Coleção pessoal de AnaLuisaHigino

41 - 60 do total de 70 pensamentos na coleção de AnaLuisaHigino

Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.

Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.

Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.

Brasília (...) Uma prisão ao ar livre.

Sou uma pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje... Amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexo, sou misterioso, sou mistura, sou homem com cara de menino... E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar... Não me douo pela metade, não sou seu meio amigo nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não acredito que eu seja ninguém de tão grande importância. Presumo que eu seja como qualquer um, com certos defeitos, porém acompanhado de qualidades. Posso ser constante, inconstante, ou até mesmo os dois ao mesmo tempo. Em grande parte do tempo, sou previsível, admito. Mas o imprevisível me acompanha bem de perto. Consigo ser o bem e o mau, o certo e o errado, a tristeza e a felicidade. Eu posso ser tudo, ou simplesmente nada. Talvez eu seja isso; uma porção de coisas, depende de como você me vê!

MONÓLOGO POÉTICO DE OUTONO

O outono frio sem amor, pode parecer com mergulhar na escuridão fria...

Um passo para adeus dos nossos verões, eu ouço as folhas secas sendo pisoteadas...
Com chocolate quente na caneca, com o coração cheio de saudades de você... E você com saudades de outro alguém, que por sua vez tem saudades de outro alguém ainda...Mas não é de você! O inverno também pode ser minha mente, uma torre de sucesso embalada por este monólogo.. Para quem? -Para eclodir no universo das letras e se tornar mais um texto poético e sem dor... Ontem foi o verão, folhas caem aqui . Este ruído misterioso soa como uma partida..Amo seus olhos verdes de beleza delicada, mas hoje eu estava doce como chocolate, e você preferiu contemplar a paisagem fria e parada na foto tirada de um trem que já passou há muito tempo... Você está sempre fugindo do verdadeiro amor.... Quanto tem nas mãos deixa escapar, quando perde lamenta em saudades... Melhor que eu aprecie poéticos textos, artesanais e meus como raio amarelo e macio de outono! Autora Cleide Regina Scarmelotto

MONÓLOGO

Se na vida pudesse trilhar
Sem escolha os trilhos do destino,
Seria assim: como o vento,
Que sopra, sopra e não tem fim.

Se na vida pudesse dançar,
Sem ouvir que música toca,
Seria assim: como a folha,
Que solta,solta e não se prende em mim.

Se no sonho pudesse cantar,
Sem saber quem vai curtir,
Seria assim: como o pássaro,
Que acorda e canta,
Mesmo sem ter alguém para lhe ouvir.

E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro - mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua viva, há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo - porque se poderia ter, já que está vivo. Mas não se tem, nem se terá.

A verdade sobre Romeu e Julieta

Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor? São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.
Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela especial e depois sumiu por semanas. Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM. Romeu não saia sexta feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00h da manhã bêbado
Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias e celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém.
Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.
Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.
Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta. Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas.
Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.
Romeu não tinha uma ex- mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando- a sem saber onde enfiar a cara de vergonha...
Por essas e por outras que eles morreram se amando...

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.

Comprovei que, quase tudo o que já foi escrito sobre o amor... é verdadeiro.
Shakespeare disse: as viagens terminam com o encontro dos apaixonados. Que ideia mais extraordinária! Pessoalmente, nunca experimentei nada, ou algo parecido. Mas estou convencida de que Shakespeare, tenha. Suponho que penso no amor mais do que deveria. Admira-me constantemente seu poder esmagador de alterar e definir nossas vidas. Também foi Shakespeare quem disse que o amor é cego. Pois bem, estou segura de que isso é verdade.
Para algumas pessoas, de forma inexplicável o amor se apaga. Para outras, o amor singelamente se vai. Mas é claro, o amor também pode existir, mesmo que só por uma noite. No entanto, existe outra classe de amor mais cruel.
Aquele que, praticamente mata suas vítimas. Chama-se "amor não correspondido" e nesse tipo... sou experiente. A maioria das histórias de amor fala de pessoas que se apaixonam entre si. Mas o que acontece com os demais? E as nossas histórias? Aquelas que nos apaixonamos?
Somos vítimas de uma aventura unilateral. Somos os amaldiçoados dos seres queridos. Os seres não queridos. Os feridos que se valem por si mesmos.
Os incapacitados sem estacionamento reservado.

