Coleção pessoal de Anaiza3Durval
"Se soubéssemos como o tempo voa depressa e que com essa mesma velocidade, os registros se enchem de fantasmas. Nossas escolhas seriam mais sinceras."
"Há muitas razões pelas quais escrevo.
Uma delas é a vontade delirante de exprimir algo que busco para ler e sinto que não existe."
"Dizem a mim o tempo todo, como eu deveria ser grata por ter uma vida emocionante... E que essa história vai render, mas não quero mais nenhuma reviravolta, nem agora, nem no futuro. Às vezes chegamos em uma idade onde tudo o que mais desejamos, é paz, reciprocidade e um tema para o TCC."
"Eu tenho ciência de que há pessoas que me amam por inteiro, cada pedaço e parte minha.
Dos meus olhos cor de café, até meus dedos estranhos do pé.
Se não te pareço palatável, por que não dás meia volta e parte?
Entenda de uma vez, eu não preciso de nada que seja só pela metade."
"Eu não sei até que ponto é bom te ter por perto... Se o seu passado ainda é tão importante. Como seu presente se tornará seu futuro, se você está preso ao retrovisor? Se ainda perde horas vendo fotos antigas, se perde minutos buscando informações em redes sociais, se ainda espera uma ligação no natal ou um convite às aulas? Por que não me solta e me deixa livre? Eu quero um ninho onde me sinta segura..."
"Meu caro... Quantas vezes dançamos,
Como verbos indefinidos, como verbos imperfeitos.
Quando tudo que temos está sujeito a uma oração."
"Eu prefiro não te ter, do que te ter, mas não te ter.
Te ter só pela metade, me mata, me parte..."
"Por que as pessoas sempre insistem em algo insolucionável? Será que a maioria das pessoas gosta de se embriagar nesse tipo de amor? Tão sofrido... E ainda assim, torcemos pra que o tal casal fique junto no final, torcemos para que a lei de Hubble não seja exercida, mas no fundo, na vida real, isso é inconcebível. Garota... Ame você antes de amar outra pessoa."
"E naquele momento em que havia me decidido exorcizar os fantasmas do passado, vi um deles se materializar, ganhar corpo e contornos, bem diante dos meus olhos. Não era um espectro, eu sabia que estava ali, o mar caótico e demoníaco cintilava.
Em meus pensamentos pedi por misericórdia a Deus ou me afogaria ali.
A lei de Hubble se mostrou ineficaz ou nós não conseguimos nos afastar numa velocidade proporcional. Percebi a ligação inoxidavelmente iônica ao segurar o anel, nunca seríamos covalentes. Ele me assombrava, me assustava, mas eu ainda o queria. Paralelamente não queria me colocar em uma situação como essa de novo. Por que ele voltou? Era a pergunta que martelava minha cabeça, mas não a deixei escapar por meus lábios."
"Todos os sonhos são como borboletas no estômago. Fazemparte de você tanto quanto se fossem reais, como quando se fazem reais."
"Gostaria de ter uma memória melhor, porque reconheço que não sei mais nada sobre ti.
Por isso me permito escrever..."
"O amor não pertence apenas ao campo abstrato, mas é consoante com o campo concreto.
Algumas pessoas perdem o que poderia ser concreto, por se perderem em um abstrato impossível."
"Pensava com meus botões. Depois que os relacionamentos acabam, não se pode continuar amando aquelas pessoas do passado, ao menos que você opte pela solidão.
Se tudo entre vocês acabou, é porque aquilo não era amor, ou simplesmente aquele amor morreu e a separação foi o resultado inevitável.
Mas se você sustentar que continua amando aquelas pessoas ao invés de admitir que já as amou, enquanto tenta recomeçar com outra pessoa, estará sendo terrivelmente injusto.
Se os seus sentimentos permanecem fixos no passado, não há como recomeçar agora. Pois não se ama duas pessoas ao mesmo tempo, ou você ama uma delas e não sabe qual, ou não ama verdadeiramente nenhuma delas.
Te tornarás terrivelmente injusto, se a tua confusão for a causa dos sofrimentos de alguém. Não é egoísta reconhecer que esse tipo de amor não pode ser dividido. Ser egoísta é tentar recomeçar, aceitando as correntes do passado e causando o sofrimento de tantos... Não há nada tão miserável."
"Pensava com meus botões na música "Ilusão" da Marisa Monte, alguém havia me indicado... Uma professora, talvez? De qualquer modo, me fez refletir sobre quantas vezes abandonamos essas eferemidades sem saber ao certo a razão.
De fato, o tempo somado as experiências nos tornam aptos a reconhecer que estamos velhos e que agora buscamos certezas, bases sólidas e algum conforto. Percebemos que sonhos e desejos podem ser fantasmas do passado que assombram, mas eu sinto que já lhes dei muita atenção. Esse é um bom momento para exorcizarmos eles, certo?
Por Deus, não sejam clichês, nem tudo é sobre amor, isso também envolve amizades e outras coisas mais... Sempre há um mais.
Nossas Ilusões são alimentadas pelo medo, por inseguranças e por falta de sinceridade. Hoje tenho verdadeira compaixão por estes... que não darão uma chance a si mesmos, a espera de algo/alguém que não virá e se enchem de fantasmas no percurso, sem saber ao certo quando vão se libertar."
"Quando tudo que temos é um quase, mas nunca a certeza. Isso te enlouquece, te faz perder a cabeça.
Quando você sente, desmorona, mas aprende.
Quando você se ergue, depois que perde, não esquece.
Quando te sobram apenas rimas, da saudade e dor que fica.
Quando o medo e a esperança, se tornam sua vil balança.
Oh vida calma, onde fostes parar?
Quero ir embora desse mundo. Aqui nunca foi o meu lugar."
"E eu tive um sonho esquisito, mas não eram os pesadelos costumeiros... Na verdade, era tudo em preto e branco e eu me vestia como aquelas mulheres da era vitoriana."
Lembro de ter dito:
"ㅡFoi aquela dor em mil e oitenta... Como se houvera sido mil e oitenta dores."
"ㅡOuso dizer que é inerente a nós."
Falei convicta a respeito dos seres humanos e o ato de narrar.
"ㅡOusas? Como ousas tu?!"
Ele me provocou.
"ㅡÉ um desafio que lanças a mim? Mostro a ti como ouso."
Devolví, para que se calasse.
"ㅡSim, de fato! Pois mostre! Desejo ouvir-te!"
"E nesse momento eu sorri. Não nos provocávamos por fúria ou afeto. Não, não tinha a ver com isso. Era a pura satisfação e camaradagem de dois personagens em uma dança.
Era alimento para minha criatividade em meio ao tédio."
E no meio da discussão fatal, me dirigi a ele:
"ㅡNão é o relacionamento a representação e o ato supremo do sentimento?"