Coleção pessoal de ascaldaferri
A inversão de valores chegou ao amor. Pouco importa quem te ama e muito importa qualquer um. Se perde o importante e fica com o que não vale. Escolha estranha pra humanidade olhando do meu disco voador. Esquecem de manter o que já conquistaram e se não mantem perdem para uma jardineira melhor. Pois o jardim floresce cuidado e morre ao contrário. Povo estranho estes humanos. Carentes em tempo integral.
O amor sozinho queima como o fogo ateado ao mato seco. Acompanhado aquece e aconchega na fogueira a dois na noite vendo a lua e as estrelas. Amar sozinho não me serve. Nasci para trilhas que se cruzam para perder o fôlego no respirar do beijo na boca dela. Da energia que se mistura dos nossos corpos. Quanto mais, mais me dou. Quanto menos, menos estou e me vou.
Ir estando no mesmo lugar. Ir, pois é preciso se retirar, mas estar comigo mesmo em todo lugar. Os lugares são os mesmos, pois a rotina esta no dia a dia, mas lugares novos para visitar também me levo para passear. Talvez novas companhias, mas uma sempre esta que sou eu a me acompanhar.
Quem quiser vir comigo enquanto amor pode ficar, do contrário escolho sozinho continuar.
Ser
Sou apenas o reflexo do que voce é para mim. A sintonia das ondas que recebo de ti. A energia de que voce me alimenta. O calor que voce me entrega. Sou assim como um bumerangue que retorna para ti como voce o lanÇou. Um Ogro no Pantano com um casebre onde a magia esta em refletir o que voce me entrega e desperta em mim.
Fique na companhia de alguém que desperte o melhor em você e não o contrário...
Espírito Peregrino
Do próprio e do alheio
Não se fixe demais ou apenas no que se é dito. Procure observar como caminha, come, trata, ri, chora, troca, senti frio ou calor, carrega suas pedras e as deixa pelo caminho, como os animais te vêem, como silencia (sim, como silencia) ... Esqueça as palavras no começo, elas serão importantes em outros momentos. Quando fizerem sentido não pelo que dizem, mas pelo que explicam sobre o que observou.
No caminho aprende a olhar nós próprios olhos e saber o que diz sem precisar perguntar o que foi. Assim, também, o faça quando outros olhos cruzarem os teus. É no silêncio que se aprende, que se encontra e que se aprofunda. Não importa se você verbaliza suas coisas olhando no espelho, pois elas estão lá e tu conheces todas.
Assim saberá o que é bom e o que não é. Caminhe com alguém que desperte em você o melhor enquanto em silêncio, enquanto palavras que (mesmo que poucas) reforçam as posturas silenciosas.
Ao colidir com um olhar a te olhar já há algum tempo e se apenas sabes que neste olhar não cabe perguntar o que, pois já se sabe o que ele diz, mesmo que este não esteja ali, tente caminhar a seu lado sem se importar se este olhar é seu ou do alheio.
Caminhar em companhia de alguém é sempre bom, mesmo que este alguém seja você e quem sabe na mesma sintonia apareça o alheio.
Journey
Happiness in this long journey and everyone starts even before birth, but often only become aware of this from certain events. We are born alone and so we left. Many found along the road, but who are with us on the long road will be for love and so find happiness in the fight and peace.
Sabe o que eu quero hoje?
O gosto gostoso, marcado, molhado, espalhado, mordido, entrelaçado, estalado, agarrado, demorado, macio dos beijos teus !
Reza dos pés
Em nome do pé esquerdo e do direito
Pés nossos que sustentam e carregam
Que correm e andam
Que direcionam e levam
Que torcem, dobram e viram
Santificado sejam vossos passos
Assim no asfalto, na terra e nos matos
Me leve pelas trilhas e caminhos
Perdoai a mim pelos terrenos percorridos
Pelos excessos cometidos
Levai-me a novas distâncias e trajetos
Livrai-me das lesões
Amém
O ontem foi aproveitado ou perdido!
O amanhã não se pode garantir!
O hoje, é hoje e se o medo disfarçado de coragem for superado, deverá ser o seu dia predileto.
Como se vai acendendo (adaptado de como se vai apagando)
Uma figura cheia de contornos e desenhos, alinhava a feição ocupando um espaço repentino na sua frente.
Prazer sou eu, prazer é meu.
