Coleção pessoal de andre_villasboas
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Sete dois; comecei a ensaiar o livre arbítrio no ventre da minha genitora, e materializei meu elo com o mundo já no primeiro choro. O aprendizado, a dor e o desconhecimento do provérbio "só se afoga quem sabe nadar". Afundei nas minhas primeiras tentativas ao optar pelo gume errado da faca, e lembrei que a piscina amniótica não serviu como treino.
Criei uma carapaça tão forte quanto a armadura de Ogum, "cascorei" e saí cavalgando até tropeçar com a fraqueza dos fortes. A ansiedade antagônica e latente me desviou do tempo do Homem, e hoje ainda me sinto responsável pela erupção de algo adormecido perante a visão daqueles que ignoram.
Enquanto meu âmago ainda espera por um comportamento diferente do mundo, torço calado por uma reação massiva à minha voz.
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Minha alma sente frio
Arrepio, calafrio
A saudade está no cio
Esvazio, um vazio
Suas cinzas pelo rio
Nostalgia, sem seu brio
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Sonhar é ansiar o impossível
Realizar é tornar factível
Escrevi não tinha tinta
Recitei não tinha verso
Comprimi não tinha cinta
Inverti não tinha inverso
Adoeci não tinha leito
Pari não tinha feto
Amamentei não tinha peito
Dormi não tinha teto
Engordei não tinha roupa
Mastiguei não tinha dente
Ruminei não tinha boca
Atirei não tinha pente
Laborei não tinha aula
Soletrei não tinha letra
Capturei não tinha jaula
Discuti não tinha treta
Projetei não tinha escala
Plantei não tinha rosa
Viajei não tinha mala
Conversei não tinha prosa
Garimpei não tinha ouro
Meditei não tinha mantra
Amarelei não tinha louro
Contraiu não tinha câimbra
Planejei não tinha plano
Juntei não tinha caco
Enxuguei não tinha pano
Naveguei não tinha barco
Acordei não tinha sol
Encorajei não tinha luta
Relacionei não tinha rol
Atendi não tinha escuta
Rezei não tinha vela
Advoguei não tinha caso
Adotei não tinha tutela
Posterguei não tinha atraso
Subi não tinha escada
Abri não tinha janela
Queimei não tinha largada
Fritei não tinha panela
Escavei não tinha terra
Soprei não tinha vento
Amputei não tinha serra
Superei não tinha talento
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Quando espreito condições adversas, as tiro das sombras e as coloco sob a luz. Assim confronto meus maiores temores a partir da racionalização da origem. Caso fuja do que chegou para testar minhas fraquezas, posso ficar acorrentado no passado ou encadeado no futuro.
Depressão, ansiedade e ausência íntegra de uma reconexão com um presente que espera o máximo de mim. A guerra interior é desencadeada, e eu crio minhas trincheiras para eliminar tudo que tenta esmagar meu coração.
Reviro minhas gavetas e busco na dor extrema, aquilo que pode ser a base do iceberg. Neste exato momento expando minha consciência e volto a respirar evolução e prosperidade.
Um guerreiro não parece, ele é.
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Solidão
Viés fúnebre
Spa do diabo
Vinho, vinagre
Miolo amassado
Esmurro a madeira
Isola
Congregação
Esguelha da alma
Terreiro de luz
Charuto, cachaça
Oxalá, sua cruz
Espada de Ogum
Amola
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Liberdade é manifestar...
Nome e sobrenome sem receio
Sonhos e conquistas dos anseios
Amores e afirmações sem rodeios
Viver é expandir...
Sem invadir os limites de ninguém
Falar, ser ouvido e compreendido por alguém
Concordar ou discordar sem retificações
Somar e ratificar sem abreviações
É poder andar, cantar
Dançar, rir e chorar
É ser carne, osso e espírito
Gargalhar sem motivos
Sorrir para as crianças
Espreitar o subjetivo
É poder ficar feliz ou triste
Errar, perdoar, aprender e evoluir
Aplaudir o privilégio
Exorcizar o sacrilégio
É fazer nossa alma fluir
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Ansiedade, não me devore
Ansiado estou, regozijo diário
Aflição, não me apavore
Preocupado estou, eterno cenário
Instantâneo não perdura
A unanimidade é burra
Estou a levar uma surra
O frenesi me sussurra
Afobado estou, imutável otário
Felicidade, não me demore
Apurado estou, mal do sagitário
Sorte, me revigore
Dedicado estou, é deficitário
Prosperidade que não dura
A velocidade me empurra
Estou a pedir com condura
A alucinação me esturra
Acalmando estou, sou retardatário
Sucesso, não evapore
Preparado estou, é fiduciário
Resiliência: não comemore!
