Coleção pessoal de Agathaa

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O medo nos governa. Essa é uma das ferramentas de que se valem os poderosos, a outra é a ignorância.

A história é escrita pelos vencedores.

Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário.

Quanto mais a sociedade se distancia da verdade, mais ela odeia aqueles que a revelam.

Quatro patas bom, duas patas ruim.

Quando se diz que um escritor está na moda, isso quer dizer que ele é admirado por menores de trinta anos.

Os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros.

A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la.

O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e por fim acaba sabendo tudo sobre nada.

Nunca resisto às tentações, porque eu descobri que coisas que são ruins para mim não me tentam.

Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.

O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada.

Alguns homens veem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não?'

Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.

A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.

O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo.

Elogio da Sombra

A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.

O elogio que se conquista em não se deixar ofender supera a glória que se ganha vingando-se.

Em certas pessoas, o alegrar-se com um elogio é apenas uma delicadeza do coração - e precisamente o contrário de uma vaidade do espírito.

Suportam melhor a censura os que merecem elogio.