Coleção pessoal de AldoTeixeira

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De: Terra - Grão Cósmico (Azul)
Destinatário:
deus@naoerautopia.com
Com cópia para
diabo@captalismobom.sem
Assunto:
Não é mais questão de "Amém"!

Prezado Deus, como vai?
Sei que descansa em paz,
Mas não posso suportar mais,
As situações atuais,
Nas relações pessoais,
Entre eu e os meros mortais!
Que dispensam apresentações,
Já estive aqui em outras ocasiões
Pelas mesma razões.

Não menosprezando seus 6 dias de dedicação,
Mas presta atenção na "Evolução"
Que o senhor prometeu.
Olha que presentão,
De grego.
(Expressão essa, que
Em outra ocasião
Eu te escrevo,
Por quê é longa a história)
Pra doer na sua memória.
Lembra do Trevo?
Do Sábia Laranjeira?
Do Morcego?
Da Erva Cidreira?
Do lobo guará?
Estou até sem jeito de contar,
Mas não existem mais!
O beija-flor que criou com tanto zelo!
O tatu bola, e caranguejo e camelo.
Moscas ainda tem, precisava de alguém
Pra comer a couraça das devassas
Que o homem faz.

Mas não ache que foi vista grossa,
Da minha parte.
Eu coloquei as regras
Igualzinha as leis de Marte.
Com gravidade,
Com chuva em alguns fim de tarde.
Com lei do carma,
Ou lei da vontade.
Quero que pimentas nos olhos me ardem,
Se os deixei desamparados.
Alimentei de leite maternal.
Cobri o mar com sal
Pra isolar mal olhado.
Fiz tudo como pedia o recado,
Mas no fim deu tudo errado.
Espero que não fique muito chateado.
Sei, poderia ter evitado,
Mas mãe você já viu...
Na ironia eles puxaram pra alguém,
Colocam fotos de bichos
Nas notas que os extinguem!

Nem sei o quão aberto o é Sr.
A mudanças tão drásticas.
Mas pelo amor
Que tem na criatura.
Não me deixa viver nessa tortura.
Uma marca no gado
Outra na amazônia.
Uma luta pra sobreviver,
Outra pra contas astronômicas.
E a unica coisa que cresce por aqui
São ameaças de bombas atômicas.

No aguardo de sua resposta,
Seja breve.
Pois tem hora que eu acho o Sr gosta.

Atenciosamente
Terra
Favor não imprima, se ainda existir papel.

Respeito a natureza!
Contemplação é firmeza,
Mas ainda é pouco,
Pra sair da cena depressa!
Velas acesas!
Só pra lembrar que Mariana ainda tá lá!
Chorando num canto, esperando chegar,
A tal da justiça, que é muito arisca
E nunca arrisca de passar por lá!

A amazônia vazando,
Dando espaço pra gado de corte.
Sem perceber que é morte
Que vai cavando seu campo!

Todos em prantos
Quando o planeta gritar:
- Socorro!
- O som não propaga no
- Vácuo!
- Preciso de ajuda!
Mas ninguém escuta!
Essa raça maldita que me ocupa,
Que eu ofereço fruta.
Que ofereço a paz!
Eles querem mais.
Querem elevar seus status sociais,
Seus rendimentos mensais,
Seus iates no cais
Doa a quem a dor, e em mim sempre dói mais!

Sorrateiro, o tempo se arrasta
E me afasta do passado!
Me levando a pensar no que está parado.
Quem só varia no tempo,
Talvez não esteja errado.
E demore muito mais tempo pra mudar de estado.

Com a fome de homens na taverna a beira da mesa,
A voracidade do instante
Faz com que você esqueça
E seja esquecido, em regime permanente.
Consequência de uma existência minuscula ou inexistente.
De alguém que não vê nem o ciclo abrir e fechar
Não viu o Sol nascer, nem verá se apagar.
A sua insignificância, ser irrelevante,
Devia te servir de alívio,
Mas te deprime, pois estar vivo,
Ou simplesmente,
Existir, te faz sentir superior.