Algumas palavras de sons agradáveis e os olhos brilham no cruzar do contato rápido. Pele agradável aveluda o toque. Algumas palavras de conteúdo interessante aguçam a curiosidade. O cheiro chega por meio de partículas carregadas pelo ar e alerta os sentidos. Uma atitude sobre algo pequeno se destaca, outro momento, outras coisas imperceptíveis já importam. Cria-se a vontade que leva a encontros quaisquer, encontros significativos.
A trilha percorrida impõe suas dificuldades, mesmo que pequenas, e o que se espera não acontece.
Surpresa interessante desperta.
Na escuridão repentina uma mão está lá reconhecida e pronta para confiar e percorrer. Um ouvido a escutar, interesse genuíno, uma vontade de construir juntos. A atenção aprofunda o conhecimento do outro, suas virtudes e forças, desilusões e ilusões, felicidades e tristezas, desnudam-se sentimentos.
Vamos parece algo surreal e vamos.
A trilha não é fácil e mesmo nas lágrimas sorrisos são arrancados. Sorrisos aparecem estimulados pela simples vontade do cuidado.
A porta apesar de fechada vê passar por ela um filete de luz, num dia, numa hora, num momento. E assim um pontinho vai virando algo que se passa a prestar atenção. Uma nova figura, um novo desenho à frente, atrás, ao lado e o vazio começa a se preencher. Palavras são ditas, palavras seguidas de atitudes coerentes, consequências refletidas na mente e no coração que se reconhecem tomando o mesmo caminho. Um cuidado, um respeito, um admirar, uma inteligência peculiar.
Tudo verdadeiro, honesto e transparente.
Assim, a chuva chega e lava e deixa virgem o chão para novas trilhas serem traçadas, novas montanhas e novos caminhos. É como uma ideia que nasce e vai crescendo, até tirar o folego que rapidamente se expressa com o lápis roçando o papel e neste roçar para lá e para cá, freneticamente as linhas vão sendo escritas seguindo a empolgação que vislumbrou algo incrível no final onde a vista e o coração alcançam. A cada palavra sobem os batimentos, emoções se acumulam, prazeres são experimentados, gozos sentidos, corpos contorcidos no prazer de se misturarem.
Vivências são sentidas.
A altivez de um ouvido que ouve o outro vai rompendo barreiras e afastando pedras e acalmando rios. Atos impulsionam a empolgação, intensificando emoções, criando a sensação do que poderá ser. E de repente encontra desavisado objetividades, atenções, cuidados, viagens da justa medida de dois, da vida.
Sentimentos não mais escondidos e enraízam como árvores amazônicas.
Verdades expostas em qualquer cenário, verdades expostas como um soco na cara e um afago no coração.
O lápis colore, a folha se remenda, o folego sustenta o junto, a linha se refaz, o vislumbre encara frente a frente a realidade.
E tudo vai se acendendo.
E tudo vai se transformando. A árvore cresce, as frutas nascem, e como no início com o big bang cria-se tudo e tudo se ordena na sua mais perfeita imperfeição.
Tudo limpo, tudo claro, a chuva lava e alimenta, a lua cumpre seu ciclo e o sol deita a energia, o novo vem transformar e alimentar de amor e experiência o jardim. Ali então começa a surgir novo bosque, mais belo, mais forte, mais verdadeiro e escancarado, sem ocos, sem buracos, sombras belas, linhas novas iniciam novo livro, novos capítulos que se esperam nunca terminar ou terminar juntos.
A Montanha e seus caminhos
Tudo inicia quando a paisagem começa a mudar
Ela começa a te espiar
Passando ao lado e sabendo que vão se encontrar
O caminho envolve curvas
As curvas suavizam o árido
O árido muda com o caminho
Ao pé dela se depara com a estrada
Na estrada de terreno seco e macio
Olha para cima e os olhos se cruzam
Lá está ela, sorriso aberto
A trilha atraí, puxa, deita aos pés
O coração pulsa antes mesmo do esforço
A subida começa devagar e vai se inclinando
Vai se fechando
A montanha lambe as pernas
Beija os braços
Envolve os corpos
Pedras, terras, galhos, flores, mato
Bichos, animais reverenciam a passagem
Sons, silêncios, olhares, suores
Respira o hálito gostoso da boca
Impulsionado pelo pulmão
No topo se encontram
Olhos se encontram
Corpos se encontram
Almas se encontram
Na descida, entrelaçar de peles
Pele do corpo, pele da montanha
As pedras cortam a pele e as seivas se misturam
No vale corre a água
Jorra a água
Gozam os líquidos e energias se trocam
As horas param
E já não são mais o que foram
Nem tu nem a montanha
A volta é tranquila, relaxada
Últimos toques
O sol se vai
A felicidade entranha o corpo e alma
A saudade fica para de novo se encontrarem
A trilha vai se abrindo
A estrada aparece
O caminho vai mudando
As curvas levam ao árido
Ela te espiando a passar
Cada vez mais longe
Olhar profundo e sereno
Olhar novo de quem já não é o mesmo
Mudaram, trocaram e deixaram um pedaço de si para o outro
Hoje perdi um texto
Estava ali quieto a pensar. Ele veio, apareceu do nada como é de seu costume fazer. Contou-me sua história. Que tinha ido lá e lá aconteceu aquilo e que se sentiu assim e quando ela apareceu tudo mudou, porque ela fez isto, olhou assim, apontou aquilo. Ele naturalmente respondeu que aquilo não era assim e sim de outra maneira e que o que via se apresentava como de outra vez e por isso tinha feito assim. Ela ao contrário retrucou que tudo era pouco para tanto.
