Coleção pessoal de areopagita

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Qualquer um que invada um prédio público, usando o eufemismo de ocupação, não é boa gente nem aqui nem na casa do chapéu. Tal atitude, na verdade, é similar as birras infantis, onde os mancebos fazem o diabo para, em público, vexar os seus pais e assim poder obter o que eles querem na marra. Pois é, quem diria que tal infantilismo um dia chamar-se-ia cidadania que, por sua deixa, é uma ferramenta extremamente útil nas ardilosas mãos dos tiranetes e politiqueiros para gerar massas de manobra e produzir factoides políticos do seu agrado. Goste-se ou não disso, é assim que a banda toca.

Há inúmeras formas de agir civicamente em sociedade, mas poucas delas são dignas de pessoas minimamente maduras e de serem merecedoras de nosso respeito. Bem, não é preciso nem dizer que, atualmente, o tal do respeito e da vergonha nas ventas foram passear e, ao que tudo indica, não estão querendo voltar tão cedo para essas plagas.

Não é fazendo beicinho, não é fazendo quebra-quebra, batendo o pezinho e tocando a amarela que se fará algo de digno, prestativo e bom pela tal da sociedade.

Tudo o que realmente é bom exige de nós uma certa dose de trabalho e de sacrifício que devem ser graciosamente realizados por nós mesmos, jamais por outrem. Tudo o que é ruim, mas que se apresenta com a decadente fantasia de cidadanite crítica, quer ter tudo, tudinho, com o trabalho dos outros, obviamente, e realizar as mais mirabolantes sandices com o sacrifício alheio; jamais com próprio, é claro.

Muitos tem olhos argutos e palavras ferinas
Contra os muros que são edificados mundo à fora.
Mas nenhuma dessas almas ferozes de palavras duras
Dispõe-se a derrubar as muralhas de sua morada.

A galerinha dita progressista é ridícula de amargar
Dizem serem democráticos e todo aquele velho blablablá.
Porém, se um e outro lhes mostram algumas obviedades
Eles ficam bravinhos e gritam, em coro, que não é verdade
Negando histericamente, e de pés juntos, a própria realidade
Tão grande é, nessa gente, o grau da marxizante insanidade.

Quando um caipora saúda as pessoas com um “boa noite a todos e todas” bem enjoado
E emenda essa patacoada citando Paulo Freire com seus dizeres pra lá de ordinários
Pode ter certeza que tudo o que vier após esse preâmbulo ideológico e salafrário
Serão lorotas pra iludir os cidadãos críticos que, no fundo, são apenas alienados.

Quando o leão brada do alto do outeiro
Todo aquele que possui um coração leonino
Atende ao chamado de alma e corpo inteiro
Para seguir o rumo apontado pelo rugido.

Intelectuloide que acha Che Guevara e sua gangue um charme
Que vê nos ícones comuno-psicopáticos heróis ou coisa que valha
Não passa dum cúmplice histérico que não se cansa de dar vexame
Frente às vítimas friamente assassinadas por essa tropa de canalhas.

Só mesmo um intelectuloide progressista
Com todos aqueles títulos e diplomas ocos
O último refúgio dos presunçosos e tolos
Acredita nas asneiras da grande mídia.

A grande mídia é uma enorme mentira do princípio ao fim.
Sim senhor, ela faz do engodo e da dissimulação sua versão
Caricatural para notícia e informação que é vendida assim
Sem a menor cerimônia para engambelar toda a população.

O café, quente, que repousa suavemente na xícara,
Aquece e anima minha alma quando ritualmente o bebo
Logo que desperto com o sol ao amanhecer, bem cedo,
Como também no atarantado correr das horas do dia.

O inocente, até então vítima do agressor,
Pedia as vestais estatais apenas a sua atenção
Para sentir-se justiçada e assim aliviar a sua dor.

Porém diante da atual e franca degradação
Em que se encontra a sociedade agonizante
O bandido torna-se vítima indireta do agredido

Que passa ser das leis e de suas vestais o preferido
E que tratam o vitimado como um inconfesso meliante
Que deve contentar-se, silente, com o mal sofrido.

A crueldade que em nosso triste país impera
Por meio da vilania da cultura da impunidade
Escandaliza os cidadãos silentes e os dilacera
Em ver as leis apadrinhando a total impiedade.

Não desejo nem almejo glória, nem quero a pompa
Que vem pra afagar meu miserável ego de pecador.
Quero apenas poder ver a Luz que pousou como pomba
Certa feita nas águas do Jordão no batismo do Senhor.

Os verdadeiros amigos não são aqueles que são feitos
Nos balcões etílicos dos abismos dos desesperado e aflitos,
Nem somente nas oficinas soturnas que nos consomem o peito.

As verdadeiras amizades são cultivadas e bem partilhadas
Em meio aos tesouros íntimos feitos de valores e ideias claras
Que não se dissolvem frente às intempéries com suas pragas.

As amizades verdadeiras são fundadas e solidamente erguidas
Nos sólidos alicerces que transpassam os umbrais dos dias
Firmados sob o solo profícuo da eternidade que nos aguarda.

Obs.: Ser audacioso
Sem ser ambicioso
É algo para poucos.

De modo similar ao poeta Manoel Bandeira que, da majestade de sua prosa e da realeza de seus versos, afirmava ser uma alma provinciana, e eu, de minha parte, nas limitações de minha simplória pena e parvo tinteiro, me ufano de ser caipira.

O povo brasileiro está tendo de comer o pão que Marx amaçou, que foi assado por Gramsci e que lhes foi vendido ao preço duma baita crise pelos intelectuais progressistas que só conhecem essa abatumada receita que estraga o sabor da vida e o paladar de qualquer um.

Antes de sermos um animal racional, antes mesmo de seremos uma criatura sociável, somos um bicho que se move por meio da imaginação.