Coleção pessoal de areopagita
Todo aquele que reluta em aprender algo novo, que não quer nem saber de ler um livro, assim o é porque, em regra, toda alma vazia costuma bastar-se a sim mesma. Para ela, sua nulidade é tudo.
Vivemos na era da banalização da bobagem. Quanto mais tosco, mais facilmente será considerado normal.
Conte uma piada - politicamente incorreta - para um indivíduo e você descobrirá que tipo de pessoa ele é.
O castelo interior
Que foi edificado
Lentamente
Dia após dia
Com fé e amor
Treme seus alicerces
Quando está diante
Do corpo santíssimo
De Nosso Senhor.
A velha palavra, gasta, forma
Uma agridoce e bela miragem,
Com os contornos duma poesia,
Para comunica-nos a verdade.
Não queira ser foda. Isso é frescura de caboclo de personalidade fraca. Seja gente. Isso sim é que é ser foda.
A idade, conforme avança, pra poder nos entregar a maturidade, acaba por levar de arrasto todas as nossas ilusões juvenis. Graças a Deus. Isso é muito bom. Muito bom mesmo.
Não existe nada que seja gratuito nessa vida. Nada. Tudo tem um preço. O que, no fundo, difere alguns gestos de certos atos é que uns são feitos por dinheiro e com interesses escusos mil, e outros são realizados com tudo o que temos, mesmo que seja pouco, por amor.
Tenho medo da galera do bem e desconfio das pessoas de bem.
Não confio nos primeiros porque sei claramente o que é que essa galerinha chama de “bem” e, infelizmente, coisa boa não é.
Não simpatizo com os segundos porque, também, infelizmente, muitos daqueles que se apresentam como sendo pessoas de boa índole, na maioria das vezes, não passam de canalhas do pior naipe.
Enfim, como dizem os tongos, estamos perdidos no mato sem cachorro. Bem perdidos e, por isso, peço que Deus tenha misericórdia de nós, apesar de não sermos dignos dela.
A alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo; a tristeza do Jeca é saber que a lenha vai ser pouca.
Todos nós, com o correr dos anos, acabamos por cometer um punhado de erros e equívocos. Alguns se arrependem e procuram, na medida do possível, corrigi-los. Outros não. Estes preferem preservá-los e incensá-los; por isso uns acabam chamando-os de experiência adquirida e outros de coerência. Equivocadamente coerentes e experimentadamente perdidos.
No fundo, todos nós vivemos numa pequena província. Seja num vilarejo, numa metrópole ou mesmo no emaranhado de web sites, o lugar onde cada um transita diuturnamente acaba, sempre, se resumindo a meia dúzia de lugares. Lugares esses em que vivemos nossa vida.
Todo tímido tem uma existência paradoxal. Na sua cuca, todos estão olhando-o, reparando em cada movimento que ele faz; mas, na real, ninguém está nem aí para a sua existência.
É compreensível que queiramos esconder nossos defeitos dos outros; muitas vezes isso é necessário por uma questão de sobrevivência. Agora, o que é inaceitável é que escondamos essas tranqueiras de nós mesmos; fazer isso é atentar contra a integridade da própria alma.
Ler não é um entretenimento; é um exercício. Um exercício que se for devidamente praticado pode render bons frutos em nossa alma.
De minha parte, procuro dedicar-me a ela, a tal da leitura. Bem, é isso que faço a respeito e, acredito que, até o momento, tal empreitada vem me rendendo alguns bons frutos.
Quanto àqueles que não praticam esse exercício com um mínimo de regularidade, não tenho nada a dizer e, pra ser franco não estou nem aí.
Aliás, tenho sim algo a dizer: acho cômica essa desgraça porque é, no mínimo, esquisito vermos pessoas falando, com aquele tom de excelsa gravidade, sobre a importância da dita cuja da leitura sem realmente a ela dedicar-se.
Enfim, agora calo-me. É melhor assim. Diante de gente deste naipe o melhor que temos a fazer é calar e ficar, como se diz, apenas observado.
Observado sem rir, se possível for.