Coleção pessoal de andrercostaoliveira
Nas ditaduras de direita, surgem normalmente movimentos buscando a instauração de, tão-somente, ditaduras de esquerda. Já nas ditaduras de esquerda, movimentos surgem a fim de buscar democracia pura e simples. Por que será que isso acontece?
Amor, possessividade, controle, ciúme, zelo, obsessão, impulso, dominação, imposição, não são sinônimos. Se você achar que são sinônimos, creia-me: você não ama e jamais será amado por ninguém no mundo.
Tem gente que utiliza grupos de WhatsApp a fim de enviar indiretas a familiares, namorados, esposas, desafetos, colegas de trabalho. Não são indiretas: são a comprovação irrefutável de que o emitente detém quantidade irreversível de titica de galinha na cabeça.
Tem coisa mais engraçada do que as caras patéticas dos casais que brigam feio, fazem barraco, bradam publicamente horrores sobre o relacionamento, trocam ofensas expondo detalhes que só deveriam interessar a eles próprios e depois fazem as pazes, bonitinhos e alegrinhos, e saem de mãos dadas como se nada tivesse acontecido? É o reino da jecura em sua forma mais pura.
Quanto mais poderosa uma pessoa se autodenomina, maior é a capacidade de indignar-se – sempre com extrema violência – diante de fatos que são corriqueiros.
Tudo para essa pessoa tende a ser interpretado como um ultraje, porque ela acredita estar acima do bem e do mal, imune a julgamentos éticos e morais, e protegida contra quaisquer reveses.
Já apunhalou seu escravo hoje porque ele respingou vinho tinto em sua roupa limpa enquanto ele lhe servia?
Já açoitou sua serva porque a mulher teve a “audácia” de lhe recusar favores sexuais imundos?
E com que direito a sua empáfia e soberba lhe tornaram um ser humano tão monstruoso, tão vergonhosamente covarde, digno de asco e de desprezo?
Todo santo dia eu pego uma mesma avenida em um mesmo horário para ir ao mesmo trabalho.
A avenida está sempre engarrafada,
Devo praguejar contra o mundo?
Devo buzinar e agredir os outros motoristas?
Afinal de contas, por qual motivo deveríamos sentir a mais profunda ira por algum fenômeno que já havíamos anteriormente previsto e que já nos é tão conhecido?
Essa dose de veneno – tola e desnecessária – pode nos matar a todos algum dia.
Pode ser que a maior elevação de um espírito lhe cause cada vez mais sofrimento diante da contemplação do mundo. Assim como, na fé cristã, a maior proximidade de seu Criador lhe traga tentações e dúvidas. Espíritos que se elevam também tendem a receber estigmas que rasgam com brutalidade a pele e o juízo.
Tudo deve ser passível de ser criticado, e nosso raciocínio serve igualmente para tal propósito.
E qualquer instituição que, pretensiosamente, age para eximir-se de ser criticada, cai de imediato no maior e mais absoluto ridículo, conquistando o prêmio máximo do desrespeito.
Portanto, permita-se a crítica. De fora para dentro.
E de dentro para fora.
Existe uma coisa da qual todas as pessoas devem se lembrar diariamente: uma vez assimilando experiências, superando obstáculos e ainda as perdas quase que constantes, as pessoas devem se lembrar de esquecer.
Pode parecer contraditório, mas é uma questão de lídima sobrevivência.
E de caminhar adiante.
Receita para uma boa treta:
1 – O casal briga.
2 – Uma das partes, deselegantemente, resolve lhe contar detalhes, expondo uma intimidade que deveria ser apenas do casal.
3 – Você, querendo ser o salvador do mundo, entra no meio e toma partido.
4 – O casal faz as pazes.
5 – O casal fica com ódio mortal de você, porque foi intrometido.
Ponto final.
Impossível olhar de maneira complacente alguém que diz que lhe ama, mas que convive harmoniosamente com pessoas que você tem certeza de que lhe detestam e que lhe sabotam. Algumas lições disso: não existe “meio virgem”; não existe “meio grávida”; não existe “meio leal”; não existe “meio amor”.
Tenha cuidado.
Guardadas as devidas particularidades, todas as religiões se sustentam na fé, no dogma e no fundamentalismo.
E, por isso mesmo, religião alguma da face da Terra aceita a ideia de que existe um outro Deus (ou deuses) que não seja (m) aquele (s) por ela louvado (s).
O que faz então com que elas se suportem – e ainda assim com enorme dificuldade – são legislações, civilidade, regras de trato social e costumes de respeito ao próximo, premissas que prescindem de religiões para que se formem.
E, quanto menos desenvolvido é um grupo social, maior será a intolerância.
E mais aviltante ainda será a barbárie.
Em alguns relacionamentos findos, por razões talvez desconhecidas, bloqueamos toda e qualquer lembrança boa, seja de uma viagem, de um momento íntimo ou até mesmo um simples jantar romântico. Mas de uma coisa eu tenho certeza absoluta: esses sim foram os relacionamentos mais tóxicos, mais abusivos, mais vampirescos.
Quando as rosas morrem, os espinhos permanecem.
E alguns espinhos são enormes e extremamente resistentes.
Eu não consigo aceitar a ideia de que a violência e o terrorismo sejam ainda instrumentos para que determinados grupos sejam escutados. Violência e terrorismo devem ser combatidos incisivamente e por duas razões bastante claras: trata-se de covardia inominável; e despreza a – suposta – inteligência humana para resolver as diferenças sem que haja derramamento de sangue.
As pessoas mais traiçoeiras são aquelas que normalmente aparentam altruísmo e benevolência ao extremo, sempre estando prontas a ajudar em tudo, mas que na primeira oportunidade, cobra cada mínima atitude tomada. Jogam em nossa cara os atos, que em tese, deveriam ter sido praticados com amor e sem qualquer tipo de troca. Essas “boas” pessoas acreditam que, assim, conseguem exercer controle sobre as outras. Mas conseguem, na verdade, desprezo.
Minha teoria: a pessoa que fala sempre em primeira pessoa do singular pretende se destacar perante a terceira pessoa do plural, mas daí cai no ridículo e logo vira assunto entre todas as segundas pessoas do plural. Invariavelmente.
O realismo fantástico é um conceito aplicado às produções artísticas em que elementos da realidade, da fantasia e do sonho, todos misturados, geram um conjunto harmônico em meio a fatos históricos, lendas e folclore. Uma narrativa lógica, sem a ordenação lógica/científica. Ou seja: realismo fantástico é a nossa própria vida!!!
Todos somos personagens inventados por Gabriel Garcia Márquez.
Então o próprio Criador é Gabriel Garcia Márquez disfarçado em humano, e que esteve aqui de férias contemplando o mundo.
Poucos comportamentos são mais bregas e medíocres do que falar do dinheiro dos outros. Existem pessoas que, diante da total e absoluta falta de assunto – ou da inexistência da conquista pessoal digna de nota – gastam o tempo disponível enaltecendo as viagens, os imóveis, automóveis, salários e contas bancárias de terceiros. Falar do dinheiro alheio consegue ainda ser pior do que falar do seu próprio dinheiro. Desinteressante ao extremo. Mantenha distância de gente assim.
Se alguém lhe deixar em espera, encerre a ligação imediatamente.
Se alguém, falando com você, iniciar conversa paralela, encerre a ligação imediatamente. E que isso sirva para tudo em sua vida.
Descobri que a enorme dificuldade de desapegar de bens materiais tem uma causa simples: todos nós somos um pouco acumuladores, e pelas razões mais variadas. Acumulador então é regra.
E o desapego, um exercício complexo.