Coleção pessoal de andrea_dangelis
O que sou?Um ser ignorante,
que se firmou,querendo ser gente.
Adornou de planos sua mente doente.E tentou ser mais do que palavras,mais do que sonhos,uma tentativa errada.Se fantasiou de metáforas,frases errantes,falácias.
Buscas ordinárias de expressão.
Expeliu seu ser,maquinou entre tecidos poemas,não querendo ser calada.
Fez da poesia seu paço seguro numa boca fechada. Um emborcar dentro de si.Mas emudeceu...
Parou de discorrer linhas ,merdas prensadas em grafias esquisitas.
Amarrou os dedos em laços de fita e se fechou em camisas de forças,onde o silêncio é o grito de uma boca trancada.
Só quem realmente acredita em sonhos agasalha a poesia como ninho.
Dolorida caminhada onde sempre busco a fé para continuar essa jornada.Um abraço amigo.
Parece que todos nós,em algum momento,nos tornamos abusados,
abusadores ou os dois.
A inocência e a pureza parecem não conseguir sobreviver neste mundo.
Este é um mundo monstruoso
que cria seus adeptos e seguidores.
Debaixo de pele,carne e ossos
o que se esconde de dores,traumas
e remorsos?Não tem como dizer...
Não há cicatrizes visíveis.
Apenas o dolo marcado em corações
que ninguém vê.
O que seria a Alma?Acredito que é a energia que emitimos...e atinge as pessoas e as coisas ao nosso redor.Se ela é imortal??Acho que não...existe e morre com a gente,talvez sobreviva em nossos escritos,nas pinturas,nas artes...porque captamos as emoções do artista ao admira-las.Manifestações autónomas em relação a materialidade do corpo.Sua essência.Sendo o corpo seu cárcere,sua prisão.Tendo apenas sentido se ligada a ele por um cordão invisível aos olhos.
Por causa da perda de m'alma fiz um texto...
"Onde vive minha Alma?Debaixo do meu coração ou nos contornos do meu corpo.A minha ficou louca tocando todos os corações buscando sei la o que.Abarcou o mundo achando que era dona de si.Deixou-me coberta apenas por panos e sem direção.
Querendo o que desconheço e sem compreensão dos mistérios da vida,meucorpo vai envelhecendo
cumprindo sua função.
Perdido,vazio sem alma para compensar tamanha solidão.
No caos sou o solo fértil.
Arrancando sensações,o poema parido
entre catarse e emoções.
Uma alma num berço ferido.
A morte do ego,
da personalidade que veste
e decora meu espírito sofrido.
Minha roupagem é essa carne,
que se rasga com facilidade
e jorra sangue morfético,versos,
canções num universo poético.
Um casamento de palavras,rimas,
poesias e aflições.