Consciente estou, pois é temporário
A idade amadura
O tempo me urra
Visto armadura
Venci a ditadura
Saciado estou, sou majoritário
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Quando entendi que a vitória só vem depois de uma maratona e não de uma corrida de cem metros, passei a aproveitar o percurso com mais inteligência. Reciclo, resisto e utilizo um bom par de tênis.
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Amizades não são impostos compulsórios
Laços afetuosos não dissipam nossa compostura
Na sobriedade armazenada em barris de carvalho
Na embriaguez coletada em nascentes potáveis
Condescendência não se sustenta sem lisura
Amizades não são tributos mandatórios
Elos afáveis não consomem nossa virtude
Na discrição engarrafada em pallets de madeira
No pileque reunido em estuários correntes
Benevolência não se sustenta sem atitude
Amizades não são dízimos capitais
Ligações amistosas não esbanjam nossa castidade
Na austeridade gravada em medalhas de prata
No porre recolhido em baías balneáveis
Diligência não se sustenta sem verdade
Vence quem passa por essa vida com mais simplicidade. E se precisar pagar a felicidade com reciprocidade, te amo. Meu sorriso é seu.
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Vivi ao tentar amar
Perdi ao tentar mentir
Venci ao tentar lutar
Caí ao tentar partir
Cresci ao tentar rezar
Subtraí ao tentar trair
Investi ao tentar somar
Omiti ao tentar sentir
Existi ao tentar voar
Desisti ao tentar sorrir
Consegui ao tentar passar
Resisti ao tentar ruir
Pressenti ao tentar pensar
Dormi ao tentar sair
Digeri ao tentar parar
Evoluí ao tentar subir
Vesti ao tentar causar
Ouvi ao tentar fluir
Admiti ao tentar lacrar
Insisti ao tentar florir
Tentei morri covarde
Conquistei pari coragem
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Nunca acho que a violência vai se sobrepor a palavra, mas também tenho certeza que ações geram reações imediatas. Se encaixarmos minha convicção em algum contexto atual, veremos minha opinião sem qualquer exposição direta.
Pré julgar (ou julgar) alguém sem ter vivido tal situação, pode te colocar em contradição quando algo semelhante acontecer sem aviso.
Na dúvida, esqueça a piada que magoa e evite o tapa que desmoraliza. Sim, às vezes é difícil ponderar.
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Amo e retribuo o carinho para com todos que me rodeiam com verdades isentas de dissimulação.
Quando se ama com verdade, olhar para o que se passa do lado de fora é totalmente desnecessário. Tudo (absolutamente tudo) acontece dentro de nós. Você não tenta mais entender o Universo, e passa a valorizar os que semeiam paz de mãos dadas contigo. Esta é a força resultante de duas vogais, duas consoantes e uma infinidade de significados que preenchem todo o nosso ser e nos transformam em seres abundantes.
Amamos de alguns jeitos e maneiras muito diferentes: incondicionalmente, reciprocamente e até de forma imaculada - todos tão necessários, tão intensos e tão diversos entre si. Através destas vertentes de afinidade, unimos, levitamos e exercitamos os músculos que bombeiam a energia vital por todo o nosso corpo.
Dizem que o ódio anda lado a lado, e que saímos de uma faceta para outra quando não somos correspondidos. Eu particularmente não acredito, principalmente quando nosso coração está repleto de axiomas e premissas verdadeiras.
Amar e viver são diligências positivas e afins, portanto, quando a carência de algo realmente verdadeiro paira sobre uma relação que deveria ser sublime, ame mesmo assim, mesmo que o seu silêncio ecoe e demore a despertar quem perdeu a chance de usufruir do que você entregaria intensamente e sem dissimulações.
Duvide da luz dos astros, de que o sol tenha calor, duvide até da ciência, mas confie em seu amor - ele te fará maior do que já é. E se for realmente legítimo, nunca te transformará em escravo de algo que se desprendeu.
Eu te amo.
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Nossa história não tem simetria.
Somos reais, leais e à margem do óbvio.
De dentro para fora e ao contrário.
De cara lavada, sem receios e âncoras.
Nossa glória requer liberdade.
Somos ócio quando o criativo aflora.
Sócios quando a responsabilidade deflagra.
Corais sem recifes inertes.
Nossa memória instiga valores.
Somos bom senso sem senso comum.
Enamorados do ofício sem cordas.
Amantes do ônus com bônus.
Nossa fé não é compulsória.
Somos cristãos sem doutrinas e templos.
