Coleção pessoal de arremedos_poeticos
Sem volta
eu escrevo como um louco, sem ambições, sem pretensões além de calar os gritos da alma, por pra fora tudo que me explode o peito... sem em hipótese alguma deixar de dizer o que sinto, amargando a consciência de que mil vidas não são suficientes para expressar tudo o que sinto e que poderia ser dito em toda sua plenitude em apenas mais um beijo...
mas ela precisa de mil vidas pra me entender,..
tarde demais pra mim, nessa louca roleta russa do universo, só tenho uma última munição restante, eu não vou voltar, ninguém vai..
Adeus...
Só por hoje
pois se quero fazer da tempestade um por-do-sol
na negra noite fazer uma pintura como um sol a nascer
do deserto fazer mar e do inferno apresentar um paraíso
também o posso
vamos acreditar
que sonhos se realizam
que ser feliz é possível
que o Amor acontece
que a tristeza é passageira
que o bem vence o mal
que vai ficar tudo bem
mergulhe comigo no infinito dos escritos
voe comigo na plenitude das imaginações
nem o céu será o limite, mas sim o infinito do verbo
ainda que por momentos, podemos sim
temos intensidade, temos impetuosidade
mas o mais importante, temos o querer
uma vez ou outra podemos mascarar a dor ainda que inutilmente
não vamos vender afagos de almas, não
uma vez ou outra a tal licença poética nos permite isso também
depois voltamos a sangrar e gemer em escritos
mas hoje, vem, vamos enfeitar palavras...
vem, ao Infinito e Além..
Templo Sagrado
moram insônias na
minha alma
meu coração se
embriaga nas
madrugadas
me torno versos de
dor na solidão escura
e minha alma reside
em ti
és meu templo
sagrado
onde sangro em
sacrifício
enquanto me
resguardo
do vazio nefasto que há no mundo..
Não tente (Circulo das hipoteses)
sempre o que me veio através da vida, fiz o melhor possível, não era o "primeiro", o lugar mais alto do pódium, mas me destacava, estudo, trabalho, relações
fora as relações, nunca, nunca tive ânimo para continuar, ir até o fim, prosseguir, insistir, acho que é um lance sentimental, se tu não tem um sentimento pelo que está fazendo, por mais que dê seu melhor, você acaba ficando pelo meio do caminho, se distraindo com outras estradas, ou cansando da caminhada, ou desistindo por não ver motivação para continuar
já em amizades e no Amor, é quase incontrolável o acordar naquela típica embriaguez de esperanças, mesmo sabendo que em menos de 24 horas irei adormecer no mais completo e solitário vazio de mim mesmo
durmo solitário e vazio lá pelas 3, 4, 5 horas da madrugada e lá pelas 7 da manhã acordo passar um café, me sirvo de um gole, puro e forte, me sento na janela degustar enquanto fumo um cigarro ou um charuto, muitas vezes depois de uns dois ou três cafés passo pra cerveja
dia desses o locutor no rádio disse que todos os dias Deus nos dá uma oportunidade, uma folha em branco para escrevermos nossa própria história,
faz muito tempo que eu só tiro uma xerox, uma cópia cada vez mais apagada do dia anterior
meu fígado defeca a cirrose, o estômago cospe em sangue a úlcera do pior dos moribundos
de qualquer forma, vai ser uma boa morte
o vôo 19 perdido para sempre no Triângulo das Bermudas, círculo das hipóteses
meu olfato busca um sentido no labirinto dos lábios da Poesia selado no silêncio sepulcral dos seus ouvidos líricos
deixei para trás muitas coisas, sinto falta da cocaína e jogar "21" a dinheiro online, mas não tenho ânimo pra fazer nada disto
"don't try"
círculo das hipóteses, cíclico, minha psiquiatra me disse que sou um suicida em potencial que não puxa o gatilho, envena-se dia após dia em doses cavalares o quanto pode de todos os venenos que tem acesso
morreu mais um, está nos jornais, penso em escrever algo, encontrei apenas um verso roto, duas virgulas, uma reticência de dois pontos e um ponto final, o meu
os psicotrópicos tem nomes de blasfêmias imperdoáveis e não existem orações que possam curar a loucura que me assola
um cacto é ceifado e lentamente tomba sobre as areias do deserto
são 3:47 da madrugada e estou imprimindo outra cópia mal feita do dia anterior
na minha eterna insuficiência, encaro com toda suficiência mais um adormecer solitário e vazio..