Sei que vou me afastar de você, presente!
Vamos parar de ter contato.
Vamos romper o contrato com a existência.
E bem na nossa frente,
Estará a luz, escrevendo na matriz do Universo.
E depois dela, o vácuo, apagando tudo!

Como os caminhos da vida são emaranhados!
Ontem te servi de escada, hoje me lava nos braços!

Quando fui razão, me chamaste de frio.
Quando fui emoção, de inconsequente.
Quando fui plantar, de esperançoso.
Quando fui colher, chamei a gente.

A frente do seu tempo!
O vento veio e me trouxe a noticia,
de terras distantes:
- Você, cavaleiro ofegante: Puxa-te os freios!
- Ninguém veio aqui pra ser metade!
- Se as contas não baterem,
É só mais um sinal de paz!
Cavalgue sim, mas não a galope.
Não risque de espora e chicote,
A anca da juventude!

E seu eu vier e disser que eu disse que sou!
Sou! Ou ontem fui, já nem sei que horas são.
Mas fui, fui lá pra ser. Sei lá se fui,
Na visão deles.
Mas na minha eu fui. E isso basta!
E só de ter sido já foi existir!

E se eu for um cantor, que nunca cantou?
E se eu for um vendedor de feira, que nunca vendeu nada?
E se eu for um erro? Alguém certo pra me corrigir?
Alguém aqui pode ser tão erro quanto eu?
Alguém pode ser mais tempo que eu?
E se eu for tempo? E se eu não for nada, como eu já suspeito!
Mesmo sendo nada, poderei mudar de ideia e ser tudo, por ser.
Eu sou o vento! Aquele que sopra energia, movimento e espaço!
Eu não sou só o vento, o veto, a seta, as paralelas e ângulo formado entre meu interesse e meu desejo!
Sou e não sou o beijo, apaixonado ou não! Sou tão eu que fujo de mim!
E tão meu que não me tenho nem pra um café.
E se eu for um instante?

Independência ou morte!
Ou sorte, se eu tiver direito.
Dói no peito, de um jeito que não tem tamanho.
Sei que sou apenas um diante do rebanho,
Mas preciso ser, antes de qualquer coisa!
Se não tem lugar pra mim,
Enfim, deixo meu adeus.
Aos meus amores, flores!
Cores de despedida, não da vida.
Mas devidas!
Hoje já nem tenho forças mais.
Estou correndo pra ser isso,
E isso não é ser!
Desprazer gigante, boiadeiro sem boi.
Errante e errôneo!

Não adianta apenas um remar. Quando o vento é a favor, é fácil, só levantar a vela e deixar fluir, porém nos dias sem vento, é necessário esforço. Mas não só da metade da tripulação. Como diria aquele antigo bordão, uma andorinha voando sozinha não faz verão.

Estou em profundo desgaste por conta do meu orgulho, pois não quero te chamar pra conversar agora. Não que não queira falar contigo, muito pelo contrário, mas é que você não quer falar comigo. Você até diz que quer, porém, não. Não se empolga. E isso magoa de uma forma que não sei explicar. É talvez, semelhante ao fracasso, ou impotência (no bom uso da palavra), como se eu fosse insuficiente, se eu não satisfizesse suas expectativas. Sinto que meus remar nesse mar de assunto parado é em vão. Que pra você é indiferente, se estou remando ou não.

Eu me privei de relacionamentos por anos, tudo pois temia que um dia, me entregasse por completo, e não recebesse o mesmo de retorno. Hoje temo que você não se entregue assim, assim como eu me lancei. Pois, relacionamento, assim como você mesmo diz, não satisfazem apenas de amor. É necessário uma série de entregas. Sinceramente, eu te amo como nunca amei ninguém. Não são apenas palavras, aqui descrevo, meus mais sinceros sentimentos. Porém, você vê minha preocupação, meu medo de te perder como sendo uma bobagem, uma frescura talvez. Mas queria, juro que queria, que você sentisse na pele, o que eu sinto, assim me entenderia perfeitamente.

