Coleção pessoal de Ancelmobento
verde ?
o verde das florestas
não será mais o mesmo
verde
pessoas de colete verde
fugindo das que usam fuzil
e capacete
a sede de quem destrói
não é mesma sede de
quem sofre
ser humano, o
verde destruindo
verde por verdinhas.
Temos tudo de que não precisamos
Lutamos para precisar de tudo isso
Nós vendemos por centos.
Esquecemos quem somos
Esquecemos dos sonhos
Vivemos Ou apenas
Esquecemos ?
Brasil
Petróleo sobre tela
Pretos e pobres dentro
Da cela.
Fauna e flora virando
Sacola
Coca -cola não é horta
Escola não é quartel.
labirinto
No meu universo
as constelações brilham por
puro instinto, e sem o cosmos
elas não florescem
No espaço do meu silêncio os
pequenos gestos ganham voz,
forma e cor
No meu coração o único caminho
para sair do labirinto é dizer tudo
que sinto.
sejam elas palavras ou
saudades.
vida no campo
Do alto da Embaúba
o bem -te- vi observa
o nascer do dia.
na goiabeira as
as maritacas em
demasia, no chão
o som da água e
do coração
terra
Onça-pintada
tamanduá, jacaré.
baobá, ipê amarelo
jacarandá.
seu zé, dona maria
padre José.
um pouco do todo
cabe em um poema,
mas não cabe no
seu mundo?
Faz de conta
Hoje me
Perdi no meu próprio
Conto e desencontro
Com as coisas, tudo
Em cima do muro se
Virou por um minuto,
O mundo segundo os
Parafusos é confuso e
Inseguro, sem a água
Viva sem cor seria as
Cores vivas, da janela
Um retrato falado por
Um pássaro calado.
papel
se o amor fosse
uma folha de papel
estaria esquecido,
amassado, jogado
em lixeiras, morando
em lixões, voando
por ai.
para poucos seria
marcado como a
pagina favorita de
um livro, lido e relido
todos os dias.
efêmero
Para todo efeito sou
efêmero e brasileiro,
a noite me liberto
do incerto e acerto
o meu diagnostico,
astro sem constelação
poeta de boteco em
ascensão. Musico de
uma unica canção
tropeço em notas e
corações, quem sabe
um dia uma estrela
cadente ao cair esteja
sorridente, nem tudo
é para todos, mas o
pouco que me cabe
cabe em um abraço.
armadilhas.
felizmente
Estamos fardados
a sermos a nossa
própria ilha e todas
essas armadilhas
fazem parte de uma
historia mal contada
sobre o nosso próprio
eu.
chuva
chuva que cai sobre a minha sombra
dando vida e traços ao inanimado
revele as goteiras do meu coração
com todas suas dores e vantagens
chuva que cai em todas as avenidas
estimulando o apresso a companhia
transforme aquela grande caixa vazia
com todos seus defeitos em brasília
chuva que cai sobre as nossas vidas
entre raios luminosos e eternos trovões
traga de volta aquele jardim de flores
com a complexidade da tempestade
chuva que cai sobre as minhas mãos
trazendo a sensação de eterna solidão
me mantenha vivo até o próximo verso
com a sua paixão pelo incompreendido.