Coleção pessoal de AntonioPrates

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Em muitas ocasiões, para fazer é preciso coragem. Depois da coragem de uns aparecem todos os outros… Aparecem os que criticam, os que sugerem, e até os que se aproveitam da coragem dos primeiros.

Nem todas as pessoas que estão à nossa volta estão connosco, e nem todas as pessoas que estão connosco estão à nossa volta.

Com o tempo uns ficam com quase tudo privado e outros privados de quase tudo.

Podemos conhecer o carácter de uma pessoa pelas companhias que procura, ou pelas que evita.

O nosso primeiro amor é a nossa mãe.

As pessoas boas e as pessoas ruins só não são melhores ou piores porque não podem.

Há os que gostam do que escrevo, a quem devo gratidão; outros pela mesma razão, parece que ainda lhes devo imposto de opinião.

Numa peça de teatro, quanto maior for a farsa mais as gargalhadas da plateia serão ouvidas na rua.

O meu anjo da guarda é a minha intuição.

Aprendi a não valorizar os livros e as pessoas pelo preço, pelo rótulo, pela beleza da capa ou pelas assinaturas.

Foram tantas as pessoas que me perguntaram se eu estava bem e tão poucas as que se importaram com a minha resposta.

Se soubéssemos o que os nossos amigos dizem de nós pelas nossas costas, todos fazíamos uma grande limpeza nas nossas amizades.

As redes-sociais são o povo que temos. Nem mais, nem menos. O povo é isto...

As pessoas que apregoam constantemente muita felicidade e muito amor dão-me sempre a impressão de que lhes falta alguma coisa.

Em verdade vos digo, a vaidade, a inveja e a hipocrisia são o alimento do povo.

Não devemos negar com os actos o que pregamos com as palavras.

O escritor que se preocupa demasiado com a capa do seu livro desconfia sempre do que escreveu.

Só de pensarmos que amanhã é melhor somos felizes já hoje.

Cada ano que nos invade
é um trecho pra depois,,
e ao certo a minha idade
já conta cinquenta e dois..

I
Meus amigos, companheiros,
semelhantes, camaradas,
das horas ultrapassadas
nestes anos conselheiros…
Sei que os anos verdadeiros
são os que nos dão saudade,
pela sua afinidade,
por agrado, ou algum plano,
e é sempre mais um ano
cada ano que nos invade.

II
Esse tempo inexplicável
tanto dá quanto nos tira,
num período que se expira
a um ritmo inalterável;
e por ser inevitável,
não tem isco nos anzóis,
pra fazer dos maus lençóis
uma história divertida,
e o certo é que esta vida
é um trecho pra depois.

III
Tanta gente eu conheci,
nesses anos que existiram:
os amigos que partiram,
as pessoas que esqueci,
aquelas que lembro aqui,
nesta minha anuidade,
com franqueza, com verdade,
recordo que o tempo foge,
sendo os dias que sou hoje
e ao certo a minha idade.

IV
E agora, meus amigos,
camaradas, semelhantes,
sou o mesmo que fui antes,
nesses tempos mais antigos,
onde as loas e os castigos
perfazem milhares de sóis...
Os exemplos serão, pois,
os parabéns de cada ano,
e este simples ser humano
já conta cinquenta e dois.

⁠Chora Abril retalhado,
na doutrina do poder;
seguindo rumo ao passado,
com a liberdade a sofrer.

I
No florescer da pastagem,
perante um lençol mimoso,
avança Alentejo vaidoso,
respira desprezo e coragem...
Dá-nos ar da sua imagem,
num sorriso retratado;
disfarça o ser magoado
que sua alma entristece;
enquanto o povo padece
chora Abril retalhado.

II
Lágrimas já repassadas,
penando no leito do rio,
sente um enorme vazio
sofrido em tantas chuvadas;
brechas, enfim reparadas,
coisas que dizem fazer;
passa na água a correr
tal percurso viciado,
acena em caldo entornado,
na doutrina do poder.

III
Lições de memória pequena
que a consciência ditou:
nobre, o poeta trovou:
“Grândola vila morena...”
Aperta saudade amena,
num coração já cansado;
lembra sozinho no prado
as provisões do celeiro;
verga perante o dinheiro,
seguindo rumo ao passado.

IV
Veste em ar de graça
a sensação que promete,
lavrada no jet set,
semeada na lei que passa;
pobre é gente sem raça,
povo que sabe perder;
o seu contento é viver
na ambição do sustento;
esquecido no mandamento,
com a liberdade a sofrer.