Você vive em mim,
E é assim desde o dia em que te vi.
Bem-te-vi!
Vive aqui, comigo,
Caminha comigo nas ruas,
Almoça, sorri, desenha, estuda.
Você está em mim,
Você mora na minha memória,
Se alimenta dos meus alimentos,
Mata a sede com minhas águas geladas.
Sobe escadas e desce escadas da minha escola.
Quando eu vou falar de amor com alguém,
Fico aquela cara de besta que ganhou na loteria,
E não sabe quem agradecer.
Fico imaginando nosso futuro a cada momento,
Uns acham que estou olhando hipnotizado para um muro de cimento,
Desatento, mas estou pensando em nós.
Esse amor me consome,
Faz de mim muito mais que um homem...
Faz de mim um amigo, namorado e futuro marido!
Trago um certeza estampada em minha testa
Que só ao seu lado eu faço a minha festa.

Se fosse tão fácil explicar
O que sinto por você,
Eu não procuraria uma poesia
Como forma de dizer...

Daquele dia em diante,
Ineditamente, como nunca antes,
Encontro-me assim:
Descartando diamantes,
Rasgando dinheiro,
Cantando belas canções no chuveiro.
Só eu não sabia o quanto é bom amar?

Daquele dia pra cá,
Passo o dia a me lembrar,
Do seu corpo, do seu olhar,
Do jeito de lidar, seu jeito de me amar!
Sinto um abalo sísmico de dentro pra fora,
Toda hora que você diz que me ama. Toda hora!
Revira a a madrugada, mistura neblina com aurora.
Enquanto o céu chora, amor, me namora?
Namora? Mas namora agora!

Agradeço imensamente
Cada momento da gente!
Não vá embora, nunca, por favor!
Pois não sei viver sem você,
Meu grande amor!

Só eu não sabia o quanto é bom amar?
O quanto é bom confiar em alguém?
Acordar, e logo pensar, como é bom amar!
Só eu não sabia?
Que amar permiti flutuar em dias de chuva acida?
Que a vida toma um ar colorido, toda vez que o olhar é dirigido pra pessoa amada?
Que os vários quilômetros de estrada entre eu e ela, viram centímetros quando penso nela?
Por que ninguém contou antes que era tão assim?
Se eu soubesse, desde de 2011 já estaria com ela.
Eu deveria ter lido os romances publicados em livros.
Talvez lá estivesse descrito que o amor é tão lindo!
É tão maravilhoso esse momento, que sem ressentimento,
Desejo que todos possam provar um amor como o meu!
Esse amor, tão lindo, entre ela e eu!

Nos vitros de banheiro,
Prevalece a vaidade,
Cremes e mais cremes pra esconder a idade.
Um medo gigante, desespero!
Produtos pra manter os cabelos,
E não deixar cair mais.
Todos eles testados em animais.
No ralo muito cabelo,
O cabelo muito ralo.
Aguentar a vaidade o dia inteiro,
Despejar mil produtos
Juntos com a água do chuveiro.
Adultos, cada vez mais jovens!

Meus trinta e dois dentes,
Sorridentes,
Talvez lhes contes,
Quantos muros e pontes
Há daqui para amanhã.
Meus cálculos errôneos
Lustram um neon
Sobre as maçãs.
Das costelas de um Adão.
Um cheiro de pomar,
No vácuo flutua um multidão de embrião.
A magia da fecundação,
Gametas são cometas.
Nesta constelação,
Ainda em gestação,
Uma só mãe espera minutos a contar.
Uma estrela não guiará,
Pois há fumaça e luz civilizada,
Isso embaça a vidraça.
Mas há de vir.

Qual a unidade de medida do ego?
Sou um carrapicho na barra da calça
De uma santidade falsa?
Não consigo ver, será que sou cego?
Preciso de um microscópio,
Ou telescópio?
Ócio?
Um relógio?
Ilógico ou lógico?
Qual jogo rodeia meu ego?
Qual a formula para se calcular essa inflamação?
Quantas cálices preciso pra dizer o que sinto?
Qual a diferença da vida de um elefante e de percevejo?
Não vejo.
São vidas que deviam ser preservadas.
Mas ai entra o maldito ego, em um superiorismo.

