Coleção pessoal de anwpetry
DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Num olhar
Aos teus olhos, lancei meu olhar.
Meus olhos, qual vidro azulado, refletiram dos teus: imagens... e visões... Também sonhos, algumas desilusões.
Os teus olhos também sondaram os meus, lá no fundo...
E você também viu: meus sonhos, meus medos, e alguns anseios que deixei para trás, mesmo sabendo que podem voltar, urgentes...
Nossos olhos conversaram coisas que nossas bocas nunca disseram. Nossos olhos compreenderam sonhos que nunca realizamos.
Nossos olhos viram, juntos, momentos que nunca haviam visto quando estavam sós...
Ah, nossos olhos... Eles falaram de nós como nunca, nunca haviam feito antes...
Teus olhos são tão belos...
Meus olhos são tão sós...
Ah, nossos olhos...
E os olhos castanhos olhando o fundo do meu coração, tão fundo que ele conseguia ler o quanto eu o amava, e o quanto ainda amo.
Quando você levantar o braço para bater em seu filho, ainda com o braço no ar, pense se não seria mais educativo se você descesse esse braço de forma a acariciá-lo, em vez de machucá-lo.
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Hoje
Hoje olhei o calendário e vi: o mês de maio está no fim... Outro ano passando quase que "a galope" de tão rápido. Dia desses, ou melhor, noite dessas, eu sonhei que era o dia 31 de dezembro de 2011 e estávamos comemorando o Ano Novo... Tudo passando tão rápido, tanto os problemas como as coisas boas... Só nos resta uma coisa: quando o dia for bom, aproveitar... Quando não estiver assim, tão bom, pensar que logo vai passar... Afinal de contas, estamos curtindo uma viagem, sem saber ao certo por quais "países" o nosso roteiro irá nos levar... Só temos uma certeza, a de que um dia iremos descer do trem e ficar na última estação. Então, vamos considerar a nossa viagem como uma oportunidade de fazer o bem, a exemplo do nosso Pai no céu. Mesmo incompletos e imperfeitos, Deus nos dá a força e a coragem para seguirmos o melhor caminho, fazermos o melhor do nosso dia, da nossa vida. E mesmo quando as nossas escolhas não refletem exatamente o que foi projetado para nós, podemos ter certeza, que esta mão mais forte e poderosa nos guia novamente para o caminho certo. É isso, a nossa viagem, cada um com a sua... As vezes viajamos juntos por tempos, outras nos separamos. As vezes encontramos colegas de viagem só por segundos já com outros, passamos quase que a viagem inteira... É isto amigo, desejo que o teu dia de viagem hoje seja especial, que as tuas paisagens sejam pitorescas. Porém lembra que, mesmo nos dias de chuva e tempestade, uma mão superior te guia, e te guia pelos caminhos do bem. Basta confiar nela...
Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
o que estava dormindo sobre tua alma.
E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que cantavas no vento
como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna.
e entristeces prontamente, como uma viagem.
Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.
Poema 20
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Recomeço
A verdade é que as vezes somos podados desde sempre, vagarosamente, sem perceber... Um pedacinho de cada vez... Uma folha aqui, uma flor ali... Mas devemos ser justos, nem sempre é uma poda intencional. Fazem pensando no nosso bem. O problema é que um belo dia acordamos e vemos o pouco que nos restou. Ficamos perdidos, não temos identidade, não somos alguém que possamos reconhecer... É nesta hora que devemos buscar ajuda para iniciar um recomeço, cultivar a autoestima, deixar florescer o que somos, manter alguns medos afastados... Existe uma frase que diz: "Viver é construir-se lentamente, até fazer-se". É isso, eu acredito nela. O mais difícil quando temos de nos refazer é descobrir por onde começar... Porém é um dever de amor para conosco tentar este recomeço...
Tudo o que eu queria era receber o abraço de alguém e ficar nos braços desse alguém, sem medo, e sem sentir essa vontade louca de fugir...
Feliz Natal 2014!
Uma estrela brilhava no céu, e ela era linda!
Tão linda, que três homens, sábios homens, a seguiram...
Eles sabiam que aquela estrela era especial, e que trazia uma mensagem:
Em Belém nasceu um menino, um pequeno rei.
O seu reino é de justiça e amor, e não é deste mundo.
Ele nasceu para ser nosso pastor e nosso amigo,
E nos mostrar o caminho de volta para casa.
Ele nasceu porque nos ama, e nos amou desde sempre,
Ele nasceu para nos dar a mão, e nos guiar,
Nos momentos de alegria e nos momentos de tristeza.
Dois mil e poucos anos se passaram...
As pessoas caminham apressadas nas ruas.
O riso se mistura com o choro,
E a alegria com a tristeza...
Algumas estão muito atarefadas,
Pensando em tudo quanto tem de fazer...
Algumas se esbarram e pedem desculpas,
Já outras, se estressam e se xingam.
As lojas abarrotadas, muitos gastando o que não tem...
Para presentear e presentear...
As lojas estão coloridas, enfeitadas e bonitas,
Alguns vão às igrejas orar...
É um caleidoscópio de imagens e cores,
Sentimentos e ressentimentos,
Nas ruas e nos lares...
Correrias e desencontros,
Muitos caindo nos bares,
E festejando sem saber bem o quê...
Então, eu me lembro do menino,
Aquele pequeno menino, que nasceu a 2014 anos atrás,
Ele ainda está na manjedoura sorrindo,
De forma terna e fraterna,
Olhando-nos com seus pequenos olhos brilhantes,
Cheios de promessas de amor... E de paz...
O que eu desejo para você, neste Natal?
Que você olhe nestes olhos limpos e lindos,
Que você saiba que amor não se perdeu,
Que você sinta que Deus está com você,
E Seus braços te guiam e te querem feliz.
As tristezas do mundo passarão um dia,
E nesse dia, você vai estar lá, com Ele,
Neste mundo novo, sem dores, sem tristezas,
Neste mundo novo, onde todos seremos irmãos...
Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.
Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas... Daqui para frente levo apenas o que couber no bolso e no coração.
Preciso viver
Entreguei-te meu coração,
A minha juventude,
O meu tempo...
Entreguei-te meus sonhos,
O meu desejo de ser feliz.
Entreguei-te as minhas expectativas,
A minha compreensão...
Sim, a minha compreensão...
Sempre busquei motivos para os teus atos,
Aqueles que fugiam ao meu entendimento.
Sempre sondei os teus problemas,
Sempre te estendi a mão,
Mesmo quando você não via...
Ah, o tempo passou...
E eu comecei a sangrar...
Tudo começou a doer aqui, dentro do peito.
Então olhei em volta e não gostei do que vi:
Meus olhos inchados,
Meu peito cortado,
Minhas mãos tremendo,
Minha mente, doente...
E, dentro da minha tristeza,
E da minha cabeça confusa,
Uma vontade de mudança germinou.
Então ergui meus braços e fechei minha porta.
Depois fechei as minhas janelas,
E cerrei minhas cortinas.
Eu sei que a tristeza permanecerá,
De uma forma diferente, mas permanecerá.
Pois aquilo que fracassa, sempre dói,
E nos entristece...
Só que eu preciso ser livre,
Eu preciso sorrir,
Eu preciso viver...
Peço-te desculpas, de verdade.
Só que eu preciso, urgentemente, ser feliz,
E viver...
O teu riso
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.