Coleção pessoal de araujoerika
Mesmo que eu diga que esta é a última vez que “apareço” a você, ainda vai me encontrar em cada retalho de texto,novo ou velho, que ler ou que leu.
Não vou perguntar do sentimento superficial
O que interessa é a essência deste sentir
E se está tudo bem, mesmo que não
demonstre a ninguém,
então acredito no que diz
A indiferença de olhares incertos
é presente no instante
deslocado em que te digo
Que para mim é o suficiente
Estar contigo
"E sabe que, a primeira pessoa que você amou, você nunca vai esquecer, mas também sabe que, você vai amar outra pessoa muito mais do que a primeira e que talvez essa outra não seja a última, nem a mais intensa.
É possível ter vários amores, tão intensos, tão românticos e marcantes, tão eternos, tão errôneos... e você jamais estará livre de amar como um irreverente adolescente de novo. Jamais"
"Se você pode sonhar então pode ser feito, pode ser real. A possibilidade pode ser uma certeza.
Sonhos são altos, se fossem baixos e pequenos seriam apenas pensamentos."
-Noite equivale ao tempo. Tempo de partir. Deixar a existência.
-Por isso você não consegue dormir? Com medo de o tempo acabar?
Ele se calou. Talvez tenha respondido mentalmente, ou estava formulando bem o que disse:
-O sono é o apagar da realidade, o sonho o início de tudo que está oculto.
“Algo o chamou naquela noite, uma vez que sussurros pareciam invadir seus ouvidos de maneira fantasmagórica. Mesmo com receio ele não se perdoaria se ignorasse aquele chamado, daquele fantasma não gentil...”
[...]O tempo era curto. Não riram, não choraram, não falaram nada e não fizeram nada. O mundo parou, a imagem congelou, o vento não soprou, o rio pareceu secar, e o luar lentamente os deixou a sós. O momento se tornou quase constrangedor por ser tão perfeito. [...]
[...] Depois de dois ou três minutos de caminhada chegamos há um lago que se estendia por muitos metros até as colinas que pareciam como quadros, e não por coincidência vi uma tela exposta em um cavalete com a mesma paisagem, sob a sombra de uma árvore. Impressionei-me ao ver uma pintura tão linda! Estava terminada, só faltando a assinatura do pintor e uma moldura à sua altura. Percebi que Rubens me observava com atenção e um ar de riso nos lábios quando me conduziu à frente do cavalete. Não entendi o que ele queria fazer quando virou as costas para mim.
-Você é o que faltava. –disse ele, não sabia do que estava falando.
-Desculpe?
Ele repetiu o movimento do dedo indicador nos lábios e eu já estava ficando irritada com aquilo.
-Devo pedir que não se mova.
-Mas...
Novamente aquele movimento.
-Desculpe meus modos, quase me esqueci de pedir sua permissão para pintá-la...
-Pintar-me? –perguntei um pouco ansiosa- Por quê? Seu quadro está tão lindo!
-Quero que ele fique perfeito. [...]
Volto no tempo em um mês de janeiro há alguns anos atrás e lembro-me ainda embora os dias consumam já muitas lembranças depois dos cinquenta.
Voltando a minha memória indelével de quase velho sonhador, recordo-me da menininha que foi minha anos atrás. Talvez não tivesse sido inteiramente minha, na integra eu digo, mas com o passar dos anos acrescentamos as nossas lembranças de experiências vividas com fantasias idealizadas, confundindo o que aconteceu de fato e não, tornando tudo mais agradável lembrar.
O sol ardia sobre meu pensamento pecaminoso, deixando tudo mais tentador. Do lado de fora, apenas, podia contemplar a menina de meus sonhos que almoçava com a família num restaurante próximo a sua casa.
Eu, ainda nos meus “anos dourados”, era um moço tímido e de certa forma arrogante. Meio desajeitado e cabeça dura. Era só mais um jovem moço apaixonado.
A menina conheci numa fazenda...[...]
[...] Volto no tempo em um mês de janeiro há alguns anos atrás e lembro-me ainda embora os dias consumam já muitas lembranças depois dos cinquenta.
Voltando a minha memória indelével de quase velho sonhador, recordo-me da menininha que foi minha anos atrás. Talvez não tivesse sido inteiramente minha, na integra eu digo, mas com o passar dos anos acrescentamos as nossas lembranças de experiências vividas com fantasias idealizadas, confundindo o que aconteceu de fato e não, tornando tudo mais agradável lembrar.
O sol ardia sobre meu pensamento pecaminoso, deixando tudo mais tentador. Do lado de fora, apenas, podia contemplar a menina de meus sonhos que almoçava com a família num restaurante próximo a sua casa.