O cavalo marcha conforme o cavaleiro.
Enquanto houver espora financiadas pelos fazendeiros,
Será facilmente domada a tropa de selvagens.
Basta a banda do celeiro tocar,
Pra bicharada se conter e pacificar.
Aos sabiás, faltam-lhes coragens.
Com quantos patos se faz um travesseiro?
Proteger seu dono, qual a vantagem?
Um osso mordido, um chinelo e um reio.

Escapou pela avenida,
e num beco sem saída,
a vida se foi.
A cobrança era gigante
Ou se comporte como um tal
Ou a vida vai de mal a pior.
Mal de mar, eu subi pra navegar
Num lugar de água suja e mal cheirosa
Vi tubarões nas paredes
Expostos com suas cabeças e dentes
Um relógio boiava em aquário sujo.
O tempo era curto, e a mão também.
Não peguei o tempo a tempo.
A embarcação se irritou,
Contra a parede me lançou
Antes de causar outro desastre
Me lancei ao mar.
E por falar no tempo,
Era hora de acordar.

Eles te convencem a ter o cordão,
O carrão, a mansão.
Ai quando o cidadão que mal tem o arroz e o feijão,
Se vê atrás da multidão,
Financeiramente nessa situação,
Não escolhe por profissão
Grudar um cano na mão
E se igualar na ostentação.
A vida é assim, meu irmão.
O objeto é um só na vitrine do cifrão.
O playboy, filho patrão,
Não precisa sujar mão,
Correr risco de vida ou prisão.
Não!
Vê bem ai qual é a real,
Se o consumismo tá no comercial.
Dentro barraco de como mal.

A maldita gravidade não permite minha queda,
No abismo do universo.
Cismo em cismar com versos e etiquetas,
Uma imensidão de sala solar, no bairro Astral.
E eu aqui trancado na gaveta.

Se eu tivesse um papel naquela hora, agora eu teria em mãos, a descrição daquele olhar. Se eu tivesse um papel na mão, desenharia minha emoção em versos sem rima. O frio clima, aquecia minha antiga solidão. Eu morria de vontade escrever uma poesia. Eu morria de frio. Talvez tivesse realmente morrido, pois era um sentimento que não senti em vida. Um sonho de morte feliz. O primeiro de muitos. Eu sabia que ia morrer, antes de entrar no clima.

Eu preciso ocupar minha cabeça
Antes que o pior aconteça,
E alguém me esqueça
Antes que eu enlouqueça!
Cada adeus dos amigos meus,
Dói mais que o furo nos encontros teus.
Como os ateus,
Sem ter se quer um Deus,
Com quem desabafar.
Já tenho certeza que não vai funcionar.
Queria poder naufragar
Na imensidão desse estrelado mar.
E no final da tarde, em um café,
Te encontrar, e poder te contar
Como ando a pé.
Sem fé, sem lei, sem rei, sem nada.
Uma vida desgovernada,
Sem caminho, sem parada.
Tanto quis pisar aqui, e hoje quero sair da estrada.
Afinal não há quem me suporte,
Não tenho nem pessoa amada.
Não tenho nada.
Eu preciso afogar minhas magoas em qualquer mesa de bar.
Mas não seria capaz de algo tão familiar.

Todo dia,
Participo de uma festa
Uma festa à fantasia.
Todos dias nessa,
Nessa pura monotonia.
Ninguém é ninguém,
Fantasia de bom moço
Pra poder comer o osso
Soletra palavra amém.
Outros dizem que estão zen.
Juntam a mão em oração,
Mas só pra fotografia.
Eu também estou na festa,
Ora essa!
Disfarçado de poeta,
De atleta na maratona
Do mercado de trabalho.
O disfarce é liberado.
Dragar-se também é,
Cada louco quer um pouco.
Um se droga de bebida,
Outro de máscara caída
No fundo, no chão sujo do salão.