Por enquanto há diálogo contigo. Depois será monólogo. Depois o silêncio. Sei que haverá uma ordem.

Monólogo Mundo Moderno

E vamos falar do mundo, mundo moderno
marco malévolo
mesclando mentiras
modificando maneiras
mascarando maracutaias
majestoso manicômio
meu monólogo mostra
mentiras, mazelas, misérias, massacres
miscigenação
morticínio, maior maldade mundial
madrugada, matuto magro, macrocéfalo
mastiga média morna
monta matumbo malhado
munindo machado, martelo
mochila murcha
margeia mata maior
manhazinha move moinho
moendo macaxeira
mandioca
meio-dia mata marreco
manjar melhorzinho
meia-noite mima mulherzinha mimosa
maria morena
momento maravilha
motivação mútoa
mas monocórdia mesmice
muitos migram
mastilentos
maltrapilhos
morarão modestamente
malocas metropolitanas
mocambos miseráveis
menos moral
menos mantimentos
mais menosprezo
metade morre
mundo maligno
misturando mendigos maltratados
menores metralhados
militares mandões
meretrizes marafonas
mocinhas, meras meninas,
mariposas
mortificando-se moralmente
modestas moças maculadas
mercenárias mulheres marcadas
mundo medíocre
milionários montam mansões magníficas
melhor mármore
mobília mirabolante
máxima megalomania
mordomo, mercedez, motorista, mãos
magnatas manobrando milhões
mas maioria morre minguando!
moradia meiágua, menos, marquise
mundo maluco
máquina mortífera
mundo moderno melhore
melhore mais
melhore muito
melhore mesmo
merecemos
maldito mundo moderno
mundinho merda!

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.

mesmo se dez facas me cortassem por dentro, não sentiria a dor que me consome agora.

Monólogo da madrugada

E eu novamente perdida em meu mundo,
Contando histórias de mim sobre eu mesmo,
Num lugar onde não me encaixo e solidão torna meu rumo.
Talvez eu pudesse pensar em me encaixar,
Como fiz antigamente,
Tenho preguiça...
Não sou mais inconsequente.
Pra encaixar no velho,
Prefiro viver desencaixada,
Quero encaixar no novo,
Mas o novo não se encaixa em mim...
Fico assim,
Sábia das minhas certezas,
Fugindo das incertezas,
Feliz,
Tranquila,
Não procuro problemas,
Mas ás vezes eles me acham,
Cuido de mim, nem sempre foi assim,
Odiava o silêncio, agora amo.
Gosto disso.
Do presente,
Que realmente é um presente.
Não ligo de ser diferente...
Não gosto de sair...
Chato.
Música ruim.
Não me encaixo,
Nem quero.
Gosto das pessoas,
Mas, meio que nada a ver a vida...
Muito menos os pensamentos,
Difícil pensamento alheio me agradar ...
Sei lá.
Prefiro a companhia de mim mesma, mesmo.
Não sinto falta de nada, até estranho...
Mas um estranho bom,
Vejo pessoas bebendo,
E eu não vejo sentido na insanidade, no entorpecer.
Gosto de ser sóbria,
Prefiro o clarear de ideias.
Entorpecentes como fuga são.
Não preciso perder a sanidade,
Muito menos,
A linha de raciocínio,
Quero ser um eu completo,
Solido.
Não influenciável.
A bebida deixa a pessoa mole, sem ciência,
Dopa a consciência,
Muda o mundo interior, destrói.
Distrai.
Não gosto de sonhar também.
Sonhos mentem...
Tentam fazer sua mente.
Distrações...
Não gosto delas,
Mas algumas ainda me prendem.
Por isso a vontade imensa de me isolar,
Morar na praia, vida simples,
Sem TV, sem som, sem modernidade.
Meu violão, livros e só...
Utópico né.
Mas eu sonho em viver de arte,
Sonho acordado.
Passo-a-passo...
Vou construindo meu futuro,
Trabalhando,
Atrapalhando...
Faz parte.
Agora chega de falar comigo!
Dormirei.

Meu lar é sempre onde estou. Meu lar está na minha mente. Meu lar são meus pensamentos.

Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.