Achei um haicai, com os braços cheios de flores: No cartão, seu nome.
Flores de verão, mas só na Praia das Rosas: Cupido senil.
Tarde das cigarras, concertos às seis e meia: Fim do expediente.
Só pego carona, no "Cometa de Papel": Energia eólica.
Cinzas de vulcão, lembram-me poeira cósmica: Sem tréguas no Chile.
Não conhece o mar, sequer o fluxo das águas: Homem do sertão.
Criança de rua: Berço esplêndido nenhum, sequer mãe gentil.
No vôo da gaivota, avisos ao lavrador: Encerrou-se o dia.
Vou no trem da vida, rumo a destino ignorado: Condutor divino.
Acordei aos gritos, "Já raiou o fim do mundo!" Coisa do 18.
No meio da chuva, sem capa nem pai nem mãe: Sujeito real.
Seu laço de fita, abalou meu coração: Paixão virtual.
Meu troféu maior, foi o beijo que me deste: Romance furtivo.
Neva no sertão, o som do cincerro avisa: Tropa vem aí.
O pincel na mão, pinta Nijinski na tela: No jardim, silêncio...
Sendas de Bashô: Pelos roteiros do sol, aprendo caminhos.
Sei que sou assim: Desde o princípio ao fim, só restos de mim.
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