Desviados do que catequiza.
Escudeiros do livre arbítrio.
Nossa banca prioriza a vitória.
Somos descrentes do apocalipse.
Otimistas do que é merecido.
Comungamos o mesmo propósito.
Estamos no Porto sem ancoradouros.
E do Porto, podemos virar best-seller.
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Me agarro na metamorfose
Duas pernas me levam bem longe
Degusto meu café, minha dose
Não espere que eu te desaponte
Distante da resignação
Desperto e adormeço tentando
Bem longe da acomodação
Avalizo minha fé, vou lutando
Tem dias que entorpeço feliz
Tem dias que adormeço doído
Escapei da expiação por um triz
No mais estou sempre sorrindo
Valente, me tornei imigrante
Carreguei minha bagagem, família
Do caos, virei itinerante
Meu jargão, minha filosofia
Na estrada vi muitos espinhos
Ferrões, e eles não são meus
Nem fui, nem sou Zé-Povinho
Sou grande, acredito em Deus
O triunfo em verso e prosa
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Quando despertamos alavancados por sonhos e desejos que precisam ser transformados em veracidade, vivemos no presente e na espreita de dias ainda melhores.
Não se trata de inconformidade injustificável, mas de propósito legitimado no cotidiano.
A vida vai estabelecer condições limítrofes e ultrapassá-las não será questão de sorte, mas da inspiração e da transpiração dosadas com sabedoria. Ambas atuando em uma perfeita simbiose.
Terão dias que a criatividade poupará o esforço, outros em que os poros vão aliviar a ausência de imaginação, e nós saberemos como proceder sem deixar o ritmo declinar.
Quanto à consistência evolutiva de todo o processo, tudo vai depender da nossa capacidade de progredir.
Avançar diante dos aplausos.
Evoluir perante as vaias.
E florescer defronte o mórbido silêncio.
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Ao longo da vida criamos mecanismos de autodefesa. Meu lado feminino, por exemplo, foi a forma que encontrei para conservar minha Mãe bem próxima. E através desta simbiose entre o dom e a dádiva, posso transformar minhas quedas em passos de dança, meus medos em escadas, meus sonhos em pontes e todas as minhas procuras em encontros.
“Filho, bons sonhos”. Ouvi esta frase incontáveis vezes, e nunca me atentei para o seu real significado. Enquanto eu dormia e sonhava, ela se mantinha vigilante e nada podia embargar o que me fazia fluir. Este campo de força camuflou minha vulnerabilidade, e invulnerável deixei minhas digitais em todos os grandes marcos da minha história.
Nada que eu fazia passava desapercebido. Sermões de correção, palavras de absolvição, beijos e abraços de comunhão. Caí do ninho, bati minhas próprias asas e nunca cheguei ao chão.
Na minha eloquência, percebo que jamais serei livre do que me liberta de ser escravo de uma vida sem você. Por isso cuido do meu lado mulher, assim tenho minha Mãe sempre aqui comigo.
Ser Mãe é um dom.
Ser filho é uma dádiva.
Você, privilégio.
Eu, privilegiado.
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Prefiro ter lampejos de coragem e genialidade que uma vida repleta de covardia e pão com manteiga.
Sem bizonhices, quero algo realmente FOD4. Quando percebi que todos os caminhos me levavam para uma vida mediana, simplesmente me perdi de propósito.
A sobrevivência das minhas convicções não é algo negociável. Pagar apostas com meu destino não vai mudar minha realidade. Prefiro aceitar o fardo da própria vitória a desistir dos sonhos quando eles se tornarem tangíveis.
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Nada de extraordinário.
Só aceitei minha paz.
Nada de algemas.
Só clamei por alforria.
Nada de acaso.
Só acatei a consciência.
Trabalho por conta própria.
Sem fronteira.
Dono do próprio tempo.
Sem miopia.
Vigilante do próprio destino.
Sem supérfluo.
Sonego o aculturamento.
Com diversidade.
Dissimulo os padrões.
Com foco.
Exerço o minimalismo.
Com simplicidade.
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À medida que desemburramos com o tempo, substituímos o viço da mocidade pela autenticidade das marcas de expressão.
Descobrimos uma riqueza que nenhum dinheiro pode comprar, o processo extraordinário em que você se torna a pessoa que sempre deveria ter sido.
Aí passamos a invejar o vigor dos jovens, e percebemos que os mancebos não estão preocupados com a nossa austeridade. Eis que surge mais um esculacho da vida: uns conhecem o que perderam, outros desconhecem o que lhes falta.
Ainda posso trocar a inveja pela consciência de perceber este movimento tão natural.