Coleção pessoal de Agentedocaos
Só é real, a fidelidade que ocorre de forma natural. Aquele tipo de fidelidade involuntária em que se está tão apaixonado, que os olhos, os ouvidos, os pensamentos ficam todos abruptamente focados em um único ser no universo.
A fidelidade é uma convenção ilusória, pois a fidelidade contraria a natureza humana. Do contrário, assim como os lobos, nós nos apaixonaríamos apenas uma vez na vida e não múltiplas e simultâneas vezes como nos mostra a complexa realidade.
As pessoas no geral superestimam a fidelidade, como se a exclusividade fosse um dever e um direito, e não uma faculdade como de fato ela é.
A insatisfação é o gatilho essencial para qualquer revolução ou progresso, em escala individual ou universal.
O casamento é o assassinato do amor. A monotonia é extremamente irritante. A ausência de mistério mata lentamente o romance.
Nada mais tedioso do que convicções, raciocínios retilíneos são sempre entediantes. A incerteza é sedutora e embriagante como vinho.
O ciúme envenena a alma, cega a inteligência e não é sinônimo de amor, ele é a insegurança e a vaidade, exercendo seu egoísmo sobre o conceito ilusório de afeto.
Quando a atrativa beleza do mistério é desfeita, um enorme tédio nos impulsiona para as sombras do desconhecido.
Alguém que é sempre coerente, no mínimo é um chato, e no máximo se delicia na coerência em ser incoerente.
Um amor romântico, para durar, precisa ser superficial, pois um amor visceral é engolido pela própria intensidade.
A felicidade em um relacionamento depende da falta de paixão, pois a paixão possui uma entorpecente inquietude, que por sua vez é fatal para qualquer sentimento que remeta a paz de espírito.
A única forma de manter a paixão pela vida é flertando com a morte. Pois só desafiando a morte é possível se sentir vivo de verdade.