Solto a vida pela janela.
Fiel como trilho e o trem.
Corro descalço
a caminho de ferro.
Os pés suados,
empanados de terra,
e as unhas de fora.
Perdas e despedidas.
Dividido em uma nova decisão.
A distância traz saudades
a dúvida deixa insatisfação.
De escusar inimigos,
os arrependidos
pedem sempre proteção.
Num futuro próximo,
lembro os bons momentos
que hoje vivo.
Cai a gota da noite,
ninguém viu aquela
que tanto amei.
Ah! Que saudades!
O meu bem!
Ah! Que saudades!
Da “Rua Das Ilusões Perdidas”,
que terminou, numa bela
e “Doce Quinta-feira!”
Tal como segredo,
confesso que, a princípio,
o simples é proposital.
De vez em quando, passa,
mãos dadas com um verso.
O que me resta é paixão,
da vida que fugiu sem rédeas.
Não tomei muito (só umas e outras)
na decisão de ser sozinho.
Redescobri nos dias
feitos para nós.
Já não os tenho
como outrora,
eu estive
apaixonado
por você e pela vida!
Perguntam quem sou.
Penso e não mais estou.
Mãos à obra,
pé na estrada...
O resto é prosa fiada!
Perguntam o que penso.
Ébrio, o meu silêncio é sincero.
Vou por águas tranquilas,
mas às vezes faço cara feia.
Doravante, já não durmo
nem provoco os sonhos.
Até que eu pisque um olho, acordado
quem é já nasce pronto!
A infância vai à criança, senil fica.
Ao menos farto de anos
comemoro os melhores dias nesta vida.
A infância não sobrevive no tempo,
somente assombra na lembrança.
O tempo não padece, os sonhos não dormem.
Para que vou dormir, se tenho que acordar,
antes do meu sonho começar?