Eu, ainda nos meus “anos dourados”, era um moço tímido e de certa forma arrogante. Meio desajeitado e cabeça dura. Era só mais um jovem moço apaixonado.
A menina conheci numa fazenda...[...]
[...] Pegou a arma, sem qualquer receio, mas era de fato como uma bomba prestes a explodir em sua mão. Uma bomba relógio que estouraria a qualquer momento.
Tirei coragem de algum lugar de meu passado. Não tive medo ao vê-lo armado, continuei a observá-lo calmamente.
Pode até pensar que estou falando para parecer que tenho mais coragem do que tenho realmente, mas é verdade quando digo que não tive medo.
Fechei os olhos e procurei o barulho do gatilho.
A última coisa que ouvi foi a voz de Rodolfo. [...]
[...]Fechei os olhos, saboreando a nostalgia das belas e más lembranças. Uma lágrima rolou por meu rosto, inevitável, borrando levemente minha maquiagem suave. Senti como se o vento gélido me abraçasse, me confortando em seu colo sombrio. Deixei o ar escapar de meus pulmões levemente.[...]
"[...] -Estou bem aqui - era um sussurro tão baixo que sua voz se misturava ao barulho do vento das árvores que os escondiam.
-Eu sinto que é você. - disse ele inseguro, ela sabia ser grossa quando queria, mas também sabia pronunciar o ma...is doce e puríssimo mel que foi capaz de encantá-lo - Apareça para mim.
Em alguns passos vacilantes e cambaleantes ele alcançou um pequeno ponto onde o luar iluminava sem a interferência das árvores. Olhou por toda sua volta, acreditou que o luar ofuscava sua visão por entre as sombras das árvores e por um momento pensou que estava sozinho, louco, delirante. Achou por aquele instante que ela nunca estivera ali, que a voz que escutou foi provocada por seu cérebro, em um desejo louco de ouvi-la, de senti-la, tocá-la...[...]"
"Meu tempo é curto, se esgota a cada passo em direção contrária a ti.
Brincar de adivinhar pensamntos alheios, sentir seus braços a procura de um abraço tão terno e almejado...
A espera, o que consome a ansiedade de um toque, não ousado, mas sincero. Ouvir velhas músicas e se deliciar em risos, das boas lembranças, um abraço, um adeus, um dos últimos encontros..."
"Pois este segundo ponto de partida do contínuo momento daquele errôneo eterno desencontro de duas almas carentes e eternamente gêmeas..."
Marco repuxou os lábios num sorriso de dentes amarelados, se voltou para mim e me envolveu em seu abraço apertado e reconfortante, quente.
-O que está fazendo? –falei com dificuldade por ele me apertar.
-Te abraçando... –respondeu ele com ...as mãos gélidas ainda em minhas costas, seus braços me envolviam me prendendo, nem que eu quisesse não saberia sair dali. –te olhando...
Seus olhos brilhavam, sua boca estava entreaberta, eu sabia o que ele queria fazer. Olhei para cima e vi que estávamos sob um arco de árvores grandes, parecia uma pequena floresta na calçada. O luar estava lindo, a lua ainda estava escondida. Disfarcei olhando para o ambiente cinza e sinistro. Tive medo. Não tinha ninguém a nossa volta, tão pouco ouvíamos barulho de carros ou qualquer coisa.
Percebi a cabeça de Marco se recostar no meu pescoço. Senti-o aspirar todo o meu perfume de uma só vez.
-Doce...
Era o mesmo Marco de antes...
Era estranho saber que acabou, que não mais voltaria aquele lugar todas as manhãs.
Era só uma tentativa, errônea, de perpetuar o que já nos era eterno.
Era apenas um simples olhar, não era para ser mais do que isso. Mas quisera o acaso que isso fosse mais. O olhar penetrante como uma agulha, enfiou-lhe pelos olhos de quem a estava observando e cravou-lhe uma certeza: “Você é meu” dizia aquele meigo olhar. Meigo e penetrante, meigo e dominante. Qual alma não sucumbiria ante tal poder?
Algo o chamou naquela noite, uma vez que sussurros pareciam invadir seus ouvidos de maneira fantasmagórica. Mesmo com receio ele não se perdoaria se ignorasse aquele chamado, daquele fantasma não gentil. [...]
“ [...]-Um olhar significa tudo e a pessoa pode dizer que não significa nada, lembra a expressão 'um olhar vale mais que mil palavras'... Você está me olhando como da primeira vez que nos vimos.
-Não lembro a primeira vez que nos vimos.
-Porque não foi importante para você. Lançou-me um olhar tão penetrante e dominante que seria impossível não lembrar.[...]”