E de repente como não era de costume, nada escreveu. E em uma distração que nem sabe dizer qual, o texto foi-se e deixou o gosto e a saudade do que poderia ter sido, mas não foi. Um branco papel sem o seus devidos traços de grafite a percorrer suas linhas.
Pensou que talvez fosse assim um amor não vivido. Um texto perdido, uma página não escrita, um algo qualquer que se perdeu e não recupera mais.
E assim sentindo, como para cobrir uma parte do que se perdeu, deitou os dedos sofre teclas e ao acaricia-las, um pequeno conto surgiu. O texto original se perdeu, mas o amor ficou e por ficar, criou novo encontro. Desta vez nada foi perdido e ficará marcado como que uma tatuagem na pele. É assim um texto expelido, é assim um texto perdido.
Sol e Lua
Sol e lua vivem um amor maldito onde cada um solitariamente busca o outro.
Cada um com seu brilho próprio.
A lua fornece a poesia para a vida e sol a energia.
Mas o feitiço faz com que enquanto um acorde o outro durma.
Tristes seguem a luta para se esbarrarem rapidamente em uma fração de segundos na chegada e ida de cada um.
Mas o amor dos dois fez com que enganassem o feiticeiro e o feitiço.
Esperam um momento único.
A abertura de um portal mágico onde não há o tempo.
Lá o sol encobre a lua e fazem amor com um brilho que cega quem olhar para eles diretamente e neste momento estão em orgasmos e felicidade plena.
E os dois vivem a esperar o momento deste eclipse.
E o feiticeiro Saudade, sem saber, contribui para a vontade que fica maior e mais intensa na espera por cada ciclo para se encontrarem no portal mágico.
Espírito Livre
Interessante
Correr é pura poesia. .... eu ando cobiçando outros lugares, alguns quentes outros frios
Tudo sempre uma viagem
Às vezes quente outras fria
O clima afeta a temperatua
Nós afetamos o clima
Correr no Rio não vai ser fácil
Em Amsterdã um sonho
Lá, acolá ou cá uma taça de vinho refresca ou aquece
O espírito livre segue menos 10, mais 8 , 15, 25 ou 40°c
E todos olhavam. ..
E os dois loucos saltaram...
E os dois loucos viraram...
E os dois loucos fizeram a maior loucura...
Que loucura fizeram os dois loucos?...
Os dois loucos se amaram...
E o osso precisa ser largado antes que de tanto roer tenha gosto de fel e o chato fique mais chato do que chato já é...Confluências vagas e inteligência emocial trilham caminhos de mãos dadas. Capacidades adaptativas onde o menos é mais.
Vem a Chuva
Vem a chuva, vem a água do rio, água do mar, todas águas, mas todas diferentes. Cada uma chega e vai, mas cada uma faz seu caminho e segue seu rumo. A água escuta sua essência e vai rumo ao que seu “coração” manda. Escuta pedras, negocia com rochas, dialoga com a terra, enfrenta barreiras, olha estupefata as regras criadas para fantasiar sua sensação de segurança e propor que matematicamente se encontra a felicidade. As pedras, rochas, terras, barreiras amigas e amigos insistem que se empoce e se guarde, não se arrisque, aguarde, mas ela sabiamente, presa por um sistema lógico, simplesmente evapora seguindo seu “coração”. Evapora e retorna pela chuva que vem e alimenta o rio, a nascente, o mar e segue seu caminho, seu “coração”, pois a água é feita de felicidade pura e só é pura por perceber que sua existência feliz vem de dentro do seu “coração”. E assim escuta, negocia, dialoga, enfrenta seguindo seu rumo, relacionando com tudo, gerando felicidade pura onde passa e vai deixando pequenos pedaços que ao evaporarem se juntam e voltam para partir novamente. Mas o que tem haver o coração com a água perguntou a mente incrédula no que lia e a água respondia que era ele que permitiria à mente entender aquelas palavras embaralhadas como pingos que escorrem para lados e lugares diferentes. E isto se dava por que o coração possuía a água mais importante da vida, aquela “água” vermelha que circula e segue seu rumo, negocia com veias, dialoga com artérias, enfrenta órgãos e sabe que a única regra é levar a vida, a felicidade e retornar ao coração para se juntar e partir novamente.
