Coleção pessoal de AlanRodrigo2

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Circunstâncias

⁠Hoje descobri que não conheço seu cheiro, descobri que minhas mãos estão tão longe quanto o sol que distante, some no horizonte. Se eu tivesse longos cabelos, certamente estariam voando sobre o vento graças aquela forte rajada que arduamente bateria em meu rosto, enquanto, sentado em frente à porta, ouviria a canção do suspiro de minha alma que a cada nota cravavam meu corpo como flechas de sensações. Gelidamente, os pingos de chuva me congelariam e me solidificariam como concreto, transformando aquela singela paisagem monocromática em um campo de batalha, onde minhas armas seriam aquelas mãos machucadas juntamente com essa voz rouca. Acho que conquistar a lua é tão difícil quanto colecionar estrelas, que voar sem asas é tão irreal quanto sentir o calor do abraço do frio, que carregar uma montanha nos braços é tão impossível quanto contar todos os grãos de areia. Tudo é distante, tudo fica distante, talvez essa injusta felicidade que me ponho é à beira do meu desespero, instigando ainda mais esse temor do que está a minha frente. Como uma pedrinha sobre o deserto, lá estou... Como uma folha sobre o imperturbável rio, lá estou... Como a luz do poste que intensamente brilha na noite em que o trem rapidamente passa sobre seus trilhos, lá estou, trancado entre as grades dos meus pensamentos, incapaz de andar, simplesmente por não possuir esse direito.

⁠Talvez toda essa melancolia talhada em meus pensamentos seja como as gotas de chuva que caem livremente sobre o vasto colchão de terra, talvez até as folhas que voam pouco a pouco ao soprar do vento estejam dando os passos que eu imaginei para mim no dia seguinte, será que a canção que o silêncio canta ecoa no brilho dos olhos daquele menino que brinca em baixo da árvore mirado por aquela frecha de luz, porque minhas mãos tremem até mesmo quando sei o que fazer, minhas costas doem de ficar sentado todo esse tempo, minha visão já está embaçada, eu não queria dormir mas vou aproveitar pra sonhar.

⁠⁠Sobre a cama, o cobertor cobre meus pensamentos, lentamente, meus olhos cedem ao brilho e atenuam como o sol por trás das grandes montanhas, sinto minha alma enfraquecer, envolto ao meu próprio corpo como uma serpente sobre a lua, lua que ainda assim me abraça mesmo distante.

Levante, suas pernas alegremente pedem pelo seu caminhar. ⁠

Você não me perdeu de vista, olhe aquela estrela no fim do horizonte.

⁠Sem que meu sorriso assuma a cor do desespero, cobrirei minha alma com a melodia que me faz chorar, tentando ao máximo transparecer a felicidade que procuro encontrar.

⁠Cante pra mim, vou ouvir sua voz sentado nas nuvens.

⁠Enquanto piso no duro chão, afundo nos pensamentos que degolam minha alma criando um mar de lágrimas, sem ondas, sem cheiro, sem uma lua pra iluminar.

⁠O coração não é um quebra-cabeça, mas ele consegue facilmente destrui-la.

⁠O mais duro estímulo é aquele que usa a tristeza como princípio.

As folhas que cairam da árvore descansam sobre o lago, o barco abandonado descansa sobre o lago, o céu descansa sobre o lago... essa foi uma foto perfeita.

⁠O abraço do lençol no escuro quarto aquece o coração daqueles em que os sentimentos foram congelados, assim derretendo-o em lágrimas.

Caso me perca de vista, olhe para o céu, estarei sempre sentado nas estrelas te observando.

Veja, as estrelas estão olhando para você, a lua parece também querer te escutar, não me importo de te ver chorando, diga-me seus sentimentos, junto ao céu eu prometo te abraçar.

Caso você me perca de vista, olhe para o céu, estarei sentado nas nuvens colorindo as estrelas para que me encontre novamente.

A gente não pode lutar pelo nosso ego, nós precisamos lutar pela nossa honra, caso exista um caminho em que essa honra acabe não ferindo ninguém, priorize-a.

Menino do Mar

Na vasta areia, sereno e sujo, juntando as pedrinhas que vinha do mar, o jovem garoto olhava o horizonte, seus olhos brilhavam e encantava o lugar. Contava ao vento os seus pensamentos, criando histórias com a imaginação, enquanto escrevia em um pequeno papel, palavras importantes, refrão por refrão. - Porque está sozinho pequeno garoto? ''Será que uma criança vai saber falar''. - Não sei o motivo de estar sozinho, quero achar um jeito de poder voar. ''Não entendi nada, senti sua inocência e rapidamente ele perguntou''. - Se eu sentar nas nuvens posso ver de perto brilhantes estrelas que pro céu voou? - Talvez se você pedir ajuda a lua, descubra um jeito de como alcançar, quem sabe por escadas, até uma corda, um trem flutuante, com balões de ar. A simples criança me olhou confiante, talvez minhas palavras pudessem ajudar, pegou sua caneta e escreveu no papel e disse que um dia iria tentar. - Você deixaria ver o que escreve? - Você me ajudou então posso deixar. Peguei a cartinha e li bem baixinho os versos daquela criança do mar.

''Mamã e Papá, esto a pocura di achar um jeto di podê voá, a vovó me dise qe viraram estelas, colado no céu voces sempe vão ta, eu amo voces e esperem qe um dia eu vou achar um jeto dai alcançar, vo faze uma lista e achá um jeto, me esperem qe chego, ta.
- pulando
- agarrando no pasarinho
- pedindo as asa pa meu anjinho potetor
- subi na avore
- pedi ajuda a lua
- escada
- ou coda
- balao de a
- trem voador''

A vó do garoto chamava-o de longe, pegou sua cartinha e ali partiu, de costas corria feliz, não sabia, que dura escolha você decidiu, achar um motivo ingênuo, difícil, sua pura inocência iria o guiar, nada eu falei, nem mesmo tentei, a única coisa que fiz foi chorar.

Nunca vou deixar de seguir de você
Não enquanto tiver pernas,
Mas, Caso eu caia e não consiga levantar
Me empreste sua asas
Irei agarrar suas penas
E enquanto vivo me deixarei arrastar.

Podemos pintar nossa alma exatamente por não saber sua cor.

Seus sentimentos te fazem chorar, deite sobre as nuvens e escute a lua cantar seus pensamentos, a música pode ser bela o suficiente para te fazer bem.