Coleção pessoal de amandacampinas
Sou bem mais feliz que triste, mas às vezes fico distante. E me perco em mim como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação pra vida.
"Não preciso que as pessoas me digam como ser feliz, como agir, que me deêm formulas de como ser. Eu mesma crio e modelo a minha felicidade como se fosse uma massinha. Tudo se encaixa e se ajeita desse jeito, sem interferências de ninguém. Existem pessoas que tentam destruir isso, e fazem de tudo o que podem e mais um pouco, mas meu santo é mais forte. Seguir regras me incomoda, não é de mim. O que as pessoas dizem a meu respeito, comentam, é opinião deles, só eu sei como realmente sou. Acredito em contos de fadas e amores eternos, e mesmo assim, vivo com meus pés no chão. Guardo tudo o que eu passo em um baú, desde risos até lágrimas, e de vez em quando gosto de olhar tudo, e ver o quanto cresci. Meus sonhos são meus mais precioso tesouro, não abro mão deles, muito menos os vendo para alguém. Minha fórmula da felicidade é misturar amigos, família, amores, e viver."
Eu preciso aprender a ser menos. Menos dramática. Menos intensa. Menos exagerada. Alguém já desejou isso na vida: ser menos? Pois é. Estranho. Mas eu preciso. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me dê uma droga forte para tranqüilizar a alma. Porque eu preciso. E preciso muito. Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Eu preciso respirar. Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, sonhar menos, amar menos, sofrer menos ainda. Aonde está a placa de PARE bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára, nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre e me chama. E eu vou... Com o coração na mochila, o lápis borrado, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou... Não digo: "estou indo", não digo: "daqui a pouco", nada tem hora a não ser agora. Existe aí algum remedinho para não-sentir? Existe alguma terapia, acupuntura, pedras, cores e aromas para me calar a alma e deixar mudo o pensamento? Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero.
Eu quero alguém que tenha coragem. E saiba amar coisas simples e mulheres loucas. Quero alguém que acredite em realidade. Que esteja farto de sonhos perfeitos e Romeu e Julieta. Quero alguém que entenda o que é TPM. Que me faça rir. E que minta pouco. Quero alguém que goste de ler. Que me dê presentes fora de época. E que goste de rap.
Quero um amor que me compre biscoitos divertidos, cremes da Lancome e duas alianças. Que tenha uma casa. Com guarda-roupa. TV grande. Banheira de pé. Jardim com laguinho. Gato. Cachorro. E uma cama de casal. ENORME.
(se for cheiroso e beijar gostoso, esqueça tudo)
ps: e se for você, eu me contento com um banho de mangueira (no lugar da banheira) e creme de aveia Davene.
Tudo com o que eu me importo, ME IMPORTA MUITO. Me suga, me leva, me atrai, se funde com tudo o que sou e me consome. Toda. Por inteiro. Sorte minha me doar tanto - e com tal intensidade - e ainda sair viva dessa vida.
Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui. Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é.
Eu devo reconhecer que ninguém me conhece. Não realmente. Os que mais sabem não sabem da metade. Não deixo todos os segredos escaparem de mim, não mesmo. Uma delicadeza com os outros, eu diria, pois não quero assustar as pessoas com meu passado. Em especial aquelas que continuaram gostando de mim após o pouco que souberam. Mesmo porque aquela, que fez aquilo, nao está mais aqui. Eu sou literalmente outra.
Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Mas antes faço questão de te dizer três coisas.
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você. Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco. Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias.
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida (...) mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não o declare e não os procure.
Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma.
Você pode voltar e nada ser como antes.
Você pode até ficar, pra que nada mude, mas aí é você que não vai se conformar com isso.
Você pode sofrer por perder alguém.
Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido, mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a saudade dos momentos simples:
Da sua mãe te chamando pra acordar,
Do seu pai te levando pela mão,
Dos desenhos animados com seu irmão,
Do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural,
Do cheiro que você sentia naquele abraço,
Da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver,
E como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter.
De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades:
Não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma;
Cuidado com o que anda desabafando;
Conte até três (está certo, se precisar, conte mais);
Antes só do que muito acompanhado;
Esperar não significa inércia, muito menos desinteresse;
Renunciar não quer dizer que não ame;
Abrir mão não quer dizer que não queira;
O tempo ensina, mas não cura.
A TODOS...
A todos trato muito bem
sou cordial, educada, quase sensata,
mas nada me dá mais prazer
do que ser persona non grata
expulsa do paraíso
uma mulher sem juízo, que não se comove
com nada
cruel e refinada
que não merece ir pro céu, uma vilã de novela
mas bela, e até mesmo culta
estranha, com tantos amigos
e amada, bem vestida e respeitada
aqui entre nós
melhor que ser boazinha e não poder ser imitada.
A DESPEDIDA DO AMOR
Existe duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
Você deve achar que eu bebi. Se a luz está sendo vista, adeus dor, não seria assim? Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um suvenir de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.
PEDAÇOS DE MIM
Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão
Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci
Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
Já
Tive noites maldormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar
Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
É o crepúsculo de novo. Outro final. Não importa o quanto os dias sejam perfeitos, eles simplesmente têm de acabar.
Ando de um lado para outro, dentro de mim. (...)
Estou bastante acostumada a estar só, mesmo junto dos outros.