Coleção pessoal de AlvaroAzevedo

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Alguns questionam-se: Como os que podem ter tudo, ainda assim são infelizes?
Exatamente por isto! Quando se pode ter de tudo, não há sentido em buscar mais nada. Os que têm pouco, olham para o muito, como meta.
Os que têm muito, olham para o pouco como vitória.

Todos, por menos que se importem,
acabam por porta-se as reflexões.
Sobre os dias que passaram,
os que não chegaram, e os que virão.
É assim então que vem a maresia. Sensações de amor, dor, esperança e alforria. Num desabafo da alma que se esvazia, na breve reflexão desta poesia.

Por mais óbvio que pareça, o sentido de algo é o motivo pelo qual esse algo existe.

Perguntaram-me qual seria na minha visão, o sentido da vida. Pensei um pouco, e dei minha opinião: Para mim, o sentido de algo, é o motivo pelo qual esse algo existe… mas me veio um triste impasse; para os crentes e religiosos, esse sentido seria suas divindades ou deidades.
Para os naturalistas e céticos, não haveria sentido, pois os mesmo advém do acaso.

Todo ser humano está fadado a insatisfação, pois é a mesma que o faz sempre buscar uma melhor forma de viver.
O problema está em achar que essa busca será saciada, desejando a todo momento, o prazer sentimental absoluto nas coisas externas. A externalização é apenas um gatilho, que aflora a nossa percepção aos sentimentos, em meio a uma compreensão de poder sentir-los.

A filosofia dos livros é diferente da filosofia das ruas.
Na ruas, o pensamento está na sombra do poste no asfalto em pleno sol do meio dia.
Nos livros, o pensamento está na importância do motivo, de se colocar sob sol do meio dia, e ao mesmo tempo procurar a sombra de um poste no asfalto...

Hoje me lembrei novamente do beija flor…
Hoje entendi o que ele quis me mostrar.
Que era só mais um dentre tantos, mas foi esse um que me viu, entre todos, e foi esse que me fez vê-lo em todos. Assim lembrei de você… E de como te conheci, dentre tantas rosas num Jardim, somente uma me interessou, pois foi nessa única rosa que senti o perfume do amor.

O poeta é refugio...
Que através do versar, toma o teto de vidro como escudo de pedra.
E nas falas discretas, muitas vezes incertas, conta histórias concretas, da abstrata noção.
E a poesia? É razão! Do sentido a vontade...
Mas também é ressalva de perder o milagre.
É fingir a verdade, na mentira que foge.

O sorridente traz consigo uma alegria; mesmo que falsa para o próprio, torna-se verdadeira para o próximo, se representada com muito afinco.
Assim como o angustiado, que mediante sua tristeza, torna-se mesmo que sem querer, um emanente de dor para os que se aproximam.

“É o cansaço que vem da fome
Da forja de morte dos homens
Gerando o terror que os responde
Com a voz, de uma vida que some
No leito em que o metal se esconde
Da chama que a todos consome..."

Segundo a palavra,
A regra é de lei
O templo é de pedra
A casa é do rei
A água é sagrada,
A salvo do mundo
O tempo é escasso
Em cada segundo.

Poesia é razão! Do sentido à vontade.
Mas também é ressalva de perder o milagre.
É fingir a verdade, na mentira que foge.

Sabedoria não é acervo de informação.
Ser sábio, é ter a capacidade de enxergar além da certeza própria.

Ao galope de mais um verso
Entristecido
Com passadas de tinta no papel
O poeta fez em sua folha, outro cordel
Declamando com um gesto emudecido
O esforço de fingir além do véu
A alegria, na amargura, em seu pincel...

Somos reféns de nossas mentes...
E por vezes conduzimos sob nós mesmos, a prática das ações que repudiamos.
Pois a todo momento, o instinto e a razão lutam entre si em busca do poder absoluto.
Mas como seres falhos que somos, caímos na voz do desejo, que dispersa a razão em detrimento de um vão objetivo egoísta, descrito como alforria para aqueles que se julgam presos, numa cela que os mesmos forjaram.

O homem não é o único ser pensante. Mas é o único que por meio da razão, se abstrai dos instintos.
E utilizando do raciocínio, regula os níveis de sua racionalidade…
Porém, também é um ser falho como todos os outros. Pois quase a todo momento, usa de sua racionalidade para apostar consigo mesmo, no jogo da ignorância

Decisão

Da discórdia se fez forja, e na forja o metal derreteu.

Do metal se fez a arma, e dela o refém! Que por ela morreu.

Da morte se fez tumulto, brigando por quem já pereceu.

Da vida fez-se o descaso, de quem vive, e quem já viveu.

No descaso segue a derrota! Que se apoia a mente ociosa.

E da mente a última prosa… sufrágio antes do adeus.

Somos da mesma tinta, cor que pincela a esperança
Somos tão iguais em dor, de peito ferido, a alma que dança
Somos a mesma linha, dividida em segmentos, no decorrer da vida
Somos uma busca trivial, por um sentido intencional, numa paixão irracional
Somos muito pouco de nós mesmos, colocando nos outros, os próprios anseios...
Somos por fim, existência surreal… Numa realidade paradoxal, buscando um sentido, afinal…

Convicto não é quem profere palavras buscando razão...
É aquele que em tal razão, não necessita demonstrar sua convicção.

Catavento

Agora já foi
Perdeu-se no vento
Do seco relento
Na brisa de Março
Marcando o compasso
De um breve momento
Ligeiro e escasso
Como um catavento
Girando ao acaso
Na busca de um laço
Em seu movimento