Coleção pessoal de anagabrich
Na hora, eu quis perguntar se tinha algo a ver com outra pessoa, mas quando estão nos abandonando ninguém nunca menciona nome de terceiros, sempre dizem nada ter a ver com outras pessoas, como se não existisse mais ninguém na cidade. E três semanas depois já estão num relacionamento sério, segundo alguma rede social que você precisará suicidar seu perfil se quiser passar os dias como um cidadão com os batimentos cardíacos moderados e operacionais.
(Não pode ser verdade)
Se você não quer saber a verdade, faça como eu, não pergunte. Apenas abra caminho, sorria e aguente o tranco.
(Não pode ser verdade)
Quem é capaz de explodir de raiva, também é capaz de explodir de amor.
(Nunca mais li poesia pra ninguém)
– Você parece mais dura hoje em dia.
– Mais decidida, você quer dizer.
(Nunca mais li poesia pra ninguém)
O que eu não entendo, criatura, é como você continua estacionando seu coração em local proibido. Você já não foi multada que chega? Onde mais precisa doer pra você levar jeito? Uma garota tão bonita e gente boa.
(Olhos líquidos)
Minha tarefa é passar o fim de semana vigiando seu telefone, sua internet, selecionando quem você vai atender, com quem você vai se comunicar. Existem amigos com quem se faz besteira, e amigos que evitam besteiras, sou mais dessa segunda turma.
(Olhos líquidos)
Eu não estou perguntando se você quer que eu fique. Estou dizendo que vou ficar e pronto. Certo, não precisa. Eu sei, você não precisa de nada e de ninguém, além de ficar sozinha.
Por você, tratei de ajeitar as coisas no meu peito como alguém que limpa a casa para receber visitas.
“Só que agora você deve estar, sei lá, pegando uma outra garota pra levar ao cinema. E tudo bem por mim, sério mesmo. Sei bem que você sabe que a tal não merece mais que uns pacotes de pipoca, restaurante, beijos no carro. Posso imaginar como ela vai dizer, sei lá, me liga. E você vai responder com seu velho e irritante a-hã. Sabendo que não vai ligar. Não porque é um cara ruim, mas pela recorrente sensação de que acabou de largar em casa um quebra-cabeças de três mil peças que, olhando o modelo na caixa, talvez até valha o trabalho de montar. Mas, poxa vida, são três mil peças. E você detesta montar coisas.”
"E nada aconteceu. Eu meio que sabia onde as coisas iam dar – foi quase, mas não deram. Não deu. Não dei. Valeu a tentativa, o empenho, o interesse. Eu não estava prestando muita atenção, mas posso sentir em algum lugar aqui dentro de mim que foi bonito. A gente ainda vai se falar por aí, essa não é a conversa final, eu sei como você é."
"E amanhã será um novo dia igual a este. Mas, de que adianta desejar um novo dia se, ao mesmo tempo, desejo também um mesmo e velho erro?"
O diabo é quando pertencer a alguém antagoniza o eterno e anunciado bônus de ser livre. Muitos amores só existem por resistir ao primeiro desencontro e esperanças são lançadas sobre recomeços, quando o imprevisto acontece e alguém te encontra. E te reecontra. Te reinventa. Te reencanta. Te recomeça. Tudo muito lindo, não adianta fugir. Só que nessas paixões urbanas, ninguém fica, muito menos a primeira impressão. Então, que seja como deus quiser.
E estou pouco ligando, na verdade. Muito cedo eu aprendi a perder. E me saí bem, eu acho. Tanto que talvez eu não saiba fazer outra coisa
Não entendo. Tem gente que não consegue se afeiçoar à própria mãe e acha que vai amar até a morte um sujeito qualquer que conheceu no banheiro de uma festa idiota.
Parece exagero, mas é que você, poxa vida, só você conseguiu pular o muro de dificuldades que levantei em volta de mim quando as palavras dor, saudade, ausência, falta e despedida fizeram de mim uma menina de lata.