Coleção pessoal de alefoliveira
Meia noite e eu aqui
Escrevo para passar o tempo
Questiono minhas dúvidas
Revejo meus pensamentos
Vejo como foi meu dia
Simples como o planeta terra
Pois amanhã pode ser meu último
E hoje uma lembrança eterna
Meus amigos são da geração dos caretas
Que querem o sol duas vezes por dia
Que levam a lua ao céu
A troco de ver o sol nascer
Eles se alteram fácil
Botando tudo a perder
Eu só faço o que quero e o que me convém
Não obedeço a qualquer um
Não sou seu nem de ninguém
Mas tenho que adimitir
Que também sou dessa geração
E sou careta também
Assim que a sede minha
Vinha com sua fome em mim
E que mal sabia que por ti
Por fim, em mim encendiaria
Assim que coube parte minha
Em tua vinda, despedida de volta
Consola minha, linda enlouquecida
Que mal despida, me enganaria
Que me calaria, convenceria
Que o meu, no teu estaria
Que o amor invadia e sorria
Que tanto o teu quanto o meu amaria
E que assim, encantaria
Que por mal, mal nenhum nos romperia
Que por fim, então qestionaria
Que afinal, por que um amor aqui estaria?
Observe o horizonte
Que se esconde um fim
Fim sem destino final
Nem ponto de partida
Início sem tiro de largada
Nem rosas nem margaridas
Águas salgadas, sempre
Sal que experimenta as areias
Sempre, talvez que o vento
Sopre ao povo um argumento
Que vire, e atire um sorriso
Nisso, que o riso é herói do momento
O luar desmoronou
E agora a incalculável escuridão
Despencou, se espatifou no chão
E de tão sombrio ficou o meu caminho
Que de tão escuro uso uma lanterna
Olhos que me veem sou uma fera
Procurando luz na imensidão
A noite acabou e amanheceu
E agora límpido, corado, colorido
estendido de cor o chão ficou
Com aspecto corado e incolor
E abriu-se uma trilha, diante o sol
Ao sol, disse: "Obrigado"
Nobre rei, sei que é lei, o iluminado
Agradecer ao sol, por ter me olhado
E ao luar que caiu, ter ajudado
E aos céus, de por fim, ter me levado
Podem vir, podem vir
Eis que agora é o momento
De dar fim ao início
De paralizar o tempo
O início, com o tempo em vício
Que te prolonga rainha
D'um império meu, império teu
Assim como tu dizia
Que ainda que não amasse
Mesmo assim amaria um dia
Noite e manhã, e o Sol nosso esse
que insiste em clarear minha vida
Certo dia encontrei com a vida
Que discretamente se mostra ao mundo
A arte de fazer alegrias
A capacidade de dar voz aos mudos
A certeza de que não sou seu
Que sou de todos e de ninguém
Que sou mais que Romeu
Julieta, onde está meu bem?
A vida e a praia que sopram as ondas
E o vento que leva, que bate que fica
Os pássaros que cantam, que choram que falam
E o sol que faz amanhecer o dia
E que agora na dança, nossa, vossa vida
Que não se esquece nem se isola
Que o ritmo seu deferente ao meu
Dance com ousadia a vida pelo lado de fora
Os passos que agente dá
Nem sempre são como agente imagina
Os lugares que agente anda
Nem sempre estão como agente queria
As casas que agente olha
Nem sempre estão como agente preferia
As pessoas que agente vê
São as mesmas de todos os dias
Os jornais que agente lê
Dizem tudo o que eu já sabia
Notícias recapituladas, antigas
E o retrato da hiprocrisia
Palco de baixo orçamento
Dinheiro não compra alegria
Notícias ruins não viram modelo
Mas são capas de livros da burguesia
Ninguém escuta o meu apelo
Deve ser por que eu sou mudo
Pra dizer que assim está imperfeito
Pra não sofrer diante do tal público