejo. Que estranho é escrever esse texto, estamos parecendo tão distantes, nossas conversas não parecem ter a mesma mensagem, reinado de pronomes impessoais, perguntas mascarando propósitos maiores, resquícios tímidos de esperança na tentativa de restabelecer a força do elástico afrouxado do nosso elo. Ainda o temos, é verdade, mas agora é só um cordão, um cabo de aço talvez que, mesmo conectado está tão extenso que não podemos ver onde a outra ponta termina, onde se encontra, e temos medo de segui-la, ainda que vivamos presumindo os vários lugares muito prováveis de encontrá-la, temos o receio de quebrar uma promessa falida, de deixar que nosso desejo flua bravamente interrompendo esse período, a ausência, e, finalmente, seja ele novamente barrado.

E agora sinto que o desejo está se sentindo desacreditado nesse coração, mesmo que seja o mais querido, eu já não tenho mais como satisfazê-lo e ele insinua ir embora, seja sumindo, seja migrando ou se transformando, eu realmente não faço ideia, sei apenas que se não se satisfez enquanto esteve comigo, não vai permanecer em meio a nosso novo e estranho modo de se comunicar. Creio que ele se sinta demasiado reprimido e ofendido sob esse reinado do tempo, principalmente pela formalidade de contato, vezes ele grita, consome as lembranças, mas de nada adianta e só o frustra mais saber que a fonte está sendo negada. Por isso, penso que manter um contato dessa forma é coagir um gigante imensurável a caber num duto de dois centímetros de diâmetro. Muito estranho.

Penso também que nossa afinidade está arraigada na carne, isto é, no cósmico-biológico que se influencia reciprocamente, mesmo que não tenha sido sempre assim, no começo, pode ser que o que sinto por você agora é parte imanente de mim. Eu sei que é conexão, e ainda que pareça coincidência, essa, por sua vez, não é mais que uma conexão não esclarecida, um impulso “involuntário”, como uma lembrança que deletada deixa sempre o rastro de suas consequências emotivas, impossíveis de suprimir, exemplo muito expressivo disso dado no filme: “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”. É por isso que saem pesquisas cientificas afirmando que passamos a nos parecer, até fisicamente, com quem tivemos muita proximidade e convivência e com quem temos muita afinidade. Aquele beijo nosso que era capaz de desligar o mundo, de trazer a paz e apontar a conexão existente mais rápido que qualquer palavra, qualquer. Isso porque, quero explicar, beijar envolve doar nossos insumos gênicos, nossa biologia, como se cada célula do corpo e da boca se cumprimentassem com o DNA mais adequado ou semelhante, compositor de ritmos e, veja, que nada dessa natureza muda com frequência, ao contrario são as palavras, tão fluidas, conformadas muitas vezes, tênues e até mesmo inexpressivas dessa conexão que existe, ainda também existem nossos comportamentos contraditórios, inundado de preconceitos, de ansiedades, de deferência, de expectativa de que sejamos vistos de uma forma desejada (conforme a expectativa do outro) se agirmos contidamente construindo assim uma “fachada” do próprio eu, tudo facilmente manipulado por nós e pelos outros. O incrível é que essa intimidade entre nossas almas, entre nosso maná individual e a biologia dos seres não é alcançável volitivamente, ainda que saibamos algumas definições e interferimos em algo, é sempre limitada nossa interferência consciente enquanto estamos sempre sob a regência dessa ordem. É impossível fugir. Relendo a tragédia grega de Édipo, enxergamos que devíamos ter consciência do destino, das coisas relativamente intangíveis do universo. O que nos une já não é mesmo humano, simplesmente.

Então, desconheço qualquer fator que nos impute à estranheza e formalidades cabíveis apenas entre desconhecidos que não seja fruto único e exclusivo de nossa diligência sobre o comportamento, a qual me esforço em repudiar quando incoerente com a vontade essencial, responsável pelo próprio inicio dessas conversas, incoerente, finalmente, com o destino e, que quando essa situação se repete, reforço, essa vontade se sente ofendida e prejudicada.

Não parece haver outra saída, era e é provável que esse período apresentasse muitas mudanças, que eu contraia relacionamentos, por exemplo, apesar de que já se passarão quatro meses assim e nada relevante tem acontecido, muito por causa nossa, por causa do descrito no ultimo texto deixado em seu e-mail e por seus artifícios que me chamam a atenção. Eu gosto assim. Como dito, vou fazer o máximo para conseguir e quando, por desventura, estiver lhe perdendo, vou procurá-la, como tentativa última desesperada, independente da situação que se encontre. Quero deixar claro ainda que se aparentar que estamos muito distantes, um de nós pode sempre se manifestar, pelos locais que conhecemos e como tem ocorrido ou de outra forma que indubitavelmente precisemos e queiramos muito, sempre, com carinho que nos é imanente e assim restabelecer a segurança de fé que nossas crenças e devaneios humanos nos tiram.

Lembrete: Nenhuma das palavras escritas que direciono para você se assemelha as características que mencionei atrás, as palavras que escrevo para você, antes de tudo, são constituintes e resultado direto da vontade do destino, da sentimentalidade permanente, ou pelo menos, se esforçam por assim bem traduzir. Sei que você sabe bem disso e eu não poderia terminar sem dizer um Eu te amo, frase que mais fielmente representa o teor e intensidade dessa conexão... Eu amo, amo, amo muito você!

O amor dispensa formalidades, dispensa a margem, ele quer usar de todo e qualquer vocabulário, de toda extensão de terra e céu, o centro e os lados.

Amor eu sinto a sua falta, e a falta é a morte da esperança.