Coleção pessoal de aguiasol
Não alicerces teu comportamento e tuas ações em expectativas alheias ao solo que te é conhecido intrinsecamente. Porém, se essa for a tua inclinação não esperes reconhecimento, pois jamais compreenderás as razões e os propósitos que impulsionam passos que não os teus...
Antes, sê leal a ti mesmo frente ao complexo mundo das relações humanas, pois essa lealdade é a que verdadeiramente conta nos anais da tua história.
Diante de ti - soberano das águas - reconheço a transitoriedade das ondas, a relatividade do tempo e a nulidade da vida que "passa" sem marcar estações...
Raros são aqueles que conseguem romper as máscaras sobrepostas à face ao longo da vida e - dos umbrais da própria consciência - contemplar desapegadamente as dores e os amores acondicionados em essência, transmutando-os num benefício maior.
Contrastes...
Já olhaste nos olhos
de quem te ama além das dores,
dos amores de verão?
Aquém, pautas reticentes
Mares que se abrem em ondas secas
Palavras ao vento
Promessas vãs
Juramento...
Ressaca de lágrimas ausentes
Já olhaste além das sombras
que cerceiam teu desejo de amar,
de ser amado(a)?
Aquém, contrastes
Horizontes que se fecham em breu
Palavras mortas
Ações tortas
Arrependimento...
A vida não te dá o que não podes receber
Nem te cobra o que não podes oferecer
Maria Aparecida Giacomini Dóro
A dor me ensinou que...
Os melhores momentos da vida não são necessariamente os mais agradáveis. São os mais expressivos no coquetel vital dos sonhos e pesadelos; das luzes e sombras; dos risos e lágrimas; das presenças e ausências; das dores e amores vividos... Momentos ímpares que nos despertam do sono letárgico da indiferença e nos impelem à ação criativa, forçando-nos moldar um novo ser – sensível e amoroso - menos apegado às coisas triviais, mais comprometido com os valores essenciais desta preciosa dádiva chamada vida.
Caminhar é preciso, mesmo que seja sobre brasas...
Meu presente é azul...
O trivial não me fascina e nem me prende... ao contrário, abriga oportunidades ímpares para que eu possa exercitar o desapego (apego, para mim, significa prisão; desapego, liberdade).
Num flash, reporto-me à águia - expressão viva da liberdade - modelo que baliza meus passos por caminhos abertos, sinuosos ou escarpados da vida... por caminhos projetados no seio dos sonhos, aguardando sinal...
As águias são livres e livres imergem no azul da serenidade, da paz de espírito; livres absorvem o laranja da alegria de viver, de viver o essencial...
Essencial que suplanta o trivial, revestindo-se da mais pura simplicidade por motivo óbvio: revelar-se apenas aos que têm olhos para ver o "invisível" e coração para senti-lo.
Meu presente é azul, laranja... de mil cores mais!
OUTONO...
Tão real! Existencial...
Caem as folhas, ficam os ramos
Doce/amargo sabor da vida
Identificado pelo paladar do homem
OUTONO...
Suaves melodias! Notas caladas...
Presença que alenta a alma
Ausência que alerta o coração
Fim do caminho? Novas encruzilhadas...
OUTONO...
Inverno, primavera, verão
Apagam-se as luzes... Ciclos se completam
Nada se perde, tudo se ganha
Vivendo a magia de cada estação
Um amor assim...
Amor que fala
e silencia
Amor que toca
e contagia
Amor que sente
e compreende
o coração da gente
Ah! Eu quero, sim.
Se não vejo meu semblante refletido num olhar perdido, marcado pela dor... como posso desbravar os caminhos do amor?
Poema de trás para frente e vice versa
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
(Agora leia de baixo para cima. Este texto possui duas interpretações distintas conforme o fluxo da leitura)
Fim de tarde... Campos dourados! Prelúdio da colheita do que foi semeado em horas orvalhadas... seladas pelos primeiros raios luminosos presentes nas dores e amores do homem, permitindo-lhe sonhar, projetar e realizar em prol de si... da humanidade!
Cedo ou tarde a VIDA sacode quem adormecido está... Porém, muitos preferem virar para o outro lado e continuarem dormindo.
Por que choras, menino?
Por quê? Menino crescido
Menino criança
Na dor a lembrança
Do amor esquecido
Por quê? Menino talento
Nas ondas do vento a vida em risco
Riscos? Não! Um rosto, uma lágrima...
O grito! ...de apelo
Menino crescido não chores
A vida ...a morte em folhas caídas
Pois as marcas da dor
São também algemas rompidas
Leveza do SER...
Véus se rompem...
Gélidas noites descortinadas
Pelas sombras de um viver errante,
Perdido, sem sentido
Estou só? Não!
Vozes distantes... Cortantes
Ecos de minha consciência
Revelam-se algozes de mim mesma
Estou só? Não!
Ausente... Inconsciente
Lacunas abertas em átimos marcados,
Vazados nas arestas do tempo
Tempo... Que tempo?
Ah! Aurora... Dissolvo as sombras,
Apago o tempo em tempo
Recomeço AGORA viver
A leveza do SER!
Caminhos...
São tantos caminhos...
Decido!
Bagagens... Pra quê?
Se levo amor no coração
Livre, despojada, desapegada sou
Caminhos comuns me confundem...
Desisto!
Busco o novo...
O imponderável!
Livre, despojada, desapegada vou
São tantos caminhos...
Uns, abrasados pelo fogo do amor
Outros, reverenciados por folhas outonais
Uns, embaçados por lágrimas de dor
Outros, iluminados por centelhas vitais
Íngremes ou brandos caminhos...
Não importa!
O que realmente importa
São os passos, a meta... O amor!
Livre, despojada, desapegada sou
E... Num repente,
Corro riscos, assumo falhas
Acerto passos... Sigo em frente!
Vida trivial
Num relâmpago existencial,
a trajetória
de uma vida trivial
Amou?
Não! Não teve tempo
Iluminou?
Não! Não teve tempo
Então, que marcas deixou?
Bolhas de sabão
ao sabor do vento...
Num relâmpago existencial,
o adeus
de uma vida trivial
Viveu?
Não! Não teve tempo
Então?
Existiu, apenas existiu...
A vida é um relâmpago nas bordas do tempo...
Como viajante do infinito escolho ser luz por uma fração de segundos... ou deixar um vazio somatório de muitos nada como marca da minha passagem.
Quando a dor bate à porta...
Como a flor que desabrocha num terreno inóspito e celebra o milagre da vida - nos momentos insólitos de dor -, reverencio a vida e celebro o milagre do amor.
Dores anímicas...
Minhas dores anímicas, sutilmente, me desafiam a depositar lágrimas sentidas sobre o passado, repensar o presente, abraçar o futuro e seguir em busca da luz perdida.