Coleção pessoal de AndreAnlub
O animal irracional à procura de humanos fareja os destroços; o bicho homem com sua loucura vitimiza o cão dócil.
É logo ali o impossível; siga a avenida do livre-arbítrio, passe a rua do convencional e dobre à esquina do inconcebível.
De uma forma deveras palpável a grafia renasce no arcabouço, vindo de uma sensação mutável e tornando-se finalizada ante o esboço.
A alma quer plateia, zelo, nada de estar sozinha. Ela quer que outros olhos curtam seu curto vestido decotado, o sorriso do rosto com duas covinhas e todos, mas todos, os seus pelos eriçados.
Nada disso, nada! Nem a cruz ou a espada, nem um milagre instantâneo, até viver litorâneo com belo cenário da sacada. Nada disso, nada! Nem amor perdido ou achado, tampouco o que ganhou no grito, nem um gemer sustenido que alavanca o ser amado. Nada disso, nada, se não houver, gente, meu café bem quente.
Para quebrar a leitura acrescento essa coisa fútil, dispensável, absurda, cega, surda e muda, que é esse parágrafo inútil.
E segredou o velho no seu leito de morte:
- a vida que já é curta foi-se célere; passei-a ambicionando coisas, quase sempre supérfluas, ao invés de ser feliz com o que já tinha. Hoje troco tudo que tenho por mais tempo, mas infelizmente o mesmo não está à venda.
Não permita que a lamúria de ter ou não ter feito, isso ou aquilo, torne-se eco e volte a ser nuvem escura num futuro próximo!
Era um sujeito de tão extrema incoerência que mesmo quando bateu as botas ressuscitou para se dizer ateu.
Conquistas dificilmente funcionam quando se vai muito além e extrapola o momento. Há de se ter bom senso e dar tempo ao amoldamento.
No meio do lago sossego meus remos, lanço a vara com a melhor das iscas. Espero o peixe, faço figa. Em tempo ameno mordeu a Tilápia. Depois do alvoroço num pensar parco devolvo-a pro lago. No meu lar tem almoço, já ganhei meu dia, vou puxar meu barco.
Renasce com o dia a serenidade que buliu com o ontem, fazendo o momento, esculpindo o hoje de um modo mais tenro, fundindo o amor e rejuvenescendo.
Estouram paixões sempre aludidas, cantam canções, danças nas chuvas. No certo e no cerco um céu de saídas, arte que inspira expurgando áureas turvas.
Esvazie-me – preencha-me, conheça o verso e o avesso, rima após rima, sabe que deixo! E depois, ao acordar sozinha, vá viver se estou na esquina.
Precisamos de larga boca e nada oca a mente. Mente aquele que no medo, em segredo, no paladar do azedo, expõe que não ama e não segue passo a frente.
Ouvi dos sinceros seus sins, som de detalhes. De talhes simplórios, felicidades, gemidos e corpos notórios.