Coleção pessoal de amyricher

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Faça seu próprio caminho
Mesmo que você viva apenas por um dia
Faça alguma coisa
Ponha de lado sua fraqueza

Afiei minha faca de ambição venenosa. Mas para as ganâncias insustentáveis, a faca ficou sem corte.

Por você, eu
Seria capaz de fingir estar feliz mesmo estando triste.
Por você, eu
Seria capaz de fingir ser forte mesmo estando machucado.

O amanhã que estávamos esperando se torna ontem em algum momento.

Mesmo em um futuro distante, nunca esqueça o você de agora.

Só viva seu próprio caminho, é seu de qualquer maneira...

Eu aprecio a obra-prima que é você porque sua existência é uma arte.

Acabamos por amar nosso próprio desejo, em lugar do objeto
desejado

Como se "a verdade" fosse uma criatura tão inepta e inofensiva, a ponto de necessitar de defensores.

Uma teoria na qual os impulsos bons, derivem dos maus

Não sou a boca que convém a esses ouvidos

É por nossas virtudes que somos bem punidos

Experiências terríveis fazem pensar se aquele que as vive não é algo terrível

Qual é a marca da liberdade realizada? Não mais corar de si próprio.

A dúvida é a ante-sala do conhecimento

A quem sabe esperar, o tempo abre as portas.

O segredo para se andar sobre as águas é saber onde estão as pedras.

Se não queres que ninguém saiba, não o faças.

Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos.

Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.

Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam.

A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo.

Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?

Não sei de onde tiraram esta ideia: morrer.
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente.

De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis.

Qual é? Morrer é um clichê.

Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.

Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.

Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e
morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério?

Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo.
Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz.

Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.

Só que esta não tem graça.

Mas na profissão, além de amar, tem de saber. E o saber leva tempo para crescer.