Coleção pessoal de alex_miguel

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⁠A truculência é analfabeta.

Ó beleza! Onde está tua verdade?

Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

A vida esconde nos lugares mais simples sua grande beleza, que revela qual o significado de porque persistimos em continuar vivendo.

Algum dia em qualquer parte, em qualquer lugar indefectivelmente te encontrarás a ti mesmo, e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga de tuas horas.

⁠Os dias passam como passam as estações, as multidões, as ilusões...
Assim me despeço da vida a cada momento em que ela passa.

Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.

CONSOLO NA PRAIA

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

Planeta terra

Tens uma duplicidade no tamanho

És tão grande e ao mesmo tempo tão pequena

Se movendo em meio aos mistérios do criador
Segue seu fluxo

Em meio à razão de tudo e nada

Em meio à solidão

Em meio à luz e a escuridão
Segue seu fluxo

Enxertada de diamantes

Tens um brilho contagiante

Refletindo a quem orbita

Segue ela, tão afinco

Habitando em sua grandiosidade

Em busca de uma única verdade

Eis o homem, alienado

Buscando a razão em ilusão

Em meio à destruição, tão parasitas

Se intitulam como sãos

Nela existe um canto

Lá é um encanto

Me distancio dos normais

É para lá que vou

Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.

Se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar o mundo, mas será um canalha a menos.

⁠Viver também é despedir-se.

Cheguei nu, aos prantos.
Agora choro nos cantos.
Olho pela janela ao dealbar do dia.
O raiar ilumina meus pensamentos.

Em tudo vejo um muro.
Da ignorância
Da insensatez
Da estupidez.

A espécie se corrompendo
O meio sendo destruído
Os amigos se vendendo.

Estamos perdendo uns aos outros.
Digitalizando-nos sob máscaras virtuais.
Alimentando-se de curtidas em vaidades desnutridas.
Saciando o vazio que há em si.

Continuo aos prantos.

Lá fora o dia acontece. Tudo parece intenso e real. Até que os meus, turbulentos, pensamentos transcendentais, mergulhados nos questionamentos da existência, levam-me a refletir; se lá fora é tão intenso quanto aqui, dentro de mim.