Como se vai apagando
Uma hora se vai algo pequeno e o pequeno não aparece mais, outra hora, outras coisas que o tamanho já não importa, pois a porta apesar de aberta não vê mais passar por ela coisa alguma que a atravessou um dia, uma hora, um momento. E assim um pontinho vai virando algo irreconhecível, uma nova figura, um novo desenho do lado de fora perdido na imensidão e do lado de dentro vazio. Palavras são ditas, atitudes são tomadas, consequências inesperadas por mentes pequenas que só conhecem e reconhecem a si mesmas.
Assim a chuva chega e lava e apaga os traços pelo caminho e depois de muito caminho andado não se tem como voltar, pois as migalhas demarcadoras já não estão lá. É como uma ideia que parecia incrível, fantástica, de tirar o folego que rapidamente se expressa com o grafite roçando o papel e neste roçar para lá e para cá. Freneticamente as linhas vão sendo escritas seguindo a empolgação que vislumbrou algo incrível no final onde a vista e coração alcançam. A cada palavra sobem os batimentos, emoções se acumulam, prazeres são experimentados e vivências são sentidas.
A pequenez de um ouvido que só ouve a se próprio vai corrompendo os atos, arrancando a empolgação, desmanchando as emoções, desmontando a sensação do que poderia ter sido, mas não foi. Perdido em meio a simulados, desatenções, descuidados, elucubrações irreais da falta da justa medida da igualdade da vida. Sentimentos escondidos nos ocos das árvores, mentiras expostas em vitrines coloridas, verdades protegidas por emaranhados espinheiros.
O grafite quebra, a folha rasga, o folego sustenta a corrida para longe, a linha se vai com a borracha, o vislumbre encara frente a frente a realidade e tudo vai se apagando. E tudo vai se transformando, a árvore podre cai, o espinheiro sede, e como no fim do carnaval as mascarás caem.
Tudo limpo, tudo claro, a chuva lava e alimenta, a lua cumpre seu ciclo e o sol deita a energia, o velho se transforma em húmus para alimentar de experiência o jardim. Ali então começa a surgir novo bosque, mais belo, mais forte, mais verdadeiro e escancarado, sem ocos, sem buracos, sombras belas, linhas novas iniciam novo livro, novos capítulos.
Caminhos
Caminhos podem ser de muitas naturezas, às vezes asfalto, trilha, terra, estrada, cimento, pedras, cascalhos, areia, água, ar, nuvens, montanhas, subidas, descidas, confluências, encruzilhadas, duvidas, certezas, escolhas. Sempre cumprem seu destino de levar a algum lugar
A vida nos oferece caminhos planos com curvas amplas e horizontes bonitos, mas às vezes o terreno muda e nos deparamos com trilhas, despenhadeiros, alteração de sentidos que não nos permite ver ao longe. Em cada etapa temos as emoções que nos farão romper o mesmo horizonte. Neste caminho teremos pessoas que estão dispostas a participar sempre dos belos horizontes, mas que se furtam à menor lombada e outras que estão dispostas a enfrentar juntos cada buraco, cada curva e buraco, cada despenhadeiro. São estas últimas que quero na minha vida.
Saudade
Ai esta algo digno de se marcar na pele. Para se marcar na pele tem que fazer sentido, tem que representar uma emoção, uma vivência incrível, algo que já foi ou que se espera. Sentimento que nos carrega e embala diariamente. Sentimento comum a todos, mas sentido de forma diferente por cada um.
A saudade pode ser boa ou ruim, de coisas, pessoas, situações, experiências, momentos, tempos, conversas, amores, paixões, saudade de saudade. Boa quando nos remete à felicidade, prazeres e ruim quando dá um nó no peito e sangra.
Saudade nasce como frio na barriga e dá um nó no peito. Pode ser assim ou pode apenas gerar felicidade pura.