Da cor do céu ao gosto do inferno
eu ja estive no céu
incontáveis vezes
e ele não era azul
era da cor de
seus olhos
e estive uma vez
no inferno
e isto me assombra
todos os dias
você me dizendo adeus..
Um lugar para o amanhecer
não há lugar
neste mundo
para os que
Amam
com
intensidade,
eles
assustam
nós
assustamos
as pessoas
neste mundo
tão insano,
nos assustamos
ate entre
nós mesmos
por isto
não há
um lugar
para nós
[...]
se eu
pudesse
te levaria
para uma
estrela
com meu
próprio corpo
te protegeria
das dores
causadas
pelos que
não sabem
sentir
com minha
alma
te envolveria
com todo meu
Amor
para te
transbordar
a ponto
de te fazer
se sentir
protegida
e
sem medo
de
Amar
e
ser
Amada...
fugiríamos juntos
em Amor,
para sempre,
para longe
de todos que
não sabem
ver o
Amor
em todo
e cada
amanhecer..
Aqui jazz aquele que não é, por nunca ter sido
agora entendo
estou morto há muito tempo
por isto não consegui me fazer ouvir
a força do desejo do que deixei de viver e Amar é que me faziam acreditar estar vivo
não percebi o último despedaçar das minhas asas e estava de coração quente e cheio de esperanças demais para perceber a queda
quando morri, não houve tempo para me despedir, levantar um clamor ou dirigir alguma súplica
estava vivo demais para isto, inclusive para morrer, mas minha morte não dependia somente de mim
faz alguns dias, talvez semanas, não sei, faz tempo, parece fazer séculos...
ainda suspiram em mim mim os fluídos das almas deitadas na grama olhando a lua
do desabrochar das pétalas de Lótus Líricas que insistem em me acariciar
do aroma da canção que não quer ir embora
olhei para uma estrela longínqua para sentir seu perfume
mas não consegui manter-me vivo
afoguei-me em suas águas lodosas, de sede fui morrendo enquanto te recolhestes da natureza a que pertencias para habitar em algum vaso mundano de cor rubra
o universo é imensidão
nós nos fizemos apequenados demais para sermos notados quando desprezamos o Amor por não aprendermos a Amar
morri antes de acenar uma despedida para teus olhos profundos e delicados
não transbordei teus desejos e nem extasiei seus Amores
a isto, mesmo morto, acreditava estar vivo
não pude fazer com que me lesse
e em sua morte adormecida, fatalmente vim a morrer
e ja não tenho de onde tirar ânimo para ressuscitar outra vez...
enfim, aceito a morte..
Um dia de cada vez
posso também
te falar
de Amor eterno
baby
todas as noites
ele desce de
uma estrela morta
se debruça
na minha janela
e chora
compulsivamente
diz-me aos prantos
e soluços
viva um dia
de cada vez
arremedo de poeta..
Looping temporal
o medo afugenta a coragem
a razão abafa o coração
vê, um verso trazido pelo vento em forma de canção
o que ela nos diz?
o que ela lhe diz?
em algum lugar no tempo, nesse tempo, um ponto específico, um reencontro, agora distante
o inferno engole o céu, vivemos sob os mesmos tormentos
uma porta, uma saída?
uma lembrança, uma saudade, um passo, uma atitude
a loucura da razão pisa jardins inteiros antes que estes floresçam
entre a semente e a flor existe o tempo, é fato, tempo de cultivar, cuidar, dar atenção, não enterrar-se no profundo da terra em direção contrária ao nascer da flor
o mergulho que escorre nas entranhas da escuridão profunda que desagua no magma das chamas purgatoriais da tristeza
eu deveria aprender a me despedir de quem se despediu de mim, todavia acredito que se eu sobrevivesse, com 87 anos, daria um jeito de me dizer de forma irônica que "desisti", mesmo você tendo desistido primeiro
cantos de pássaros multiplicam sabedoria nos ares buscando guarida em nosso peito
te falo sobre a sabedoria do canto dos pássaros?
rasgar minha voz outra vez para lhe dizer o que se recusas ouvir?
