Coleção pessoal de Aranska
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Luxúria.
Meus olhos ardem. É a fuligem do pecar, atacando minhas vistas, pupilas dilatadas. Eu adoraria aprender a parar de me deixar induzir pelos encantos da carne. Algo dentro de mim pesa feito rocha, arde. Queima por dentro e por fora; gélido.
Rouge.
Algumas gotas de álcool, um buquê de rosas vermelhas, um arrepio e pensamentos incontroláveis. Vulnerável, inteiramente fruto dele, prestes a ser tragada em poucas rasgadas. Alguns risos, confidências, beijos, carinhos, abraços - e amassos, deve-se confessar. – E seria tão banal obter tal frêmito com versos ácidos ao ouvido e carinhos no cangote rasgando-lhe a garganta com um gosto de primeira vez, mas com receio de extrema, final, tornou-se um ciclo, permanente, onde só o que o importa é o deleite da carne e não os sentimentos nela submersos. Eles, devassados, compartilham o mesmo teto, saboreiam do melhor vinho, fel, transmitem calores incansáveis e adormecem exaustos, apenas sabendo que o inferno é o máximo.
Depravados.
E foi quando seis corpos de pecado uniram-se no mesmo quarto transpirando perversidade em gotas. Ali, naquele ambiente abafado de tanto suor cítrico, os seis, ou pelo menos três dos envolvidos, revelaram-se no mais ardente, íngreme desejo.Tornou-se ciclo vicioso.