Coleção pessoal de AmandaLudmilla

41 - 60 do total de 49 pensamentos na coleção de AmandaLudmilla

As boas intenções têm sido a ruína do mundo. As únicas pessoas que realizaram qualquer coisa foram as que não tiveram intenção alguma.

Palavras impensadas são como teias:
Capazes de embaraçar e envergonhar
quem delas fazem uso.

E um vento acariciante resolveu balançar os coqueiros, embaraçar os cabelos...
É o outono começando a se despedir com seu espetáculo itinerante...

mel - ((*_*))

Misturo-me à multidão na noite, na esperança de embaraçar meus sentimentos, porém é pura ilusão. Sem você a meu lado, tenho mais uma sensação: a solidão.
Mergulho-me em minhas poesias, em meus poemas, na intenção de afogar todas as mágoas e arrancar este amor que se faz algoz.
É só descrição, discrição.

``A claridade perfeita
o vento de embaraçar os cabelos
ceu de brigadeiro
cheiro de felicidade
cenário de fotografia
silencio de contemplação
a musica sem notas
todos os beijos,
abraços
todos se fartam
se entendem
se despedem
o dia passa
a vida passa
e eu tao só quanto sempre...``

Definir é matar, sugerir é criar

Poderia alguém sugerir que, no estranho paradoxo, ele teria sido um homem mais nobre se fosse dotado de maior animalismo.

O advogado deve sugerir por forma tão discreta os argumentos que lhe dão razão, que deixe ao juiz a convicção de que foi ele próprio quem os descobriu.

Os excluídos

Ao contrário do que o título desta crônica possa sugerir, não vou falar sobre aqueles que vivem à margem da sociedade, sem trabalho, sem estudo e sem comida. Quero fazer uma homenagem aos excluídos emocionais, os que vivem sem alguém para dar as mãos no cinema, os que vivem sem alguém para telefonar no final do dia, os que vivem sem alguém com quem enroscar os pés embaixo do cobertor. São igualmente famintos, carentes de um toque no cabelo, de um olhar admirado, de um beijo longo, sem pressa pra acabar.

A maioria deles são solteiros, os sem-namorado. Os que não têm com quem dividir a conta, não têm com quem dividir os problemas, com quem viajar no final de semana. É impossíver ser feliz sozinho? Não, é muito possível, se isso é um desejo genuíno, uma vontade real, uma escolha. Mas se é uma fatalidade ao avesso - o amor esqueceu de acontecer - aí não tem jeito: faz falta um ombro, faz falta um corpo.

E há aqueles que têm amante, marido, esposa, rolo, caso, ficante, namorado, e ainda assim é um excluído. Porque já ultrapassou a fronteira da excitação inicial, entrou pra zona de rebaixamento, onde todos os dias são iguais, todos os abraços, banais, todas as cenas, previsíveis. Não são infelizes e nem se sentem abandonados. Eles possuem um relacionamento constante, alguém para acompanhá-los nas reuniões familiares, alguém para apresentar para o patrão nas festas da empresa. Eles não estão sós, tecnicamente falando. Mas a expulsão do mundo dos apaixonados se deu há muito. Perderam a carteirinha de sócios. Não são mais bem-vindos ao clube.

Como é que se sabe que é um excluído? Vejamos: você passa por um casal que está se beijando na rua - não um beijinho qualquer, mas um beijo indecente como tem que ser, que torna tudo em volta irrelevante - você inclusive. Se lhe bate uma saudade de um tempo que parece ter sido vivido antes de Cristo, se você sente uma fisgada na virilha e tem a impressão que um beijo assim é algo que jamais se repetirá em sua vida, se de certa forma este beijo que você assistiu lhe parece um ato de violência - porque lhe dói - então você está fora de combate, é um excluído.

A boa notícia: você não é um sem trabalho, sem estudo e sem comida - é apenas um sem-paixão. Sua exclusão pode ser temporária, não precisa ser fatal. Menos ponderação, menos acomodação, e olha só você atualizando sua carteirinha. O clube segue de portas abertas.