coração partido, recuso partir, recuso dizer adeus
em breve, contra minha vontade meu corpo partirá, lembrarás então de canções que deverias ter cantado no tempo entre a semente e a Flor
cantarás para mim, enfim, sem se importar com a razão, embora a razão lhe diga não ser possível meu corpo morto ressuscitar
buscará minhas palavras, estarão vivas para sempre, aquecerão seu coração para em seguida debulhar-se em lágrimas pela minha voz morta que não poderá mais lhe dizer ao pé do ouvido que te Amo
entre a semente e a Flor, o tempo, onde se morre por falta de cultivo, cuidado e atenção
ouve, canções e prenúncios, canções de luto, canções por quem vive
ouço minhas próprias canções fúnebres
[...]
canções sobre o tempo
que deveria ser
um fazer-se
presente
canções sobre o tempo
que é um fazer-se
"ausente"..
Voo do perdido
o coração em calamidade, ao longe contemplo seu olhar
ainda a devastar as ruínas que sobraram
a agonia é uma espera do que nunca chega
tento entender a beleza de uma alma que rasgou minhas palavras
e silenciou em ruínas o sonho de um coração
escritos rotos, tropegos e tolos, desprovidos de emoção
frutos das dores inefaveis de uma alma que procrastina sua sentença
desde sempre, quando descobriu o pra sempre nunca
minha alma contemplou o abismo
almas ali aos gritos se lançavam
eu quis voar, enquanto ouvia gritos que pediam terra firme
o bater de minhas asas no vôo por sobre o abismo
eram gemidos assustadores à ouvidos incautos
no solo contemplei versos mentirosos e afáveis
entendi porque tantos gritavam por terra firme
o tenebroso é preferível para quem busca o afago do próprio ego
assim como é espantoso que o voo do perdido ame a ilusão da terra firme
espantei-me novamente por não encontrar palavras
que expressassem o que é o sentir de verdade
a isto resolvi não dizer nada, nada que console
porém, digos-lhe tudo o que consome
nada que lhes afague o ego, mas digo-lhes de graça palavras que lhe cortem a alma
nada que lhes levante a cabeça, ou lhes faça sentir um ser humano melhor
mas lhes ofereço gratuitamente a aflição de espírito
não soube nunca vender a ilusão de lhes dar pronto
aquilo que só você mesmo pode encontrar na divisão de sua alma e espírito
não traço mapas astrais, não arroto horóscopos poéticos
eu não sei vomitar ilusões
apenas sangro palavras em busca de mim mesmo, e não peço que me sigam..
#Amor
#DasHorasEmQueMorri
#
Outra noite (que seja eterno enquanto durmo)
meus lábios sussuravam nos seus ouvidos
desciam com a língua e mordidas pelo seu pescoço
percorreram seu decote desenhando seus seios
tirei sua blusa e os beijei, mordi, suguei
desci suave seu ventre pra não te provocar cócegas
vi em cada poro de sua pele arrepiada o desejo fluindo
arranquei suas calças suave, mas com pegada
beijei seus pés com verdadeira veneração
subi devagar degustando cada centímetro do gosto do teu corpo
uma preliminar para depois degustar o gosto do teu prazer
lembrei então que há pouco nessa mesma cama
deitei abraçado a um travesseiro e adormeci pensando em você
concluí que era mais um sonho concebido do exagero do meu desejo
que seja eterno enquanto durmo..
Alquimia
olhei o céu
escuro
coberto
de nuvens negras
desejei
transformá-lo
lembrei
de sua alquimia
que
me transformou
que transformou
o metal
enegrecido
da minha tristeza
em nobre
e puro
ouro de Amor
em minha Alma
eu
estava
embriagado
sempre
acontecia isso
essa
embriagues
de lembranças
era corriqueira
até te
reencontrar
nessas
lembranças
balancei-me
na velha rede
dos sonhos
um encanto
um encontro
um reencontro
até que, súbito
um nunca
dois nuncas...
adormeci ali
naquela noite
e mergulhei
em sonhos
de esperanças
dos quais
recuso-me
em acordar
onde um
amanhecer
não desminta
com uma
ressaca
de desilusões,
que não
um em vão
sentir
que insiste
em existir..
Insuficiência de palavras
te condenaria por haver um dia desistido de ler-me?
minha bagunça enlouqueceu-me, minha alma só produziu gemidos, o coração desaprendeu a escrever
insuficiência de palavras
[...]
