Coleção pessoal de aillondias

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REQUIEM AETERNAM

Repousa a minha alma
Inerte e em profunda calma
Posfácio já escrito na palma

TRANSPIRAÇÃO

Tua voracidade me excita
Sabes que adoro cada beijo
Cada infame desejo
Que em meu corpo suscitas

O teu corpo perfeito
Que em meu leito aproveito
Nesse calor é liquefeito
E vai virando suor

O enlace é desfeito
E em meu colo eu te deito
Após ter te satisfeito
Não há nada melhor

FUGAZCIDADE

O tempo parece escasso
Há tanta coisa a fazer
Andando nas ruas do espaço
Não tenho mais vida a perder

DELIRIUM

É delírio
É loucura
É martírio
É tortura

É delírio
É desventura
É delírio
É frescura...

DIRETAMENTE PROPORCIONAL

Tu te fostes e estou só
E me falta cá um bocado
A distância é maior
Se mais te quero ao meu lado

O GERUNDISMO DO POETAR

Andando
Vendo
Sentindo
Compondo

TERMINAL

Chegou a hora de atravessar para o outro lado
Me desprender das coisas daqui e partir
Não sei ao certo pra onde
Se a pé ou de bonde
Só sei que é pra longe

Quando partir pra lá
Posso não mais voltar
Farei quem me ama chorar
Mas o que se pode fazer?
Não é assim que tem que ser?

Sangria

Sinto fraqueza
Sinto sede
Sinto frio
Sinto que algo dentro de mim se partiu

Aos poucos vou ficando inconsciente
Vou caindo lentamente
Com tremores e arrepios

A pulsação aumenta
A respiração o meu fôlego afugenta
E a cada instante é mais lenta
Até que, num relance, as luzes se apagam
E não vejo e nem sinto mais nada

Um dia desses, refletindo sobre a minha existência e sobre muitos dos questionamentos que dela tiveram origem, percebi algo tão simples e óbvio: ser feliz é possível.
Certamente, muitos diriam tratar-se de utopia, mas fui capaz de entender que utópico mesmo era tomar essa ideia como verdade absoluta e seguir a maré.
Mas eu compreendo esse tipo de pensamento, até porque eu também compartilhava dele, pois numa sociedade dinâmica como a nossa é muito mais fácil deixar-se levar por opiniões pré-formadas a guiar-se por um pensamento dialético.
O cerne da questão está em estabelecer uma definição do conceito de felicidade. Se não somos capazes de defini-la, como podemos decretar ser impossível alcançá-la?
É certo que a visão que cada pessoa tem do assunto advém da maneira como cada um o vê. Se tomamos a felicidade como algo a ser alcançado, é muito provável que passemos a vida angustiados, buscando o que para nós parece ser inatingível. Por outro lado, se a enxergamos como um estado de espírito originário das mais diversas razões e, assim como todo estado de espírito, passível de mudança, somos capazes de subtituir a ideia equivocada de felicidade plena pelo pensamento de que a vida é, na verdade, constituída por momentos de felicidade e momentos de infelicidade.
Essa é a nova visão que tenho a respeito do que é ser feliz. Tudo depende da maneira como decidimos ver o que se passa ao nosso redor. Por isso, abra seus olhos para o mundo e seja feliz sempre que você puder!

Mais difícil que encontrar o grande amor é saber que o encontrou