é a vida?
e o que é a vida?
um milagre que busca a morte, o Amor, sentimento que trás tristeza, as palavras, gritos para almas surdas
isto a poesia quem me segredou
[...]
a calmaria veio com teu Amor, a tempestade veio com sua partida, choviam lágrimas no seu adeus
encharcando-me de sentimentos remorsos
[...]
ainda hoje busco palavras
não as encontro
o vento as levou
lhe dedico então todas as palavras, que habitam no meu silêncio..
Saciar
de um
pequeno
rasgo
na alma
verte
banhada
em sangue
uma letra
depois
um grito
de dor
da alma
e nasce
um verso
após
infinitos
gemidos
aflições
de espírito
uma leitura
antes de
publicar
uma mentira
no sorriso
do rosto
cansado
nasce
um
escrito
missão
cumprida
pode
agora
morrer
o arremedo
de poeta
no suspiro do leitor que consumiu seu escrito e se saciou..
Do silêncio que habita o meu vazio
um minuto de silêncio
por todos os desejos
irrealizaveis
pelas palavras que
nunca saíram do papel
pelos sentimentos que
matarão
por serem
intensos demais
para viverem em
um peito só
por todas
as vezes que
sou vítima de mim mesmo..
O peso injusto e a medida imparcial são como navalhas a sangrar o Amor.
Ante cada atitude, pese-a como se tu estivesse em um dos pratos da balança, meça-a para ter certeza que a mesma medida serviria para ti.
O penetra
o céu escuro escondeu o baile a fantasia
a Lua era rainha do baile deslumbrante e expledorosa
estrelas das mais variadas e belas fantasias
invejavam as vestes brilhantes da lua
esta sorria e dançava com o Sol em movimentos suaves e delicados
sem ser convidado e recolhido a um canto escuro qualquer
fiquei a beber coquetéis de angústias temperados com desejos e saudades de sonhos não vividos
que eram servidos junto a petiscos de agonias
exclusivos para os penetras como eu que por ali se aventuravam
busquei morrer no meu coração os desamores e os amores ausentes
para renascer talvez onde nada se cria e feridas sangram abertas
mas as melodias entoadas por anjos, demônios e cupidos não me permitiam concentração
meus sonhos que sabiam transbordar dores inefaveis
gritavam para o tempo em tom mórbido para que esse corresse para longe
o mais depressa possível
por vezes gritavam para que ele morresse de uma vez
a lua e o sol acompanhados das estrelas bailavam num ritmo frenético
nem sequer notaram minha presença ali
apenas os anjos e os demônios perceberam
pois sentiram o cheiro da agonia e o desespero nos meus escritos
que exalavam de mim odor impossível de passar despercebido
me assistiam como se fosse um espetáculo shakespeariano
em versos sem rimas exalei aromas de dores e frustrações
a dor reluzia em mim quase tão resplandescente quanto as vestes da lua
e minha alma se derramava em escritos rotos
excluso, sem ser notado, sem ser convidado, resolvi me retirar
pedi a conta a um cupido garçom metade anjo, metade demônio
este logo disse não aceitar cartão, nem cheque, nem dinheiro e nem moedas de ouro
paguei com alguns versos para ela feitos na hora e em palavras que ainda não havia escrito
e saí daquele ambiente ao qual não fora bem recebido e nem convidado
lá fora achei um convite jogado ao chão
tinha o nome dela escrito embaixo de letras garrafais que diziam:
Baile do Amor tem a honra de convidar..
Tsunamis e Desertos
com você aprendi a
navegar em tempestades
e resistir o calor de mil sóis
logo
quando fosses embora
em minha alma
sobraram apenas
tsunamis
e
desertos escaldantes..
Como é...
nunca é o abraço...
são as sensações de segurança e acolhimento que este proporciona...
nunca é a pessoa fazer parte de sua vida...
é como ela te trata, te considera, demonstra afeto, se importa e te respeita...
nunca é a forma como a pessoa entrou em sua vida...
é como ela se comporta enquanto está na sua vida e como decide sair de sua vida...
nunca é sobre ela te afastar de si, mas como e por quais motivos te afastou dela te deixando com mil perguntas na cabeça...
nunca é sobre ela partir, mas sim o que a levou a partir...
nunca é sobre o que ela deixou antes de partir...
é sobre o que ela leva de ti qurando te deixa perdido e em mil pedaços..